domingo, 18 de outubro de 2009

Trombetas, sangue, nuvem e fogo


Trombetas, sangue, nuvem e fogo

Lição 442009


Sábado à tarde

Bíblico: Mc 10–12


VERSO PARA MEMORIZAR: “Livrem-se do fermento velho, para que sejam massa nova e sem fermento, como realmente são. Pois Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado” (1 Coríntios 5:7, NVI).

Leituras da semana: Êx 12:1-29; Nm 9, 10; Mt 26:36-43; Lc 22:15, 19, 20; 1Co 15:52

Na última Páscoa que Jesus comeu com os discípulos, Ele instituiu a Ceia do Senhor. Tomando alguns dos mesmos alimentos da Páscoa, Jesus disse: “Tomai, comei; isto é o Meu corpo. A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o Meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados. E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber, novo, convosco no reino de Meu Pai” (Mt 26:26-29). E Paulo escreveu: “Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha” (1Co 11:26).

A ceia do Senhor é a páscoa cristã, paralelo do Novo Testamento à libertação de Israel do Egito. Nesta semana, vamos estudar o primeiro aniversário daquela libertação de Israel. Também vamos estudar a presença guiadora do Senhor no acampamento dos israelitas, as trombetas de prata que eram tocadas em certas ocasiões, bem como outros relatos que revelam a situação do antigo povo de Deus em suas circunstâncias inigualáveis.


Domingo

Ano Bíblico: Mc 13, 14

Em memória de Mim

1. Que lições podemos tirar da instituição da Páscoa? Pense, por exemplo, em obediência, graça, redenção, fé e juízo. Nm 9:1-5; Êx 12:1-29

Aquele era o primeiro aniversário da surpreendente noite no Egito em que o anjo do Senhor matara os primogênitos dos egípcios, mas “passou por cima” (vem daí o nome Páscoa) das habitações de Israel marcadas pelo sangue do cordeiro sacrifical. Agora, no que deveria ser uma cerimônia anual, eles foram chamados a se lembrar da noite de sua libertação especial do Egito e a salvação que Deus havia preparado para eles.

2. Como os seguidores de Jesus devem comemorar a Páscoa hoje? Lc 22:15, 19, 20. O que essa cerimônia deve nos lembrar?

“Cristo Se achava no ponto de transição entre dois sistemas e suas duas grandes festas. Ele, o imaculado Cordeiro de Deus, estava para Se apresentar como oferta pelo pecado, e queria assim levar a termo o sistema de símbolos e cerimônias que por quatro mil anos apontara à Sua morte. Ao comer a páscoa com Seus discípulos, instituiu em seu lugar o serviço que havia de comemorar Seu grande sacrifício. Passaria para sempre a festa nacional dos judeus. O serviço que Cristo estabeleceu devia ser observado por Seus seguidores em todas as terras e por todos os séculos. ...

“A ordenança da ceia do Senhor foi dada para comemorar a grande libertação operada em resultado da morte de Cristo. ... É o meio pelo qual Sua grande obra em nosso favor deve ser conservada viva em nossa memória” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 652, 653).


Segunda

Ano Bíblico: Mc 15, 16

A presença guiadora

Uma das certezas mais maravilhosas que Israel tinha no deserto era o sinal visível da presença de Deus, manifestado da maneira mais notável: a nuvem de dia e a coluna de fogo à noite.

Pense nisto. Composto de cerca de dois milhões de pessoas que viviam em um deserto estéril e perigoso, o acampamento deve ter se estendido a muitos quilômetros em todas as direções. Sem meios de comunicação instantânea e direta (não havia rádio, telefone nem internet), precisava haver algum modo de fazer todos saberem quando deveriam partir, e para onde.

3. Como a manifestação da presença de Deus revelava ao povo a vontade de Deus, pelo menos no que se referia ao movimento? Nm 9:15-23

Nem sempre a guia do Senhor sobre Israel por meio da nuvem visível ia pelas melhores estradas. Jeremias registra que Ele guiou o povo “através do deserto, por uma terra de ermos e de covas, por uma terra de sequidão e sombra de morte, por uma terra em que ninguém transitava e na qual não morava homem algum” (Jr 2:6).

Mas existe uma questão mais profunda aqui do que apenas aonde e quando ir. A presença da nuvem durante o dia e da coluna de fogo à noite era também um lembrete muito poderoso para eles da presença permanente de Deus. De acordo com Números 9:16, “assim era de contínuo: a nuvem o cobria, e, de noite, havia aparência de fogo”. Não importava onde eles estivessem, que provas enfrentassem, com que inimigos eles se encontrassem, lá – pairando no céu – estava um marcador visível da presença de Deus entre eles.

Isso deve ter sido muito confortante. A nuvem e o fogo certamente teriam sido mais que suficientes para mantê-los fiéis, confiantes e obedientes a Deus, certo?

