Verso para Memorizar: “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei” (Mateus 11:28).
Leituras da semana: 1Rs 17:2-4, 15, 16; 19:1, 2; Mc 6:31-34; Gl 6:2; Jo 15:13
O estresse afeta a todos. Exigências no trabalho, crises familiares, culpa, incerteza sobre o futuro, descontentamento com o passado – esses todos já são difíceis. Tudo isso, somado aos eventos gerais da vida, podem pôr sobre as pessoas pressão suficiente para afetar sua saúde física e mental. Os pesquisadores Thomas H. Holmes e Richard H. Rahe desenvolveram a escala de avaliação de reajustamento social, que classifica os eventos da vida com valores de estresse correspondentes a cada um: morte do cônjuge – 100; ferimentos ou enfermidade – 53; mudança de residência – 20; etc. Quem tiver acumulado 200 ou mais pontos a qualquer tempo corre um risco de 50 por cento de ficar doente; quem chega a 300 ou mais está no ponto de crise. O estresse moderado é necessário para aperfeiçoar o desempenho, mas um estresse além do ponto se torna um perigo à saúde.
Jesus mostrou por preceito e exemplo que o hábito de buscar a Deus em um tempo e lugar tranquilo é o melhor remédio para as tensões da vida (Mc 6:31). Se Lhe permitirmos, o Senhor nos ajudará a lidar com as pressões que fazem parte inevitável da vida.
Eventos excitantes da vida
1. Como Deus providenciou a sobrevivência de Elias durante a longa seca em Israel? 1Rs 17:2-6, 15, 16
No meio de uma longa fome, Elias deve ter se sentido muito perto de Deus, que tomou cuidado tão pessoal para com ele. Primeiramente, ele teve a oportunidade de testemunhar os corvos (aves normalmente repugnantes) vindo para alimentá-lo duas vezes por dia. Esse foi um grande milagre! Então, ele viu infinitas porções de pão surgindo de um pouco de óleo e farinha – suficientes para alimentar três pessoas por dois anos. Que maior evidência do cuidado providencial de Deus seria necessária?
Ellen G. White aplicou as lições dessa história ao povo fiel de Deus nos últimos dias: “Vi que nosso pão e nossa água serão certos nesse tempo, e que não teremos falta nem padeceremos fome, pois Deus é capaz de estender para nós uma mesa no deserto. Se necessário, Ele enviaria corvos para nos alimentar, como fez com Elias, ou faria chover maná do céu, como fez para os israelitas” (Primeiros Escritos, p. 56).
2. Que outras coisas aconteceram a Elias, e que lições podemos tirar delas? 1Rs 17:17-22; 18:23-39, 45
Deus usou Elias para ressuscitar o filho da viúva. Que prova de fé! Que demonstração do poder de Deus sobre a vida e a morte! Em seguida, a prova no Monte Carmelo foi uma demonstração irrefutável e espetacular do poder de Deus. Finalmente, a chuva pesada, depois de uma seca de três anos, foi outra manifestação do envolvimento de Deus com os negócios humanos. A vida de Elias estava cheia de intervenções diretas de Deus. É difícil imaginar como pode alguém, afinal, deixar de confiar completamente no Senhor. Mas, não muito depois disso, Elias foi tomado pelos sintomas do estresse e desânimo (veja a lição de amanhã).
Assim, existe aqui uma lição importante. Não importa quais sejam os milagres que ocorram em nossa vida, sempre enfrentaremos obstáculos. Ninguém, nem mesmo um profeta como Elias, está livre das dificuldades que a vida traz.
Você está se destacando por sucesso e realização? Uma longa série de eventos divertidos (alguns até positivos) pode acrescentar muito peso à sua carga. Ao mesmo tempo, por que devemos ser cuidadosos para não ficar muito envaidecidos com nós mesmos nos bons tempos?
