O pensamento central dessas duas parábolas (Lucas 15:1-10) demonstra que a salvação não é resultado de buscarmos a Deus, mas conseqüência de uma iniciativa dEle. Cristo conta como resgata o pecador.
Lucas 1:1: "Aproximavam-se de Jesus todos os publicanos [cobradores de impostos] e pecadores para O ouvir."
Para os fariseus, pecador era qualquer pessoa que não vivia de acordo com os pensamentos e princípios deles.
Lucas 1:2: "E murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles."
A compreensão dos costumes e do pensamento orientais ajuda a entender o sentido da parábola. As expressões “recebe” ou “se mistura com” implicam que possivelmente Jesus era o convidado especial. Tomar uma refeição junto com alguém significava aceitar aquela pessoa (At 11:3; 1Co 5:11), por isso os escribas e fariseus encaravam Jesus como pouco religioso.
Por essa acusação insinuaram que Jesus gostava de andar com pecadores. Os rabinos ficaram desapontados com Jesus. O que eles não sabiam é que a explicação estava justamente nas palavras que pronunciaram como acusação: “Este recebe pecadores.” As pessoas que iam ter com Jesus sentiam que nEle poderiam encontrar solução para o pecado, enquanto dos fariseus só recebiam condenação. Justamente em razão dos seus pecados é que se tornavam alvo da compaixão de Cristo.
Lucas 1:3: "Então, lhes propôs Jesus esta parábola:"
A OVELHA PERDIDA
Lucas 1:4: "Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la?
Lucas 1:5: "Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo."
Lucas 1:6: "E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida."
Lucas 1:7: "Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento."
Entre a multidão que rodeava Jesus, havia pastores e também homens que investiam dinheiro em rebanhos e gado; por isso, todos podiam compreender claramente essa ilustração.
Essas pessoas que vocês desprezam, dizia Jesus, são propriedade de Deus e aos olhos dEle têm grande valor, assim como as ovelhas são valiosas para o pastor. Os homens podem negar a existência de Deus; podem fugir dEle; podem escolher outro mestre; contudo, pertencem a Deus e Ele jamais desiste de recuperar Sua propriedade.
O valor de alguma coisa para nós é proporcional ao amor que sentimos por ela. Assim, o valor intrínseco da ovelha não era a maior questão, mas sim o valor sentimental atribuído a ela pelo seu proprietário – o pastor. O que Jesus estava dizendo é que, em função do valor atribuído à perdida, qualquer um dos ouvintes deixaria as noventa e nove para buscar a extraviada. O amor de Deus por nós é que estabelece o nosso valor acima de qualquer avaliação humana.
Embora tenha consciência de que acabou se perdendo do rebanho, a ovelha desgarrada precisa ser procurada pelo pastor, pois, sozinha, não pode encontrar o caminho de volta. O mesmo se dá com a pessoa que se afastou de Deus; está tão desamparada quanto a ovelha perdida, e se o amor divino não fosse procurá-la, jamais poderia achar o caminho para Deus.
Os judeus ensinavam que era necessário que o pecador se arrependesse, antes de receber o amor de Deus. No entendimento deles, o arrependimento é a obra pela qual os homens ganham o favor do Céu. Foi esse pensamento que induziu os fariseus a exclamarem: “Este recebe pecadores.” Conforme sua suposição, Jesus não devia permitir que pessoa alguma a Ele se achegasse sem que antes tivesse se arrependido. Mas, na parábola da ovelha perdida, Cristo ensina que a salvação não é alcançada por procurarmos a Deus, mas porque Deus nos procura. Deus dá o primeiro passo. “Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram” (Rm 3:11, 12). Não nos arrependemos para que Deus nos ame. Ele nos revela Seu amor para que nos arrependamos. O ser humano precisa saber que o amor de Deus é incondicional; não depende de nada que façamos para merecê-lo e não se acaba em razão de tudo o que venhamos a fazer.
