quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Adoração e dedicação


Adoração e dedicação

Lição 342009


Sábado à tarde

Ano Bíblico: Mt 17–20


VERSO PARA MEMORIZAR: “Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria” (2 Coríntios 9:7, NVI).

Leituras da semana: Êx 25:22; Nm 7, 8; Zc 4:1-6, 11-14; Ap 4:2, 5; 11:4

É indiscutível que os filhos de Israel estão separados de nosso mundo moderno por vastos abismos de tempo e cultura. De muitas formas, o mundo deles é tão incompreensível para nós como o nosso é para eles.

Não obstante, o fator unificador é o Senhor, aquele que os criou e redimiu e também a nós. Quaisquer que sejam as diferenças de cultura, língua e história, adoramos o mesmo Deus, não obstante as diferenças em nossas formas e expressões. Realmente, em princípio, as verdades básicas ensinadas a eles por meio de seus rituais e cerimônias são as mesmas que devemos aprender hoje.

Nesta semana, vamos continuar a seguir nossos antepassados espirituais em sua jornada de fé. Vamos examinar mais algumas cerimônias, leis e mandamentos que Deus deu a Seu povo naquele tempo. Entre outras coisas, vamos analisar a dedicação do altar de ofertas queimadas, o menorah (castiçal) no santuário terrestre, bem como a ordenação dos levitas a seu chamado sagrado para trabalhar com os sacerdotes em seu ministério no santuário do deserto.


Domingo

Ano Bíblico: Mt 21–23

Dedicação do altar

No santuário do deserto, os sacrifícios se concentravam no altar de ofertas queimadas. Construído de madeira de acácia revestida de bronze, o altar se localizava dentro do pátio, próximo à entrada do santuário de dois compartimentos. O altar de ouro em frente ao véu do Santíssimo servia só para a queima de incenso.

1. Faça uma leitura resumida de Números 7. Que pensamentos vêm à sua mente ao ler sobre as ofertas dadas durante essa cerimônia solene? Que lições espirituais desse relato podem ser aplicadas a nós mesmos, hoje? Por exemplo, onde você vê representada a cruz, aqui?

O altar já tinha sido consagrado por sete dias (Êx 29:37). Então, os príncipes – como representantes de toda a nação – levaram ofertas para celebrar a dedicação do altar por um período de doze dias. Cada príncipe e sua tribo teve seu dia especial. Todas as dádivas eram idênticas; talvez essa fosse uma forma de mostrar que, não importa quem somos nem nossa condição de vida, todos comparecemos diante de Deus na mesma condição, a de pecadores necessitados de graça.

“Alguns se admiram de que Deus desejasse tantos sacrifícios e indicasse a oferta de tantas vítimas sangrentas na dispensação judaica. Toda vítima moribunda era um símbolo de Cristo, lição que era gravada na mente e no coração na mais solene e sagrada cerimônia, e positivamente explicada pelos sacerdotes. Os sacrifícios foram explicitamente planejados pelo próprio Deus a fim de ensinar essa grande e importante verdade de que só pelo sangue de Cristo há perdão de pecados” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 107).


Segunda

Ano Bíblico: Mt 24–26

Comunhão com Deus

Como símbolo, a arca estava no centro da adoração israelita. Ela simbolizava o trono celestial de Deus. “O Senhor dos Exércitos... Se assenta acima dos querubins” (2Sm 6:2). No Santíssimo, a glória visível do Shekiná, pairando entre os querubins, representava a presença do Senhor. Os Dez Mandamentos, embaixo do trono dos querubins, atestavam a vontade divina, o fundamento da aliança entre Deus e Seu povo – e a base moral de Seu governo universal. A Lei fornecia aos adoradores uma compreensão do caráter de Deus, além de estipular Seus justos requisitos.

2. Leia Êxodo 25:22 e Números 7:89. Tente imaginar como seria essa experiência. Você gostaria de ter esse encontro íntimo com Deus? O que faz você pensar que não seria completamente destruído se chegasse muito perto dEle? Veja Êx 20:19

3. Em que sentido você pode hoje chegar ainda mais perto da presença de Deus? Veja Hb 4:14-16. Como Jesus tornou possível essa aproximação?

Note, também, como Moisés entrava no santuário para falar com o Senhor. Mas, de acordo com o texto, era o Senhor que falava com Moisés. A lição é que a maioria de nós sabe orar, a maioria de nós sabe falar com Deus, pleitear nosso caso e pedir isso ou aquilo. Mas a comunhão não é algo de uma única direção. Na maioria dos relacionamentos, cada parte se comunica com a outra. Deveria ser diferente entre nós e nosso Criador? Claro que não.