Quando você procura tomar uma decisão sobre aonde ir, com que frequência deseja ter uma nuvem de dia e uma coluna de fogo à noite para guiá-lo? No entanto, que promessa da disposição de Deus de nos guiar e estar presente entre nós ainda hoje você pode encontrar na Bíblia? Que decisões você pode tomar que o capacitem a ser mais aberto à guia de Deus e mais cônscio de Sua presença?


Terça

Ano Bíblico: Lc 1, 2

As trombetas de prata

O antigo Israel tinha dois tipos de trombetas: a de chifre do carneiro comum (o shofar) e as duas trombetas de prata, que pertenciam essencialmente ao santuário e só eram tocadas pelos sacerdotes (Nm 10:8). Essas últimas eram feitas de “obra batida”, cada uma forjada a partir de um pedaço de metal. A trombeta de prata era semelhante a um tubo longo, alargando-se em uma das pontas.

4. Qual era o propósito do toque dessas trombetas? Que lições espirituais podemos tirar do uso dessas trombetas? Nm 10:1-10

O toque dessas trombetas de prata tinha um significado além de suas aplicações mais práticas. Seu toque deveria ser considerado uma “ordenança”. Na guerra, lhes assegurava que seriam lembrados diante do Senhor seu Deus, e seriam salvos de seus inimigos (v. 9). Deste modo, o toque dessas trombetas serviam de “memorial em favor de vocês perante o seu Deus. Eu sou o Senhor, o Deus de vocês” (v. 10, NVI).

O interessante é que, mesmo com todas as manifestações da guia, presença e proteção de Deus, o Senhor também usava essas trombetas a fim de lembrar a Israel sobre Sua presença e cuidado. Tanto pela vista (a nuvem e o fogo) como pelo som (as trombetas) eles tinham lembretes especiais da direção e presença de Deus entre eles.

Hoje, não temos a nuvem, o fogo nem as trombetas de prata para nos lembrar sobre a direção e presença de Deus. Mas temos no Novo Testamento a revelação do que Deus fez por nós por meio de Jesus, que nos dá a certeza de Seu amor e cuidado que o Israel antigo pode não ter apreciado completamente. Eles conheciam, em tipos e sombras, o que agora temos em realidade: o conhecimento do amor de Deus, revelado na cruz.

O que você preferiria ter: uma trombeta de prata soando aos seus ouvidos, ou o conhecimento do amor, do caráter e cuidado daquele que, “embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-Se; mas esvaziou-Se a Si mesmo, vindo a ser servo, tornando-Se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-Se a Si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!” (Fp 2:6-8, NVI).

Que som de trombeta você quer realmente ouvir, e por quê? 1Co 15:52


Quarta

Ano Bíblico: Lc 3–5

“E nos servirás de guia”

Depois de morte de Sara, Abraão se casou novamente. Quetura lhe deu vários filhos, um chamado Midiã (Gn 25:1-6). Jetro (também chamado Reuel [Êx 2:18], amigo de Deus) se tornou sogro de Moisés quando este se casou com sua filha. Jetro é chamado de “sacerdote de Midiã” (Êx 18:1) e adorava o Deus verdadeiro (v. 12). Outros descendentes de Midiã abandonaram a fé que Abraão mantinha em favor de deuses pagãos; frequentemente, estes foram inimigos de Israel.

5. Que pedido Moisés fez a Hobabe, filho de Jetro? Qual foi a resposta dele? Nm 10:29-32

Moisés não consultou a Deus antes de tentar persuadir Hobabe a acompanhar Israel. A presença de Deus na coluna de nuvem de dia e de fogo à noite não era mais que suficiente para guiar a nação através do deserto? Aqui vemos a humanidade de Moisés fraquejando diante do desafio que enfrentava e esquecendo-se de que o Deus que abrira o Mar Vermelho também poderia abrir o caminho através dos desertos e prover alimento e água.

6. Que evidências temos da humanidade de Jesus? Como se referiam essas evidências às necessidades físicas do Mestre? Mt 26:36-43

Até o Salvador sentia, às vezes, necessidade de simpatia e apoio humano. Embora amasse todos os discípulos, Ele estava mais próximo especialmente de Pedro, Tiago e João. No Getsêmani, Ele pediu que orassem com Ele. No Monte da Transfiguração, os mesmos três dormiram em lugar de orar. Mas o Céu enviou Moisés e Elias para encorajar Cristo a avançar com o plano de Sua morte redentora (Lc 9:28-31). “Então enviara o Céu Seus mensageiros a Jesus; não anjos, mas homens que suportaram sofrimentos e tristezas e estavam aptos a sentir com o Salvador na prova de Sua existência terrestre. Moisés e Elias foram colaboradores de Cristo. Partilharam de Seus anseios em torno da salvação dos homens. ... A esperança do mundo, a salvação de toda criatura humana, eis o assunto de sua entrevista” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 422, 425).


Quinta

Ano Bíblico: Lc 6–8

Indo para o lar?