Se a ovelha perdida não é trazida de volta, vagueia até perecer. E muitas pessoas permanecem desviadas pela falta de uma mão estendida para ajudá-las. Esses errantes podem aparentar possuir coração endurecido e indiferente, mas se tivessem tido os mesmos privilégios que outros, poderiam ter revelado maior nobreza de caráter. Quando virmos alguém cujas palavras ou atitudes mostram estar separado de Deus, não devemos criticá-lo. Não nos compete a obra de condená-lo, antes devemos colocá-lo sobre os ombros e ajudá-lo.
Quando uma ovelha se perde, geralmente fica paralisada pelo desespero. Não corre, nem mesmo pára em pé. Por isso, quando o pastor a encontra, tem de carregá-la de volta. O mesmo ocorre conosco. O pecado nos deixa sem ação. Mas Cristo nos encontra e nos reconduz ao abrigo. Deus é quem nos põe sobre os ombros e nos carrega de volta.
A ovelha perdida simboliza as pessoas que sabem que estão perdidas e se angustiam. Sabem que precisam de Deus, que precisam de uma solução para seu problema, mas não conhecem o caminho de volta. É interessante a experiência da ovelha. Enquanto o sol brilha, ela não se sente perdida. Pelo contrário, ela até desfruta a liberdade, correndo de um lado para o outro.
Mas quando o sol começa a se esconder; as nuvens negras a chegar e as trevas a envolver a Terra, então, a ovelhinha começa a sentir medo e percebe que está perdida. Agora, sua liberdade não a satisfaz mais. Ela precisa do seu pastor. Sente que está perdida e tenta encontrar o caminho de volta. Experimenta uma trilha e se machuca. Experimenta outra e se fere. Em vão, experimenta de tudo. Do mesmo jeito, alguém pode ter largado Jesus quando o sol estava brilhando em sua vida. E infelizmente, agora, a escuridão começou a chegar e percebe que precisa de Jesus, mas não sabe como achá-Lo, não sabe onde encontrá-Lo, nem conhece o caminho de volta. É a hora de parar de correr desesperado de um lado para outro e dizer: “Senhor Jesus, estou aqui. Estou cansado, não tenho mais forças. Nada deu certo. Por favor, me conduza pelo caminho de volta.”
A promessa dada ao profeta Jeremias é estendida a você. É o caminho que Deus apresenta a todo aquele que O busca. “Porque Eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais. Então Me invocareis, e ireis, e orareis a Mim, e Eu vos ouvirei. E buscar-Me-eis, e Me achareis, quando Me buscardes com todo o vosso coração.”
A MOEDA PERDIDA
Jesus continuou a mostrar aos críticos escribas e fariseus a razão por que Ele comia com os pecadores, ao contar outra parábola parecida com a da ovelha perdida. O dote de casamento da mulher comumente consistia em moedas que ela guardava cuidadosamente como seu maior tesouro, para transmitir às filhas. A perda de uma dessas moedas era considerada séria calamidade e sua recuperação era causa de grande alegria; motivo até de comemoração de toda vizinhança. As mulheres geralmente colocavam tais moedas em uma faixa que usavam na testa para que todos pudessem ver. Essa moeda grega, a dracma, não tinha praticamente valor monetário, só valor sentimental, pois ela simbolizava a aliança havida entre os noivos.
No oriente, as casas pobres consistiam normalmente em um único quarto, sem janelas e escuro. Tinha piso de terra batida ou pedra, recoberto com palha para aliviar a poeira, o frio e a umidade. O quarto raramente era varrido e uma moeda que caísse ali era facilmente encoberta pelo pó e lixo. Para encontrá-la, mesmo durante o dia, era preciso acender uma candeia [lamparina] e varrer a casa. Mas o valor sentimental da moeda compensava qualquer esforço.
Lucas 1:8: "Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma, não acende a candeia, varre a casa e a procura diligentemente até encontrá-la?"
Lucas 1:9: "E, tendo-a achado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido."
Lucas 1:10: "Eu vos afirmo que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende."
