segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Preparando um povo


Preparando um povo

Lição 242009


Sábado à tarde

Ano Bíblico: Malaquias


VERSO PARA MEMORIZAR: “Amado, oro para que você tenha boa saúde e tudo lhe corra bem, assim como vai bem a sua alma” (3 João 2, NVI).

Leituras da semana: Nm 5, 6; Ez 33:15; Lc 19:8, 9; At 17:28; 1Co 6:19, 20

A menos que tenha sido um refugiado, provavelmente você não vai se identificar completamente com a situação dos filhos de Israel. Evidentemente, ao contrário de muitos refugiados hoje, os israelitas queriam deixar o Egito, e não ser expulsos. Ainda assim, deve ter sido desconcertante deixar a única terra que eles conheciam para ser errantes em um deserto hostil.

É nesse contexto que podemos entender melhor algumas das regras e regulamentos dados àquele povo, regras que os ajudariam a sobreviver no deserto. Ao mesmo tempo, embora algumas coisas tivessem terminado, depois que, finalmente, entraram na Terra Prometida (como o maná), muitos regulamentos permaneceram porque neles havia princípios que, se fossem seguidos, teriam abençoado em muito a vida em um mundo cheio de pecado e idolatria.

Nesta semana, vamos estudar algumas das providências que o Senhor instituiu para Seu povo antigo: como lidar com alguma enfermidade, como lidar com a infidelidade matrimonial (ou o medo dela), e como lidar com os conflitos pessoais que surgem inevitavelmente quando as pessoas vivem juntas.


Domingo

Ano Bíblico: Vista geral sobre o Antigo Testamento

Controle da doença

Imagine a cena do antigo Israel no deserto diante do Monte Sinai. Milhares e milhares de nômades com seu gado, a quilômetros de distância de qualquer tipo de civilização. Que tipo de instalações médicas eles tinham à disposição? Nenhuma! E, considerando como era frequentemente praticada a medicina então, eles podiam estar em melhor situação, ainda assim. Não obstante, nesse ambiente, com que facilidade poderia se espalhar uma epidemia qualquer!

1. Três classes de pessoas o Senhor ordenou que Moisés lançasse “fora do arraial”. Quais são? Nm 5:1-4

Aparentemente, qualquer pessoa com uma séria doença de pele poderia ser considerada leprosa. A verdadeira lepra (agora chamada de mal de Hansen) também estava incluída nessa classe. Qualquer séria infecção de pele era considerada um perigo para a comunidade. O mesmo também com uma hemorragia, ou fluxo de sangue, ou a manipulação de um cadáver em decomposição no calor do deserto, que podia espalhar doenças de proporções epidêmicas por todo o acampamento. Tanto os homens como as mulheres deveriam ser removidos até que, se possível, sua saúde melhorasse. O Senhor não odiava essas pessoas prejudicadas fisicamente, mas, por amor à saúde da nação, Ele as separava para uma área fora do acampamento, um tipo de quarentena. Mesmo nos tempos modernos, temos alas especiais nos hospitais para pessoas com doenças infecciosas.

2. Por que razão teológica essas pessoas prejudicadas eram removidas por um tempo do acampamento da nação? Nm 5:3, última frase. Que mensagem espiritual podemos tirar disso para nós mesmos?

Considere este assunto de uma perspectiva espiritual, a ideia de profanação, de pecado, e do que o pecado faz para nós. Qual cristão não experimentou a realidade da separação que uma pessoa tem do senso de presença de Deus? Quem não experimentou o senso de isolamento espiritual por achar-se impuro diante de Deus?

Que coisas estamos assistindo, lendo, comendo, fazendo ou até mesmo pensando que nos fazem sentir como se tivéssemos sido espiritualmente removidos do acampamento? Mais importante, qual é a única solução para esse problema? 1Jo 1:8, 9.


Segunda

Ano Bíblico: Mt 1–4

Controle social

Para nós, hoje, é difícil entender os enormes problemas que surgiam pela migração de milhares de pessoas, juntamente com os milhares de animais, bovinos e ovinos. Pense neles, apinhados no deserto em frente ao Monte Sinai. Os fisicamente incapacitados tinham sido removidos por causa da saúde da nação. Mas outro problema sério precisava ser tratado. Embora eles fossem instruídos a “amar” uns aos outros (Lv 19:18), como qualquer pessoa que vive em comunidade sabe, nem sempre isso é tão fácil. Mesmo nos melhores tempos, os conflitos sempre surgem.

3. Quando um israelita pecava contra alguém no acampamento, contra quem ele pecava, realmente? Nm 5:6; veja também Sl 51:3, 4. Como devemos entender esse conceito?

