Sábado à tarde | Ano Bíblico: Ed 1–3 |
Verso para Memorizar: “Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor” (Filipenses 4:5). |
Leituras da semana: Gn 9:20-27; Pv 20:1; 23:31–35; 1Co 6:19; 10:31; 2Pe 1:5-9
Ele tinha sido um juiz respeitado, mas agora vivia na pobreza, vítima de abuso do álcool. Por causa desse vício horrível, que lhe roubou não apenas a dignidade mas a família e o sustento, ele trocou a toga do ofício magistral pelos trapos de um mendigo.
Que fim trágico para o que havia sido uma vida próspera e útil! Em 2007, os noticiários ficaram cheios com a notícia trágica da morte desnecessária de uma jovem que bebeu água demais!
Água? Sim! Como parte de uma competição pelo rádio, ela bebeu uma quantidade excessiva de água e morreu mais tarde, naquele mesmo dia. A autópsia não revelou nada a não ser intoxicação por água.
Embora seja essencial para toda a vida e, normalmente, seja inocente, a água pode matar quando tomada em excesso.
Nesta semana, vamos estudar sobre a temperança em um mundo que equipara o excesso ao sucesso. As ilustrações acima mostram que as coisas prejudiciais devem ser completamente evitadas, e substâncias e práticas sadias devem ser usadas com moderação. Em muitos casos, a moderação é um elemento-chave frequentemente esquecido.
Vamos examinar o que é verdadeira temperança e por que o Senhor quer que sejamos temperantes.
Prévia da semana: Como seres humanos, fomos comprados pelo sangue de Jesus. Consequentemente, temos a responsabilidade moral de cuidar de nosso corpo, e a temperança é a chave para cumprir essa responsabilidade.
Domingo | Ano Bíblico: Ed 4–6 |
O primeiro ébrio na Bíblia
O que você gostaria de deixar como herança? Mais especificamente, pelo que você gostaria de ser lembrado depois da morte? Que você foi rico, popular ou politicamente poderoso? Quais são as coisas que realmente importam?
Em toda a Bíblia, encontramos personagens que deixaram legados. Alguns, muito bons, outros, muito ruins, e alguns, uma mistura de tudo.
Veja Noé. Provavelmente, ele seja mais lembrado como o primeiro evangelista não tão bem-sucedido. Ele pregou por 120 anos e só conseguiu um punhado de conversos, e de sua própria família imediata.
Mas a visão de Deus sobre Noé era muito positiva. Em meio à maldade do mundo antediluviano, “Noé achou graça diante do Senhor” (Gn 6:8).
1. Como “Noé achou graça diante” de Deus? Por quê? Gn 6:9, 22; 7:1
2. Apesar da fidelidade e obediência de Noé e de fazer tudo o que Deus lhe pediu, outra história também foi registrada para nós. Leia Gênesis 9:20-27. Que lições podemos tirar dessa triste história?
Noé alcançou notoriedade por ser o primeiro ébrio registrado na Bíblia. Que tristeza que um homem que fez tanto bem pelo Senhor, a quem foram dadas tantas responsabilidades, e que foi tão altamente considerado, haja caído dessa forma!
A mente é o canal para a maior parte da comunicação e deve ser mantida livre de toxinas e substâncias que possam obscurecer a razão e o julgamento. A experiência de Noé é uma advertência e exemplo para nossa instrução, visto que, mesmo o “melhor” entre nós, até o mais forte e mais fiel, não está imune à tentação e mesmo ao pecado aberto. Beber já teria sido muito ruim, mas parece que Noé se entregou a uma bebedeira. Se Noé caiu assim, que dizer de nós?
Você conhece um líder bem respeitado da igreja que caiu de uma forma ou de outra? Sempre ficamos chocados quando alguém que admiramos tropeça, cai e nos desaponta. Como podemos estender as promessas de graça até aos que, como nós, realmente não a merecem? |
Segunda | Ano Bíblico: Ed 7–10 |
O álcool hoje
Na primeira década do século 21, o álcool esteve envolvido em quase 1,8 milhões de mortes por ano; isso significa 3,2% das mortes no mundo. A quantidade de álcool consumida está subindo continuamente. O consumo abusivo (de quatro a cinco doses sucessivas em homens e três a quatro doses sucessivas em mulheres) está crescendo de modo inquietante entre adolescentes e jovens adultos. Essa tendência não mostra sinais de enfraquecer. O álcool tem consequências pela intoxicação, embriaguez, dependência (vício) e outros efeitos químicos sobre o corpo.
3. Que instruções, experiências e advertências apresenta a Bíblia contra o álcool? Jz 13:2-8; Pv 20:1; 23:31-35; Is 5:11; Ef 5:18
Curiosamente, muito antes de qualquer descrição científica dos efeitos negativos do álcool sobre o feto (síndrome do álcool fetal), a mãe de Sansão foi advertida a não tomar álcool durante a gravidez. Salomão também adverte contra os efeitos do álcool, especificamente o vinho e a cerveja. A partir da observação pessoal e, possivelmente, da experiência, ele descreve como o álcool modifica o comportamento, normalmente conduzindo à tristeza. Isaías descreve vividamente como os sacerdotes se comportam inadequadamente quando estão intoxicados, confirmando as advertências dadas por outros escritores. Paulo também tem palavras de precaução quanto ao álcool.