7. Que características se podem observar na jornada dos israelitas, o povo da aliança, sob a orientação de Deus? Nm 10:11-36

De acordo com Moisés, foi só uma jornada de 11 dias desde o Monte Sinai (Horebe) até Cades-Barneia, uma cidade ou região próxima do que mais tarde se tornaria a fronteira meridional de Judá.

Note a ordem: Três exércitos tribais seguiam a nuvem e a arca. Então, os levitas, com seus carros, levavam as várias partes do santuário portátil. Vinham, em seguida, mais três exércitos tribais. Em seguida, vinham os coatitas, carregando a mobília do santuário. Seis exércitos vinham atrás, protegendo de ataques a retaguarda. Tudo era feito com muita ordem. Considerando o que estava acontecendo, se fosse feito a esmo, teria sido um incrível desastre à espera de uma oportunidade.

O caminho mais rápido desde o Egito até Canaã era pela região costeira “pelo caminho da terra dos filisteus”. Mas Deus sabia que Israel não estava preparado para a guerra (Êx 13:17). Consequentemente, quando sinalizou a marcha, a coluna da nuvem levou a nação para nordeste, pelo deserto de Parã (Nm 10:11, 12), uma jornada de três dias (v. 33). “Avançando eles, o caminho se tornou mais difícil. Seu percurso estendia-se através de barrancos e desolação estéril. Tudo em redor deles era o grande deserto – ‘terra árida e cheia de covas, terra de seca e de trevas, terra pela qual ninguém passa e onde ninguém vive’ (Jr 2:6, NVI). As gargantas de pedra, de longe e de perto, estavam repletas de homens, mulheres e crianças, com animais e carros, e longas fileiras de rebanhos e gado. Sua marcha era necessariamente lenta e trabalhosa; e as multidões, depois de seu longo acampamento, não estavam preparadas para suportar os perigos e incômodos do caminho” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 377).


Sexta

Ano Bíblico: Lc 9–11

Estudo adicional

Cada dia, enfrentamos decisões — algumas mais sérias que outras. Medite nas seguintes promessas quanto à direção de Deus: Sl 31:3; 32:8; 48:14; 78:52; Is 58:10, 11.

“Se nos entregamos a Deus para fazer Sua obra, não precisamos estar ansiosos pelo dia de amanhã. Aquele de quem somos servos conhece o fim desde o princípio. Os acontecimentos do amanhã, ocultos de nossos olhos, acham-se à vista daquele que é onipotente.

“Quando tomamos em nossas mãos o manejo das coisas com que temos de lidar e confiamos em nossa própria sabedoria quanto ao êxito, atraímos sobre nós um fardo que Deus não nos deu, e passamos a levá-lo sem Sua ajuda. Tomamos sobre nós mesmos a responsabilidade que pertence a Deus, na verdade, pondo-nos assim, em Seu lugar. Bem podemos ter ansiedade e antecipar perigos e perdas; pois é certo que essas coisas nos sobrevenham. Mas quando cremos verdadeiramente que Deus nos ama e nos quer fazer bem, cessamos de nos afligir a respeito do futuro. Confiamos em Deus assim como uma criança confia em um amoroso pai. Então, desaparecem nossas perturbações e tormentos; pois nossa vontade se fundirá com a vontade de Deus” (Ellen G. White, O Maior Discurso de Cristo, p. 100, 101).

Resumo: Antes de deixar seu acampamento de um ano no Sinai, os israelitas celebraram o primeiro aniversário da Páscoa em liberdade. Deus não queria que eles esquecessem sua maravilhosa libertação da escravidão egípcia. Em sua marcha tribal de três dias, a nação foi liderada por Deus na coluna de nuvem e fogo. A marcha teve lugar ordeiramente, conforme os sinais das trombetas de prata, tendo os sacerdotes à frente, levando a arca. A nuvem os conduziu para o leste e em direção ao norte no deserto de Parã. De idêntica maneira, às vezes, a guia de Deus parece difícil para nós. Mas a chave é confiar nEle, nosso Pai onisciente.

Respostas Sugestivas:

Pergunta 1. A Páscoa celebrava a libertação da escravidão do Egito, depois da morte dos primogênitos egípcios e da proteção provida pelo sangue nas ombreiras das portas dos israelitas. Os que obedeceram pela fé foram alvo da graça de Deus e libertos do juízo que recaiu sobre os egípcios.
Pergunta 2: A santa ceia ocupou o lugar da Páscoa, celebrando a nossa libertação do pecado pela oferta do Cordeiro de Deus.
Pergunta 3: A nuvem durante o dia e a coluna de fogo à noite indicavam o tempo de partir e o tempo de acampar.
Pergunta 4: Lembrar o povo sobre a presença de Deus em seu meio.
Pergunta 5. Que fosse com eles. Ele recusou.
Pergunta 6: Pediu repetidamente ao Pai que O livrasse do sacrifício na cruz. Sua humanidade se ressentia da falta de simpatia humana na sua hora mais cruel.
Pergunta 7: Havia perfeita ordem na partida, na caminhada e na montagem do acampamento.

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