A moeda é um objeto de metal, sem sentimento, sem razão, sem noção das coisas. Uma moeda perdida, ao contrário da ovelha, não sabe e nem sente que está perdida e, por isso, não acha que precisa de salvação. Ela não tem consciência da sua situação. Quando a moeda se perde, ela também perde o seu valor. Ela só brilha quando está nas mãos de seu dono. Jogada no chão, a moeda não tem valor. Ela perde o sentido de existir. Pode até brilhar por um tempo, até que a ferrugem tome conta dela e finalmente acabe enterrada e esquecida.
A moeda perdida simboliza as pessoas que hoje estão perdidas, mas não têm consciência da sua situação. Para elas, aparentemente, tudo está em ordem. Mas na verdade está tudo errado. Elas se recusam a aceitar que estão perdidas e insistem em dizer que está tudo bem. Carregam um vazio que dói; que perturba; que incomoda e que não as deixa ser felizes. A moeda perdida representa todos os homens e mulheres que não aceitam nem reconhecem que estão perdidos.
Essas pessoas pensam que o que dá significado à sua vida é o brilho que elas têm. Concentram sua atenção nos seus talentos, na sua capacidade. Podem ser grandes artistas, grandes profissionais, homens que brilham, mas não têm paz. Não querem reconhecer que precisam de Deus.
Nesta parábola, Cristo ensina que mesmo os que são indiferentes aos apelos de Deus não deixam de ser objeto do Seu amor incondicional. Continuam sendo procurados para salvação.
A expressão “acender a candeia” define claramente o dever dos cristãos para com os que necessitam de auxílio devido ao distanciamento de Deus. Os errantes não devem ser deixados em trevas e no erro, mas cumpre empregar todos os meios possíveis para trazê-los novamente para a luz. Acende-se a vela; e examina-se a Palavra de Deus em busca dos claros pontos da verdade, para que os cristãos fiquem por tal modo fortalecidos com argumentos da Sagrada Escritura, com suas reprovações, ameaças e animações, que os desviados sejam alcançados.
A ovelha afastou-se; vagava no deserto ou nas montanhas. A moeda foi perdida em casa. Alguns se encontram perdidos longe de nossos olhos; é preciso ir buscá-los. Outros, porém, estão bem perto, fazem parte da família.
A mulher da parábola busca incessantemente a moeda perdida. Acende a lamparina e varre a casa. Remove tudo que possa impedir sua procura. Embora uma única moeda esteja perdida, não cessam seus esforços até encontrá-la. Semelhantemente, na família e no círculo de amigos, se alguém estiver distante de Deus, deve ser empregado todo meio possível para recuperá-lo.
No círculo familiar há muitas vezes grande indiferença quanto à condição espiritual de seus membros. Pode haver um dentre eles que esteja separado de Deus; mas há pouca observação nesse sentido. Se na família um filho não estiver consciente de sua condição pecaminosa, os pais não devem descansar. Acenda-se a candeia! Examinai a Palavra de Deus e à sua luz procurai diligentemente tudo que houver na casa, para ver por que esse filho está perdido. Examinem os pais o próprio coração e esquadrinhem seus hábitos e costumes. Os filhos são a herança do Senhor e Lhe somos responsáveis pela administração de Sua propriedade.
Há muitos que desejam trabalhar em qualquer missão estrangeira; são ativos no serviço cristão fora da família, enquanto para seus próprios parentes de sangue não revelam Cristo e o Seu amor. A mulher que perdeu a moeda procurou-a até achá-la. Trabalhem igualmente a favor da família com amor, fé e oração.
Embora esteja sob pó e lixo, a moeda ainda é de prata. A dona se esforça em procurá-la porque lhe é de grande valor sentimental. Assim todo ser humano, embora degradado pelo pecado, é precioso aos olhos de Deus. Como a moeda traz a imagem e a inscrição do poder reinante, igualmente, quando foi criado, o homem trazia a imagem e a inscrição de Deus. E conquanto agora manchada e desfigurada pela influência do pecado, permanecem em toda alma os traços dessa inscrição.
A ovelha perdida sabe que está perdida e que não pode salvar-se por si mesma. Representa os que reconhecem encontrar-se separados de Deus. A moeda perdida representa os que estão perdidos em delitos e pecados, mas não estão conscientes de sua condição. Estão separados de Deus, mas não sabem. A benção da vida eterna corre perigo.