As descrições bíblicas do consumo de álcool revelam principalmente comportamentos impróprios e indesejáveis e advertem contra esses resultados.
“Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (1Pe 5:8). Podemos estar certos de que o uso do álcool é uma das maiores armadilhas do diabo. Quantos milhões de vidas têm sido arruinados ao longo dos séculos pelo uso dessa droga perigosa, venenosa tanto para o corpo como para a mente! Como será melhor para nós mesmos e para nossos familiares se evitarmos completamente essa armadilha perigosa, sem transigência!
Quem não conhece pessoas que tiveram a vida arruinada pelo álcool, mediante uso próprio ou de outros. Por que correr esse risco para você mesmo? Que passos você pode dar para assegurar-se de que você ou seus familiares nunca comecem a escorregar por esse caminho perigoso, que não promete nada de bom mas só tristeza e aflição? |
Terça | Ano Bíblico: Ne 1–4 |
“Mas o álcool não é bom para o coração?”
Desde o início da década de 1970, tem havido certo debate sobre os benefícios do vinho e do álcool em geral sobre a saúde do coração. Muito se escreveu na imprensa leiga e científica sobre um estudo feito na França a respeito desse assunto. Em anos recentes, uma reanálise dos dados da população francesa e um acompanhamento adicional lançaram dúvida significativa sobre a teoria. O comprovado interesse da indústria de bebida alcoólica manteve o assunto à vista do público. Muitos membros da igreja estão pensando se sua saúde está sofrendo porque não bebem álcool regularmente.
Não existe absolutamente nenhuma literatura mostrando qualquer benefício aparente ou real do álcool sobre a saúde dos jovens. A alegação de aparentes benefícios do álcool sobre a saúde cardiovascular da população de meia-idade foi desafiada com êxito na recente literatura científica.
Nos estudos que mostraram o aparente benefício, indivíduos que anteriormente haviam sido bebedores de álcool foram incluídos no grupo de controle como não-bebedores; alguns desses haviam deixado de beber por causa de problemas de saúde relacionados com o álcool. Esses mesmos indivíduos do grupo de controle, em geral, tinham saúde mais deficiente que os bebedores. A reanálise dos dados, corrigindo esses defeitos no projeto de estudo, mostrou não haver benefícios demonstráveis para a saúde por beber moderadamente, em comparação com os não bebedores. Ademais, uma análise mais acurada dos grupos estudados mostrou que aqueles que pertenciam ao grupo dos bebedores moderados, e que originalmente se pensava terem melhores resultados de saúde, tinham outras diferenças quanto ao grupo de controle. Eles tinham melhor alimentação, exercitavam-se regularmente, mantinham uma situação sócio-econômica mais elevada e tinham melhor acesso a cuidados de saúde. Sabe-se há muito que esse conjunto de circunstâncias está associado a melhor saúde e longevidade. Conforme esses estudos, os benefícios não se deviam à ingestão moderada de bebidas, mas a outras práticas de estilo de vida.
Como somos abençoados por ter uma mensagem de saúde que nos adverte em detalhes contra a destruição causada por esses venenos, mesmo antes de os epidemiologistas saberem disso! Como é perigoso procurar o que se torna um benefício de saúde inexistente em troca de um largo espectro de efeitos perigosos do álcool, desde a perda da habilidade motora e julgamento até a potencial destruição causada por trauma, violência, acidentes, violência doméstica, cirrose, câncer, vício e até demência!
Quarta | Ano Bíblico: Ne 5–8 |
Temperança em todas as coisas
Às vezes, a palavra temperança soa antiquada. Frequentemente, nós a comparamos com movimentos e organizações que dão atenção particularmente ao álcool e ao fumo. Pensamos nas antigas canções promovidas por esses movimentos e cantadas por nossa igreja nascente; mulheres advertindo os jovens sobre os hábitos asquerosos dos que mascam e cospem tabaco. Quase caricaturamos toda a questão, e evitamos mencionar a palavra em nossa era sofisticada.
Pensa-se, às vezes, ser mais fácil nem mesmo falar de temperança. Enquanto deixamos de falar e instruir sobre temperança, alguns em nossa igreja estão sendo vencidos por coisas que se considerava serem problemas só do “mundo”.
4. Leia 2 Pedro 1:5-9. Como essas palavras devem ser aplicadas a todas as áreas de nossa vida, particularmente quando se referem aos hábitos de saúde? Como podemos tornar essa admoestação bíblica uma realidade para nós mesmos?
Temperança é muito mais que não fumar, não usar drogas ilegais, não beber álcool, ou até mesmo chá, café e refrigerantes. Isso porque até as boas coisas, quando levadas a excesso, podem causar problemas.
