quinta-feira, 10 de abril de 2008

Leilão dos bens de Abadía (Desigualdade Social)

Ao contrário do tumultuado superbazar, o leilão promovido ontem para a venda de bens do megatraficante Juan Carlos Ramírez Abadía e de sua mulher, Yéssica Paola Rojas Morales, atraiu público menor que o esperado. Senhas e lugares sobraram no Jockey Club de São Paulo. O público, no entanto, formado principalmente por convidados, demonstrou poder de compra e indiferença ao fato de os artigos terem pertencido ao colombiano. Até as 22h30 de ontem, o item mais caro vendido no leilão foi um relógio Audemars Piguet, arrematado por R$ 41 mil, com valor de mercado de R$ 60 mil.

Entre os produtos oferecidos no leilão, estavam cem relógios, três bicicletas de alta performance, dois jipes dos anos 1960 e 1970, 20 canetas de luxo e três televisores gigantes. Os arrematadores pagaram valores próximos aos lances mínimos, estipulados judicialmente em 30% do valor de mercado. Os veículos, porém, foram vendidos por valores superiores ao lance mínimo. O jipe Willys Overland, ano 1979, foi arrematado por R$ 27.800 e a Ford Rural Willys, 1961, por R$ 37 mil.


Como no bazar, o leilão foi limitado a 425 pessoas, com distribuição de senha. Antes do evento, foi feita uma preleção para averiguar quem tinha condição financeira para participar. Parte do dinheiro arrecadado será repassado a entidades assistenciais cadastradas na 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, que condenou o traficante, e outra parte será depositada em conta da União até que não caiba recurso. Mais disputado que o leilão, o superbazar terminou ontem com faturamento estimado de R$ 200 mil.


O advogado de Abadía, Luiz Gustavo Bataglin Maciel, disse ontem que seu cliente reconheceu a origem ilícita de seus bens desde que foi preso e nunca se opôs perdê-los, mas estranhou a venda de pertences íntimos. "É incomum vender cuecas", afirmou Maciel. As informações são do jornal


O Estado de S. Paulo;


Nota: Esta notícia dentre várias outras que estão na atualidade me chamou à atenção, como é grande a desigualdade social, não só no Brasil, mas em todo mundo. Como um traficante pode ter um relógio avaliado em torno de R$ 60 mil ? E por outro lado encontramos pessoas no limite da pobreza, tentando ganhar seu pão honestamente, passando por humilhações e dificuldades. Encontramos um pai de família que acorda de madrugada para trabalhar enfrentando chuva e sol, e quem sabe não tendo um tostão para comprar o almoço, porque irá fazer falta. Infelizmente esta é a coisa mais comum no mundo, aguardamos por um tempo em que a desigualdade nem sofrimento existirão mais. Amém.

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