Quer tenha Elias participado da morte de centenas de pessoas ou não, ele foi claramente responsável pela operação, e essa deve ter sido uma experiência emocionalmente desoladora. Esse ato foi permitido por Deus como a única maneira de erradicar a idolatria, o que incluía o sacrifício de crianças (Jr 19:5). No entanto, isso certamente deve ter exercido um impacto emocional sobre o profeta.
3. Além do estresse daquela provação, que mais Elias enfrentou? 1Rs 19:1, 2.
Desde o início do reinado de Acabe, a rainha má foi inflexível no sentido de que seu marido devia servir a Baal e adorá-lo (1Rs 16:31). Como resultado, todo o Israel caiu nas práticas idólatras. Jezabel teve participação decisiva no estabelecimento da adoração de Astarote, uma das formas mais vis e mais degradantes da idolatria cananita. Agora, com a morte de todos os sacerdotes, Jezabel parecia impaciente e enfurecida.
4. Como Elias reagiu à mensagem vinda de Jezabel? 1Rs 19:3, 4
Esse homem de Deus, depois de testemunhar uma série de milagres maravilhosos, como pôde se encontrar em tanto desespero? Como chegou ao ponto de pedir que Deus lhe tirasse a vida? Afinal, pense nos milagres que ele viu e até em que se envolveu!
“Satanás [tem se] aproveitado da fraqueza da humanidade. E continuará a operar assim. Sempre que uma pessoa se encontra rodeada de nuvens, perplexa pelas circunstâncias ou aflita pela pobreza e a infelicidade, Satanás se acha a postos para tentar e aborrecer. Ataca nossos pontos fracos de caráter. Procura abalar nossa confiança em Deus, que permite existirem tais condições” (Ellen G. White,
O Desejado de Todas as Nações, p. 120).
Com que frequência você tem feito a mesma coisa: esquecer a incrível operação do Senhor por você no passado? Por que é tão importante, especialmente nas ocasiões de desespero e estresse, apegar-se às lembranças de como Deus trabalhou em sua vida no passado? Por que nos esquecemos tão facilmente do que o Senhor fez por nós? Como o louvor e a adoração podem ajudar você nesses tempos difíceis?
Terapia de Deus
5. Quais foram os remédios simples fornecidos a Elias durante esse tempo estressante de sua vida? 1Rs 19:5-9. Que podemos aprender desse episódio? Como nossos atos estão afetando, para o bem ou para o mal, nossa atitude mental?
Dormir. Comer. Dormir novamente. Comer novamente. E então, fazer exercício físico intenso – quarenta dias e quarenta noites; caminhando do Monte Carmelo ao Monte Horebe. O interessante é que sono apropriado, exercício e alimentação saudável são prescritos frequentemente para combater o estresse psicológico.
Um tratamento comum para os distúrbios de humor é chamado de programação de atividades. Consiste no desenvolvimento de um calendário rígido que contenha atividades prazerosas e propositais que forcem a pessoa deprimida a se organizar, antecipar e realizar eventos. Esse regime ajuda a pessoa a preencher o tempo de forma positiva e evitar a auto-piedade. Frequentemente, o exercício físico é incluído nas atividades, pois ajuda a produzir endorfinas, substâncias químicas naturais semelhantes à morfina que melhoram o humor e, pelo menos temporariamente, aliviam a depressão.
Com a orientação celestial, Elias foi levado a dar os passos que restauraram sua saúde mental. À semelhança de Elias, precisamos estar abertos à liderança divina. Quando se assentou sob o pé de zimbro, Elias orou. Sim, foi o tipo errado de oração (pedir que Deus lhe tirasse a vida), mas, pelo menos, era uma oração, um desejo de que Deus levasse a carga.
Com o passar do tempo, Elias venceu seu terrível desânimo, e Deus ainda pôde usá-lo (veja 1Rs 19:15, 16; 2Rs 2:7-11). Antes de ser levado para o Céu em um redemoinho, Elias recebeu o grande privilégio de ungir seu sucessor e de testemunhar a abertura das águas do rio Jordão, permitindo assim que ele e Eliseu cruzassem o rio em seco.