Quais são seus hábitos de trabalho? Você mantém horários razoáveis? Existe tempo para Deus, para a família, recreação, preparo físico e serviço aos outros?
Quanto tempo você passa dormindo, ou você está trabalhando todo o tempo? Ou, por outro lado, você dorme demais? Sono demasiado, assim como também muito pouco, pode ter efeitos negativos sobre a saúde.
Que dizer da alimentação? Talvez você não coma carne porco e nem mesmo frango, mas você enche o prato com tanta comida que mal pode se levantar da mesa quando termina?
Sabemos que a luz solar é boa para nós. Mas luz demais pode ser agente cancerígeno. O exercício também é importante. Muitos não fazem o suficiente, mas exercício demais pode danificar o corpo. Até mesmo a sexualidade, embora seja um dom de Deus, pode ser levada a excesso, com efeitos colaterais negativos.
Ellen G. White descreveu a essência da verdadeira temperança com esta simples declaração: “Verdadeira temperança nos ensina a dispensar inteiramente todas as coisas nocivas e usar judiciosamente aquilo que é saudável” (Patriarcas e Profetas, p. 562).
Examine todas as áreas de sua vida. Quão temperante é você? Em que áreas você precisa mudar? Você pode estar sofrendo agora alguns dos efeitos negativos de práticas erradas? Por que não buscar alguma ajuda para fazer as mudanças necessárias? |
Quinta | Ano Bíblico: Ne 9–11 |
Comprados por preço
A filosofia de muitos hoje é que o corpo pertence a nós, e podemos fazer com ele o que quisermos. Alguns podem justificar essa posição acrescentando o argumento de que, por viver assim, eles não prejudicam ninguém a não ser a si mesmos. Mas sabemos que esse tipo de raciocínio está errado.
5. De que maneiras a intemperança de outros prejudicou você ou alguém que você conhece? Indo mais ao ponto, como suas ações intemperantes podem prejudicar os outros?
A Bíblia fala da importância do corpo como lugar de habitação. Esse domicílio não é só para nosso próprio benefício, pensamentos, planos e ações; nosso corpo é, de fato, templo de Deus. Que privilégio e responsabilidade! Às vezes, cuidamos melhor da casa em que vivemos do que de nosso próprio corpo.
6. Por que devemos cuidar de nosso corpo? Que tema aparece nos textos a seguir respondendo a essa pergunta importante? Por que esses textos só fazem sentido se cremos que Deus nos criou, e não por sermos resultado do acaso de forças cósmicas sem propósito? Jo 2:19-21; 1Co 6:19, 20
Jesus Se referiu a Seu próprio corpo como um templo. Paulo enfatiza frequentemente esse tema e o expande mais assinalando que não pertencemos a nós mesmos. “Vocês não são de si mesmos; vocês foram comprados por alto preço” (1Co 6:19, 20, NVI).
Que preço foi pago para nossa redenção! Só quando contemplamos a cruz, e o que nela aconteceu, podemos começar a entender nosso valor diante de Deus. Esse pensamento só deve nos ajudar a entender a responsabilidade sagrada que temos de tomar cuidado de nós mesmos, não só espiritualmente, mas também fisicamente.
Deus esvaziou o Céu e permitiu que o sangue de Jesus fosse derramado para nossa redenção. Não pertencemos a nós mesmos; fomos redimidos e pertencemos a Deus e Lhe devemos todo o nosso ser, inclusive a fiel mordomia no uso de nosso corpo.
Sexta | Ano Bíblico: Ne 12, 13 |
Estudo adicional
Leia Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver.
Apesar do crescente problema da obesidade em muitas partes do mundo, a glutonaria é encorajada e aceita. A diabetes tipo 2 está se tornando um problema cada vez maior por causa da alimentação, obesidade e falta de exercício, afetando até mesmo adolescentes. O vício em atividades da internet e pornografia tem alimentado casos inconcebíveis de violência e abuso sexual. O cigarro continua a ser a maior causa única de morte evitável em todo o mundo – mais de 5 milhões por ano. Existem advertências nos maços de cigarro; esses passam despercebidos por muitos. As informações não serão preventivas se não agirmos com base nelas.
Por meio de várias fontes, Deus deu direção consistente para sermos saudáveis, felizes e santos. Seremos abençoados se seguirmos o conselho. “Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas e prosperareis” (2Cr 20:20).
“Poucos há que se compenetram, como deviam, do quanto seus hábitos no regime alimentar têm que ver com sua saúde, seu caráter, sua utilidade neste mundo e seu destino eterno. O apetite deve sempre estar sob a sujeição das faculdades morais e intelectuais. O corpo deve ser o servo da mente, e não a mente a serva do corpo” (Ellen G. White, Orientação da Criança, p. 398).
Perguntas para reflexão
Pense nesta citação, extraída do texto acima: “Poucos há que se compenetram, como deviam, do quanto seus hábitos no regime alimentar têm que ver com sua saúde, seu caráter, sua utilidade neste mundo e seu destino eterno.” Que significa isso em termos práticos?