Ofender o próximo é pecar contra o próprio Deus. Em certo sentido, isso não deve ser muito difícil de entender. Todos nós pertencemos a Deus; todos somos Sua propriedade, tanto por criação como por redenção (1Co 6:19, 20; At 17:28). Se alguém danificasse sua propriedade, o pecado não seria só contra a propriedade em si, mas contra você, seu proprietário. O mesmo acontece quando pecamos contra outra pessoa; pecamos contra quem criou aquela pessoa e que, na cruz, a readquiriu com Seu próprio sangue. Não devemos nos admirar, portanto, que a Bíblia expresse essa ideia de que, ao pecar contra outros, estamos pecando contra o próprio Deus.

4. O que o culpado deveria fazer? Nm 5:6-8; veja também Ez 33:15; Lc 19:8, 9

Embora o princípio de endireitar os erros contra outras pessoas ainda se aplique hoje, como endireitamos também o erro que cometemos contra Deus, quando pecamos? O fato é que não podemos. É muito tarde para endireitar nossa relação com Deus. Evidentemente, foi por isso que Jesus veio ao mundo: para nos reconciliar com Deus, não por meio de qualquer coisa que possamos fazer, mas por meio do que Jesus fez por nós (Cl 1:20).

Tendo em mente o que Jesus fez para prover reconciliação entre você e Deus, o que você precisa fazer para se reconciliar com alguém com quem esteja em conflito?


Terça

Ano Bíblico: Mt 5–7

Fidelidade matrimonial

O Criador estabeleceu os laços matrimoniais no Éden ao criar a humanidade em dois sexos e celebrou a primeira união (Gn 1:26-28, 2:21-24). Dois preceitos do Decálogo, o sétimo e o décimo, protegem a instituição do casamento. Na teocracia, a infidelidade era punida pela morte de ambas as partes (Lv 20:10).

5. Como devemos entender as normas em Números 5:11-31?

Obviamente, o Senhor quis destacar a seriedade de toda a questão da infidelidade matrimonial, que é, sem dúvida, a maior ameaça para a estabilidade familiar.

Neste procedimento – que obviamente incluía um elemento sobrenatural – o foco estava na água. A água era santa; também era santo o piso do qual o sacerdote tomava uma pitada de pó. A água santa e pó não amargavam a água; simplesmente sublinhavam sua santidade. Os juízos ou maldições escritos que eram lavados pela água simbolizavam a amargura potencial. “Tudo dependida de ser a mulher santa (inocente) ou profana (culpada). Se a [água] santa encontrava a profana, o juízo era inevitável. Se a [água] santa encontrava a inocente, a harmonia prevalecia” (Raymond Marrom, The Message of Numbers. Liecester, Inglaterra: Imprensa Inter-Varsity, 2002. p. 46).

Esse procedimento (estranho para nós) não era um exemplo de magia. Ao contrário, era um recurso visual concreto que os ex-escravos podiam entender. Não era a água, mas o Senhor que lia o coração da esposa, que a castigava ou inocentava. Como esse procedimento servia também de proteção para a mulher, que podia ser vítima de ciúmes não comprovados do marido?

Por mais estranho que tudo isso pareça para nós, hoje, a lição que traz é a importância dos votos matrimoniais aos olhos de Deus. Só Deus sabe quanta dor, quanto sofrimento e prejuízo são provocados pela infidelidade matrimonial de qualquer dos cônjuges. Que tragédia é verificar que, em muitas sociedades, os votos matrimoniais pareçam ter tão pouca santidade quanto um aperto de mão!

Que coisas você pode fazer, que decisões pode tomar para ter coração puro?


Quarta

Ano Bíblico: Mt 8–10

Cidadãos consagrados

Deus pretendia organizar Israel no sentido mais amplo a fim de que fosse para Ele “reino de sacerdotes e nação santa” (Êx 19:6). Assim, para as nações distantes e próximas, o povo seria testemunha das verdades a respeito do Deus vivo e criador de todas as coisas. Porém, no Sinai, o Senhor nomeou especialmente sacerdotes e levitas para servi-Lo com relação à adoração no tabernáculo do santuário.

6. Que voto um cidadão (mulher ou homem) podia fazer para dedicar um tempo específico para o Senhor? Nm 6:1-21. Que lições espirituais podemos tirar desse fato para nós hoje, no sentido de aprofundar nossa espiritualidade e compromisso com o Senhor?

Nazireu era uma pessoa “consagrada” que se dedicava ao Senhor por tempo determinado. Um pai podia dedicar o filho para ser nazireu por toda a vida. Por exemplo, a mãe de Sansão dedicou o filho de acordo com a instrução de um anjo, com a intenção de que ele começasse a livrar Israel dos filisteus (Jz 13:2-5; 16:17). Da mesma forma, o anjo Gabriel instruiu Zacarias a criar João (Batista) como nazireu para ser o precursor do Messias (Lc 1:15). Ana também votou que Samuel seria nazireu vitalício (1Sm 1:10, 11).

