Vítimas de deslizamentos de terra já passaram de 180 no Estado
Até a noite de quinta-feira (8), as chuvas no Rio de Janeiro já haviam matado mais do que o dobro do que em quatro meses de temporais no Estado de São Paulo. Geógrafos apontam dois fatores para a tragédia provocada pela chuva no Rio ter sido maior que em São Paulo: o relevo do Estado e a natureza do fenômeno dos deslizamentos de terra, que diminui a chance de sobrevivência. Sofreu com as chuvas? Conte aqui
Veja em vídeo a coberturaAté a noite de quinta-feira (8), as chuvas no Rio de Janeiro já haviam matado mais do que o dobro do que em quatro meses de temporais no Estado de São Paulo. Geógrafos apontam dois fatores para a tragédia provocada pela chuva no Rio ter sido maior que em São Paulo: o relevo do Estado e a natureza do fenômeno dos deslizamentos de terra, que diminui a chance de sobrevivência. Sofreu com as chuvas? Conte aqui
Veja as fotos das chuvas no Rio
Para o professor de geologia da UFF (Universidade Federal Fluminense) Adalberto Silva, a natureza geográfica do Rio de Janeiro, aliada à ocupação irregular nas encostas, acelerou o processo de deslizamentos. Ele explica que, em São Paulo, houve muitas enchentes, enquanto no Rio predominaram os deslizamentos de casas. As chances de sobreviver a esse tipo de acidente são pequenas. Isso porque as vítimas não têm tempo de reagir e a lama que desce das encostas acaba sufocando-as.
Silva entregou um estudo à prefeitura de Niterói, em 2004, que apontava as áreas da cidade mais suscetíveis a desabamentos. O bairro do Cubango, que fica próximo ao morro do Bumba, onde 14 corpos já haviam sido retirados no início da noite de quinta-feira após um deslizamento, estavam entre esses locais.
- Para o geólogo, a tragédia é anunciada. Por isso, você entrega as informações ao poder público para ele tomar as providências necessárias. Ele tem ferramentas para analisar isso e minimizar essas tragédias.
O geógrafo e professor da USP (Universidade de São Paulo) Jurandyr Ross concorda que a tragédia que ocorreu o Rio não é para ser uma surpresa, pois as chuvas intensas são normais na região. Ele destacou que a capital fluminense é construída, predominantemente, em uma planície costeira, que é facilmente inundável. E, ao redor dessa planície, estão as montanhas da Serra do Mar, muito inclinadas e ocupadas irregularmente.
- São construções frágeis, em relevo frágil. Porque é muito inclinado.
Em comparação com a capital paulista, que também sofre com as chuvas, o professor da USP acredita que a situação do Rio é bem mais complicada. Ele argumenta que a dificuldade de escoamento da água das chuvas na capital fluminense é generalizada, enquanto em São Paulo é mais pontual. Outro agravante do Rio é o mar. O professor lembrou que, quando há frente fria na região, as ondas ficam mais altas, dificultando ainda mais o escoamento.
Silva entregou um estudo à prefeitura de Niterói, em 2004, que apontava as áreas da cidade mais suscetíveis a desabamentos. O bairro do Cubango, que fica próximo ao morro do Bumba, onde 14 corpos já haviam sido retirados no início da noite de quinta-feira após um deslizamento, estavam entre esses locais.
- Para o geólogo, a tragédia é anunciada. Por isso, você entrega as informações ao poder público para ele tomar as providências necessárias. Ele tem ferramentas para analisar isso e minimizar essas tragédias.
O geógrafo e professor da USP (Universidade de São Paulo) Jurandyr Ross concorda que a tragédia que ocorreu o Rio não é para ser uma surpresa, pois as chuvas intensas são normais na região. Ele destacou que a capital fluminense é construída, predominantemente, em uma planície costeira, que é facilmente inundável. E, ao redor dessa planície, estão as montanhas da Serra do Mar, muito inclinadas e ocupadas irregularmente.
- São construções frágeis, em relevo frágil. Porque é muito inclinado.
Em comparação com a capital paulista, que também sofre com as chuvas, o professor da USP acredita que a situação do Rio é bem mais complicada. Ele argumenta que a dificuldade de escoamento da água das chuvas na capital fluminense é generalizada, enquanto em São Paulo é mais pontual. Outro agravante do Rio é o mar. O professor lembrou que, quando há frente fria na região, as ondas ficam mais altas, dificultando ainda mais o escoamento.
Para os dois professores, a solução ideal seria que o poder público retirasse todas as pessoas que vivem nesses locais de risco e não abandonasse a área, garantindo que ela se mantivesse em boas condições e que fosse usada de maneira correta. Mas, segundo Ross, essa ação é complicada pois envolve muitas pessoas.
Outra saída, apontada por Silva, seria criar muros de contenção nas encostas da cidade, o que acabaria com a paisagem do Rio de Janeiro.
- Dá para fazer obras nesses lugares. Se o Rio corrigisse todas as áreas de risco, ia ter concreto para todo lado. A população não vai querer ver sua cidade destruída, porque o poder público não consegue realocar essas pessoas.
Fonte: R7
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