Então, a pergunta para nós é: Estamos dispostos a ouvir a voz de Deus quando fala conosco?

Como tem sido sua experiência na comunhão com Deus? Como o Senhor lhe comunica Sua vontade? Você está disposto a ouvir Sua voz? Que coisas em sua vida o estão impedindo de manter comunhão mais plena com o Senhor?


Terça

Ano Bíblico: Mt 27, 28

Luz no santuário

Quando Moisés entrou no santuário, depois dos 12 dias reservados à dedicação do altar no pátio, podemos entender que estava escuro dentro do Lugar Santo. Naquela conversa, o Senhor orientou que Arão devia acender as sete lâmpadas do “candelabro”, conhecido em hebraico como o menorah, da palavra hebraica or, luz (Nm 8:1-4).

O menorah (ou candelabro) com sua haste principal e seis ramos (três em cada lado) era martelado em uma única peça de ouro. Ele tinha a forma de um ramo estilizado de amêndoa (Êx 25:31-40). As lâmpadas de óleo, repousando sobre cada ramo, eram supridas pelos sacerdotes duas vezes por dia – pela manhã e pela tarde (Êx 30:7, 8). “Sobre o candeeiro de ouro puro [Arão] conservará em ordem as lâmpadas perante o Senhor, continuamente” (Lv 24:4, RSV; ênfase acrescentada).

4. Que ideia nos dão os textos seguintes sobre o significado do menorah?

a. Zc 4:1-6, 11-14 b. Ap 4:2, 5; 11:4

A visão de Zacarias sugere que o óleo que escorria para as lâmpadas do menorah, capacitando-as a queimar, é o Espírito de Deus (v. 5, 6). A palavra hebraica amêndoa (Jr 1:11, 12) significa “vigiar” ou “despertar”. A amendoeira era chamada literalmente de “árvore despertadora” ou “árvore vigia” porque era a primeira árvore a “acordar” e florescer. João viu na representação celestial do santuário um menorah de sete lâmpadas ardendo diante do trono, que são identificadas como “os sete Espíritos de Deus” – a maneira de João se referir ao Espírito Santo em Suas múltiplas operações.

Deste modo, no deserto, dia e noite, Israel era assegurado da presença de Deus no primeiro compartimento, bem como no segundo.

Como o Senhor mostrou a realidade de Sua presença na sua vida? Recorde-se daqueles tempos em que você experimentava claramente a presença de Deus de maneira notável. Como as lembranças dessas experiências o ajudam a ficar firme nas vezes em que se sente atolado no medo e nas trevas? Veja Salmo 23.


Quarta

Ano Bíblico: Mc 1–3

Dedicação dos levitas: Parte 1

5. Que cuidados eram tomados com respeito à purificação dos levitas? O que isso nos ensina sobre a santidade, o pecado, a purificação e a dedicação a Deus? Nm 8:6-26

As famílias das três divisões de levitas se acampavam ao redor do santuário. Por serem mais de 20 mil (Nm 3:39), é óbvio que algumas partes de sua dedicação foram feitas por representação simbólica. Isto é, só alguns levitas, representando os demais, em lugar de todos os levitas, estavam envolvidos direta e imediatamente.

O fascinante aqui é também a ideia de que os levitas, depois de serem purificados e barbeados, e depois de terem oferecido uma oferta pelo pecado (Nm 8:7, 8) – eles mesmos eram chamados de “oferta” ou “oferta movida” (v. 11). Certamente, não havia qualquer coisa relacionada a sacrifício humano. Dava, sim, a ideia de dedicação, consagração e reconhecimento de que esses levitas iriam fazer um trabalho no interesse de Israel, fazendo por todos o que não podiam fazer por si mesmos.

Isso é visto ainda mais claramente quando Moisés disse que “os filhos de Israel porão as mãos sobre eles [os levitas]” (v. 10), reconhecendo que essas responsabilidades haviam sido atribuídas aos levitas. A tribo como um todo fora oferecida a Deus como sacrifício vivo, e Este, por sua vez, lhes dava como um dom esse ministério especial no santuário, em lugar dos primogênitos, a quem eles agora representavam.

Tendo em mente os princípios vistos nessa cerimônia, como entendemos o que Paulo disse em Romanos 12:1? Como podemos ser um “sacrifício vivo”? O que significa isso em nossa vida diária?


Quinta

Ano Bíblico: Mc 4–6

Dedicação dos levitas: Parte 2

“Eles são os israelitas que deverão ser inteiramente dedicados a Mim. Eu os separei para serem Meus em lugar dos primogênitos, do primeiro filho homem de cada mulher israelita” (Nm 8:16, NVI).

