quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Príons Desvendados


Saiba mais sobre o mal da vaca louca

A doença da vaca louca, também conhecida como BSE - Bovine Spongiform Encephalopathy - (sigla em inglês para encefalopatia bovina espongiforme), surgiu no Reino Unido, em 1986 e se disseminou para outros países da Comunidade Européia , devido à reciclagem, sem controle, de carne, ossos, sangue e vísceras usados na fabricação de ração animal. Em 1995, um inglês de 19 anos foi a primeira vítima da doença de Creutzfeldt-Jakob cuja origem foi atribuída à ingestão de carne contaminada.


Vários casos de encefalopatias em pessoas foram constatados, devido ao consumo de carne de animais contaminados. De lá para cá, a doença, que dizimou rebanhos na Europa, já foi detectada em vários países, entre eles no Canadá e, recentemente, nos Estados Unidos. No Brasil, o uso da proteína animal na fabricação de ração para bovinos é proibido. Não existe casos registrados no Brasil.


O QUE É A DOENÇA?

É uma moléstia crônica degenerativa que afeta o sistema nervoso dos bovinos provocando o descontrole motor. As células morrem, e o cérebro fica com aparência de esponja. A vaca passa a agir como se estivesse enlouquecida. A doença também pode se manifestar em seres humanos, conhecida como: “doença de Creutzfeldt-Jakob” e em ovinos onde a doença é conhecida como "scrapie”.


O agente causador da doença não é um vírus, bactéria ou parasita. Trata-se de uma proteína anormal chamada príon.


COMO OCORRE A TRANSMISSÃO?

Em bovinos e ovinos a transmissão se dá devido à reciclagem, sem controle, de carne, ossos, sangue e vísceras na alimentação de animais.


Em seres humanos a transmissão ocorre pela ingestão de carne - mesmo frita ou cozida- de animais contaminados. A chance de desenvolver a doença por contaminação é de somente 5%. Nos outros 95% dos casos, a doença se desenvolve naturalmente.

Ovinos, bovinos e humanos podem adquirir a doença naturalmente _seja por uma alteração casual de suas proteínas, seja por determinação genética_ ou por contaminação.


QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

- Em ovinos e bovinos, os principais sintomas são agressividade e falta de coordenação motora.


- Em humanos, os principais sintomas são mioclonia - contração muscular brusca e breve - e demência. A doença se desenvolve principalmente em pessoas com mais de 50 anos de idade


QUAL O TRATAMENTO?

- Não existe tratamento conhecido


O QUE FAZER PARA EVITAR A CONTAMINAÇÃO?

- Evitar comer carne de ovinos e bovinos provenientes de países onde exista contaminação.



Fonte: http://www.saudeanimal.com.br/mal_da_vaca_louca.htm



Príons Desvendados


O processo de invasão de proteínas príon infectadas em células foi identificado por um grupo pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Elas são responsáveis por doenças neurodegenerativas graves ainda sem tratamento, como a kuru, que infectou uma tribo da Papua-Nova Guiné, e o mal da vaca louca, que obrigou o extermínio de muitos rebanhos bovinos na Europa, além de contaminar cerca de 170 humanos na Inglaterra. A descoberta pode representar um passo rumo à cura dessas moléstias.

Neurônios com o príon celular não infectado (chamado proteína PrPc) depositado, destacado (em vermelho na imagem).

A proteína prion celular é encontrada normalmente em nosso organismo em uma forma não-infecciosa. A diferença entre a versão normal e a infectada está na distribuição de aminoácidos. Enquanto a estrutura da primeira apresenta-se em sua maioria na forma alfa-hélice, a estrutura da segunda tem a forma folha beta. Segundo Marco Antônio Prado, professor do Departamento de Farmacologia da UFMG, o grande problema ocorre quando as duas proteínas se encontram. “A infectada corrompe o príon celular e se propaga como um vírus.”

A tese de doutorado de Ana Cristina Magalhães, orientada por Prado, buscou determinar algumas características dos príons. O trabalho foi feito a partir de observações em um microscópio confocal, no qual se pode ter planos específicos de uma célula. Os resultados revelaram que os príons infectados formam aglomerados que se ligam à superfície celular. Durante o processo de endocitose, no qual a célula absorve nutrientes através de sua membrana celular, um pedaço desse aglomerado é quebrado e ultrapassa a membrana. “Como os príons infectados não são digeridos facilmente, eles ficam vagando no interior da célula até encontrarem as proteínas príon não-infectadas”, explica Prado.

Segundo os pesquisadores, o local onde os príons infectados devem ser combatidos é na membrana celular, do lado de fora da célula. “Se conseguirmos impedir que este aglomerado de príons interaja com a superfície celular, impossibilitaremos sua penetração na célula, o que impediria seu contato com as proteínas do nosso organismo e, conseqüentemente, a infecção”, explica Prado.
O estudo, que envolveu pesquisadores do Instituto Nacional de Doenças Alérgicas e Infecciosas (EUA), foi publicado no Journal of Neuroscience. A continuação do trabalho tem a colaboração de cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Instituto Ludwig de Pesquisa Sobre o Câncer.

Para o professor, um grande risco oferecido por essas doenças se deve à falta de conhecimento sobre príons. “Há um enorme campo a ser explorado por pesquisadores, mesmo em relação à proteína não-infectante, presente em nosso corpo, da qual ainda não se conhece todas as funções.”

A doença priônica mais comum entre humanos é a Creutzfeldt-Jakob. Segundo Prado, ela pode ser transmitida em procedimentos cirúrgicos, como neurocirurgias, devido a utilização de instrumentos sem a devida higienização. “Houve também casos de infecção por uso de hormônios de crescimento obtidos de de cadáveres”, diz. Ele explica ainda que doenças priônicas também podem ser transmitidas heriamente.

No caso da kuru, uma variação da Creutzfeldt-Jakob, a proliferação ocorreu devido à prática tradicional de canibalismo da tribo papuásia. “A contaminação só teve fim quando os indivíduos foram convencidos a parar de comer os cérebros dos mortos”, explica Prado. Contaminação também foi a forma de proliferação do mal da vaca louca. Isso ocorreu porque, ao contrário do Brasil, na Europa o gado foi alimentado com ração animal. Verificou-se que esta era feita a partir do sistema nervoso de ovelhas, que poderiam estar contaminadas.


Fonte: http://www.jornallivre.com.br/122124/prions-desvendados.html

...e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares (Mateus 24:7)


Um comentário:

Diversão é aki mesmo!!!!!!! disse...

Gostaria de saber como faço para receber a Revista Princípios em casa.