Finalmente, Elias foi levado para o Céu, sem ter que provar a morte. Justo ele que, não muito antes, estava pedindo que Deus lhe tirasse a vida!
O que perderemos se só orarmos em ocasiões de desânimo e desespero? Compare com os benefícios de uma vida de constante oração em vez de oração só nas situações de emergência. Como você pode viver em atitude de oração constante?
O método de Jesus para administrar o estresse
Com a popularização dos telefones celulares, no meio da década de 1990, um pastor adventista veterano disse: “Nunca quero ter um! Ao visitar as igrejas e ouvir os problemas das pessoas, fico cansado e aflito; mas quando volto para o carro, encontro refúgio. Se tivesse um celular, eu não acharia descanso nem mesmo no carro.” Todo seguidor de Cristo precisa de um lugar quieto de refúgio para encontrar tranquilidade, para orar e ouvir Deus em Sua Palavra escrita.
6. Leia Marcos 6:31. Que lição podemos tirar desse episódio? Com que frequência você faz isso? Ou será que você sempre tem uma desculpa?
Falando de Jesus, Ellen G. White escreveu: “Sua felicidade encontrava-se nas horas em que estava a sós com Deus e a natureza. Sempre que Lhe era concedido esse privilégio, afastava-Se do cenário de Seus labores e ia para o campo, a meditar nos verdes vales, a entreter comunhão com Deus na encosta da montanha ou entre as árvores da floresta. O alvorecer frequentemente O encontrava em algum lugar retirado, meditando, examinando as Escrituras ou em oração. Dessas horas quietas voltava para casa, a fim de retomar Seus deveres e dar exemplo de paciente labor” (O Desejado de Todas as Nações, p. 90).
7. Que outro refúgio tinha Jesus? Mt 21:17, Mc 11:11
As pessoas podem ser uma fonte de angústia ou de paz. Jesus achava paz com os amigos que traziam conforto e afeto para Sua vida. Isso Ele encontrava na casa de Lázaro, Marta e Maria. “Seu coração estava unido por forte vínculo de afeição à família de Betânia. ... Frequentemente, quando cansado, sequioso de companhia humana, alegrava-Se de poder escapar para esse pacífico ambiente de família... Nosso Salvador apreciava um lar tranquilo e ouvintes interessados. Anelava a ternura, a cortesia e o afeto humanos” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 524).
Como você pode aplicar à sua vida o método de administração do estresse de Jesus? Que conselho você daria a um morador da cidade que precisasse viajar por horas para encontrar a natureza? Ou para alguém que vive em uma família estendida com um grande número de pessoas sob o mesmo teto? A quem você buscaria, entre sua família ou amigos, se estivesse desorientado e sentindo falta de apoio emocional?
Levando alívio aos outros
8. Que características específicas do comportamento de Jesus Pedro usou para descrever seu Mestre? At 10:38
O estilo de Jesus era fundamentalmente abnegado. Ele utilizava toda a Sua energia para servir aos outros, levar-lhes alívio com palavras amáveis e poder de cura. Jesus nunca usou Seus poderes divinos para beneficiar a Si mesmo. Isso deve ter causado tal impressão em Pedro que sua descrição do Salvador era a de alguém que “andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo” (v. 38).
Na maioria dos casos, a pressão provocada por trabalho, relacionamentos, dinheiro, etc., é egocêntrica. O enfoque nos outros (em lugar de em si mesmo) é um bom caminho para remover a pressão pessoal. Pessoas que participam de trabalhos voluntários, projetos de comunidade, etc., relatam maiores sentimentos de bem-estar e satisfação que aqueles que não o fazem.