Note como o Senhor foi enfático a respeito do chamado especial dos levitas. Eles foram “inteiramente dedicados” a Ele. O hebraico diz ainda mais literalmente que eles “foram dados dados a Mim”, enfatizando pela repetição a seriedade do seu chamado.

6. Números 8:19 diz que Deus chamou os levitas para “fazerem expiação por eles [os filhos de Israel]”. O que significa isso? Como devemos entender essa expiação, tendo em conta a cruz? Rm 5:11; Hb 9:25-28

Os estudiosos estão divididos quanto ao significado preciso dessa frase. Obviamente, não significa “fazer expiação” no sentido de morrer pelos pecados de outros, assim como não significa isso para o bode emissário de Levítico 16, do qual se diz que deveria “fazer expiação” (Lv 16:10), algo que o bode emissário, que nunca era sacrificado (e era símbolo de Satanás), não podia fazer, se entendermos expiação como sacrifício de substituição.

Obviamente, neste contexto, o verbo traduzido por “fazer expiação” tem um significado mais amplo do que o uso comum. Neste caso, a resposta pode estar no mesmo verso que diz que os levitas, fazendo seu serviço em favor de Israel, os livrariam de praga. Isto é, em seu ministério, eles ajudavam a proteger os filhos de Israel da ira divina que enfrentariam caso se chegassem “ao santuário” (Nm 8:19).

Deste modo, os levitas, como os próprios sacerdotes, faziam algo em favor do povo, que eles não podiam fazer por si mesmos. Neste sentido mais amplo, então, se dizia que eles faziam “expiação” pelo povo.

Embora, certamente, nada do que façamos constitua algum tipo de expiação, como podemos, ao cumprir fielmente nossos deveres, trabalhar como os levitas em favor do povo? O que você está fazendo em sua igreja local para o melhoramento da igreja e de sua missão?


Sexta

Ano Bíblico: Mc 7–9

Estudo adicional

Desde os tempos bíblicos, existiu o antigo costume judaico de “impor as mãos”. Qual parece ser seu significado essencial? Gn 48:8, 9, 13, 14, 17-20; Nm 27:18-23; Mt 19:13-15; At 13:1-3

“Essa forma era significativa para os judeus. Quando um pai judeu abençoava os filhos, punha-lhes reverentemente as mãos sobre a cabeça. Quando um animal era votado ao sacrifício, a mão daquele que se achava revestido da autoridade sacerdotal colocava-se sobre a cabeça da vítima. E quando os ministros da igreja de crentes de Antioquia puseram as mãos sobre Paulo e Barnabé, pediam, por esse gesto, que Deus concedesse Sua bênção aos escolhidos apóstolos, em sua consagração à obra específica a que haviam sido designados.

“Em época posterior, o rito da ordenação mediante a imposição das mãos sofreu muito abuso; ligava-se a esse ato uma insustentável importância, como se sobreviesse de vez um poder aos que recebiam essa ordenação, poder que os habilitasse imediatamente para toda e qualquer obra ministerial. Mas, na separação desses dois apóstolos, não há registro a indicar que qualquer virtude fosse comunicada pelo simples ato da imposição das mãos” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 162).

Perguntas para reflexão

Qual é nossa compreensão do que Jesus fez na cruz por nós e que não poderíamos fazer por nós mesmos? Por que Jesus teve que morrer? Mudar de vida, guardar a lei e amar incondicionalmente uns aos outros não seria suficiente para nos reconciliar com Deus?

Resumo: As formas de adoração do antigo Israel são diferentes das da igreja moderna no deserto do mundo, mas sua substância é a mesma. Dedicação dos bens materiais, contemplação do significado da cruz, oração, refletir a luz do Espírito Santo, que habita em nós e dedicação total ao Senhor são a mesma essência da fé bíblica.

Respostas Sugestivas:
Pergunta 1: Cada um dos príncipes fez a sua oferta, representando suas tribos. Os artigos ofertados seriam úteis para o serviço do santuário e sua consagração. Todos somos igualmente amados por Deus, não importa nossa condição social.
Pergunta 2: Só a misericórdia de Deus nos impede de ser destruídos na Sua presença.
Pergunta 3: Tendo Jesus como nosso grande sumo sacerdote.
Pergunta 4: a. Representa a atuação do Espírito Santo; b. A constante presença do Senhor com Seu povo.
Pergunta 5: Eram submetidos a uma purificação física antes de oferecer sacrifícios. Só então passavam a oficiar no santuário. Os que servem a Deus devem manter-se incontaminados do mundo.
Pergunta 6: Atuavam diante de Deus em favor do povo. Veja nota.

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