Interessante, também, é o mandamento sobre a bebida. A parreira e seus produtos: suco, vinho e uvas, representavam para a mente antiga uma terra cultivada de fazendas e domicílios. Quando o nazireu não bebia do fruto da parreira, ele expressava concretamente sua convicção de que estava a caminho de uma terra melhor.


Quinta

Ano Bíblico: Mt 11–13

A bênção araônica

“O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz” (Nm 6:24-26).

Depois de ler cuidadosamente a bênção acima, responda às perguntas a seguir:

7. Como a natureza da Divindade é sugerida por estes versos? Mt 28:19

8. Como esta oração revela a total dependência de Israel em relação a Deus? Jo 15:5

9. Que significado existe no fato de que os próprios sacerdotes deveriam fazer essa oração em benefício do povo? Hb 7:25

Existem vários pontos interessantes nestes versos. Cada uma das linhas começa com o nome pessoal de Deus, o nome da aliança (Yahweh, Senhor). A congregação está no singular. Isto é, cada pessoa era mencionada como um indivíduo. Cada pessoa podia saber o que a bênção significava pessoalmente, individualmente. Isto é, não importava que Israel fosse uma comunidade, cada um podia ter sua relação pessoal com o Senhor.

Até aquele momento, Israel não possuía a Bíblia. As bênçãos do Senhor seriam vistas na libertação da escravidão, na travessia do Mar Vermelho e nas providências feitas para que tivessem comida e água. Seu poder mantenedor seria visto por Sua presença no santuário, cujo ritual – ofertas queimadas, incenso e o menorah – estariam ardendo continuamente, dia e noite.

Aqui está uma clara evidência de que a religião do Antigo Testamento era uma religião de graça (Gl 3:7-14; Hb 4:1, 2). A terceira linha assegura ao crente o sorriso e a paz de Deus (veja Mt 11:28-30).

Como você experimentou em sua própria vida as bênçãos mencionadas acima? Que coisas em sua vida tornam difícil ver essas coisas em sua experiência com Deus? Que mudanças, não importa quão dolorosas sejam, você precisa fazer?


Sexta

Ano Bíblico: Mt 14–16

Estudo adicional

“Consagre-se a Deus pela manhã; faça disso sua primeira atividade. Ore: ‘Toma-me, Senhor, para ser Teu inteiramente. Aos Teus pés deponho todos os meus planos. Usa-me hoje para Teu serviço. Permanece comigo, e permite que toda a minha obra seja feita em Ti.’ Essa é uma questão diária. Cada manhã, consagre-se a Deus para esse dia. Submeta-Lhe todos os seus planos, para saber se devem ser levados avante, ou não, de acordo com o que Sua providência indicar. Assim, dia após dia, você poderá entregar sua vida nas mãos de Deus e ela será moldada cada vez mais segundo a vida de Cristo” (Ellen G. White, Esperança Para Viver, p. 70).

“As circunstâncias podem separar amigos; as ondas desassossegadas do vasto mar podem rolar entre nós e eles. Mas nenhuma circunstância, distância alguma nos pode separar do Salvador. Estejamos onde estivermos, Ele Se acha ao nosso lado para sustentar, manter, proteger e animar. Maior que o amor de uma mãe por seu filho é o de Cristo por Seus remidos. É nosso privilégio descansar em Seu amor; dizer: ‘NEle confiarei; pois deu a vida por mim” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 72).

Perguntas para reflexão

Fale na classe sobre as situações em que você esteve errado, ou ofendeu outra pessoa, e como pode solucionar os problemas. Que lições você aprendeu dessas experiências? Como você lida com as situações em que parece que as ofensas são imperdoáveis?

Resumo: O Senhor queria que Seu povo fosse feliz e vivesse em paz. O bem-estar físico e espiritual é obtido pela obediência amorosa às Suas leis da vida, relações amoráveis com o cônjuge e com os vizinhos, e consagração diária da vontade ao Pai. Isso não significa que a vida seja sempre fácil neste mundo amaldiçoado pelo pecado, mas que pode ser muito melhorado se buscarmos andar em Seus caminhos.

Respostas Sugestivas:

Pergunta 1: Os leprosos, os que sofressem de hemorragias e os que houvessem tocado em algum cadáver.
Pergunta 2: O pecado é extremamente ofensivo a Deus, e não pode ser tolerado no arraial do povo entre os quais Deus habita.
Pergunta 3: Peca contra Deus, que é o Senhor de todos.
Pergunta 4: Confessar, fazer restituição acrescida da quinta parte.
Pergunta 5: Esse era um recurso visual para enfatizar a importância da fidelidade matrimonial e a Deus.
Pergunta 6: O voto de nazireu, em que a pessoa se consagrava inteiramente a Deus por um período.
Pergunta 7: Sugere-se as três pessoas da Trindade.
Pergunta 8: Era o Senhor que abençoava, guardava e trazia paz.
Pergunta 9: O sacerdote era o mediador entre Deus e os homens. Nessa função, ele estava representando Deus.

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