9. No relacionamento com outras pessoas, qual é a prioridade do cristão? Gl 6:2; Fp 2:4; Jo 15:13
John D. Rockefeller (1839-1937) deu um exemplo de como sobreviver ao estresse tirando a atenção de si mesmo e dirigindo-a aos outros. Por volta de 1879, sua companhia, a Standard Oil, processava cerca de 90 por cento do refino de petróleo nos Estados Unidos. Aos 50 anos, ele era o homem mais rico do mundo. Mas, em 1891, ele teve um colapso nervoso e quase morreu. Porém, ele se recuperou da enfermidade em apenas alguns meses. Como?
Além de alimentação simples, descanso e exercício, ele decidiu doar sua fortuna, e passou os últimos 40 anos de vida como filantropo. No início do século 20, sua fortuna pessoal alcançava quase 900 milhões de dólares. No momento de sua morte, seus bens estavam estimados em 26 milhões. As doações fizeram muito bem ao mundo. E, quanto a ele mesmo, sua vida se estendeu por mais quase 50 anos, vivendo em satisfação até os 97 anos de idade.
Qual foi sua experiência com as bênçãos resultantes de servir aos outros? Por que não fazer um esforço concentrado e em oração para alcançar mais?
Indescritivelmente cansado, [Elias] se assentou para repousar debaixo de um zimbro. Assentando-se aí, pediu a morte para si mesmo. ... Fugitivo, longe da habitação dos homens, causticado pelo amargo desapontamento, ele desejou nunca mais olhar a face de um homem. … Na experiência de todos surgem ocasiões de profundo desapontamento e extremo desencorajamento – dias em que só predomina a tristeza, e é difícil crer que Deus é ainda o bondoso benfeitor de Seus filhos na Terra; dias em que o dissabor mortifica o ânimo, de maneira que a morte pareça preferível à vida. É então que muitos perdem a confiança em Deus e são levados à escravidão da dúvida, ao cativeiro da incredulidade. Se, em tais ocasiões, pudéssemos discernir com intuição espiritual o significado das providências de Deus, veríamos anjos procurando salvar-nos de nós mesmos, esforçando-se por firmar nossos pés num fundamento mais firme que os montes eternos; e nova fé, nova vida jorrariam para dentro do ser” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 162).
Perguntas para reflexão
1. Você já teve ocasiões em que viu claramente a mão de Deus operando em sua vida, e sua fé se fortaleceu, só para logo em seguida afundar e se achar cheio de dúvidas sobre Deus e Sua guia em sua vida? O que você aprendeu dessa experiência pode ajudar outras pessoas que estão enfrentando a mesma coisa?
2. Por que o hábito de ajudar os outros nos faz sentir melhor? Por que isso é tão frequente? Ao mesmo tempo, por que é tão difícil dar de nós mesmos aos outros? Como podemos aprender a ser mais dispostos a morrer para o eu a fim de melhor servir às necessidades dos que estão ao nosso redor?
3. Examine seus próprios hábitos de saúde. O que você está comendo e bebendo? Qual é o seu programa de exercícios? Quanto tempo de lazer você tem? Que mudanças você pode fazer para se sentir melhor tanto emocional como fisicamente? Embora, em alguns casos, as pessoas tenham necessidades psicológicas muito sérias, que precisam ser tratadas por profissionais, muitas vezes, a mudança de estilo de vida pode fazer grande diferença em nosso bem-estar.
4. Quantas horas “vagas” você tem? O que você faz com esse tempo? Como você pode utilizar melhor esse tempo para aumentar seu relacionamento com Deus?
Respostas sugestivas:
Pergunta 1: Sustentando-o por meio de corvos e de uma viúva em terra estranha.
Pergunta 2: Ressuscitou o filho da viúva e enfrentou os sacerdotes de Baal.
Pergunta 3: A fúria da rainha Jezabel.
Pergunta 4: Temeu pela sua vida e fugiu.
Pergunta 5: Alimentação, descanso e caminhada.
Pergunta 6: Fugir dos eventos estressantes e repousar.
Pergunta 7: O lar de Betânia.
Pergunta 8: Andava fazendo o bem e curando. Deus estava com Ele.
Pergunta 9: Dar prioridade ao bem dos outros.
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