Deus nos promete o perdão a qualquer momento. A Bíblia diz em 1 João 1:9: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” E perdoados em Cristo Jesus, recebemos do Criador um novo coração para que possamos viver em novidade de vida. Ezequiel 36:26 firma: “Também vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne.”
Fonte: Maravilhoso Jesus
Lucas 1:1: "Aproximavam-se de Jesus todos os publicanos [cobradores de impostos] e pecadores para O ouvir."
Para os fariseus, pecador era qualquer pessoa que não vivia de acordo com os pensamentos e princípios deles.
Lucas 1:2: "E murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles."
A compreensão dos costumes e do pensamento orientais ajuda a entender o sentido da parábola. As expressões “recebe” ou “se mistura com” implicam que possivelmente Jesus era o convidado especial. Tomar uma refeição junto com alguém significava aceitar aquela pessoa (At 11:3; 1Co 5:11), por isso os escribas e fariseus encaravam Jesus como pouco religioso.
Por essa acusação insinuaram que Jesus gostava de andar com pecadores. Os rabinos ficaram desapontados com Jesus. O que eles não sabiam é que a explicação estava justamente nas palavras que pronunciaram como acusação: “Este recebe pecadores.” As pessoas que iam ter com Jesus sentiam que nEle poderiam encontrar solução para o pecado, enquanto dos fariseus só recebiam condenação. Justamente em razão dos seus pecados é que se tornavam alvo da compaixão de Cristo.
Lucas 1:3: "Então, lhes propôs Jesus esta parábola:"
A OVELHA PERDIDA
Lucas 1:4: "Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la?
Lucas 1:5: "Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo."
Lucas 1:6: "E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida."
Lucas 1:7: "Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento."
Entre a multidão que rodeava Jesus, havia pastores e também homens que investiam dinheiro em rebanhos e gado; por isso, todos podiam compreender claramente essa ilustração.
Essas pessoas que vocês desprezam, dizia Jesus, são propriedade de Deus e aos olhos dEle têm grande valor, assim como as ovelhas são valiosas para o pastor. Os homens podem negar a existência de Deus; podem fugir dEle; podem escolher outro mestre; contudo, pertencem a Deus e Ele jamais desiste de recuperar Sua propriedade.
O valor de alguma coisa para nós é proporcional ao amor que sentimos por ela. Assim, o valor intrínseco da ovelha não era a maior questão, mas sim o valor sentimental atribuído a ela pelo seu proprietário – o pastor. O que Jesus estava dizendo é que, em função do valor atribuído à perdida, qualquer um dos ouvintes deixaria as noventa e nove para buscar a extraviada. O amor de Deus por nós é que estabelece o nosso valor acima de qualquer avaliação humana.
Embora tenha consciência de que acabou se perdendo do rebanho, a ovelha desgarrada precisa ser procurada pelo pastor, pois, sozinha, não pode encontrar o caminho de volta. O mesmo se dá com a pessoa que se afastou de Deus; está tão desamparada quanto a ovelha perdida, e se o amor divino não fosse procurá-la, jamais poderia achar o caminho para Deus.
Os judeus ensinavam que era necessário que o pecador se arrependesse, antes de receber o amor de Deus. No entendimento deles, o arrependimento é a obra pela qual os homens ganham o favor do Céu. Foi esse pensamento que induziu os fariseus a exclamarem: “Este recebe pecadores.” Conforme sua suposição, Jesus não devia permitir que pessoa alguma a Ele se achegasse sem que antes tivesse se arrependido. Mas, na parábola da ovelha perdida, Cristo ensina que a salvação não é alcançada por procurarmos a Deus, mas porque Deus nos procura. Deus dá o primeiro passo. “Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram” (Rm 3:11, 12). Não nos arrependemos para que Deus nos ame. Ele nos revela Seu amor para que nos arrependamos. O ser humano precisa saber que o amor de Deus é incondicional; não depende de nada que façamos para merecê-lo e não se acaba em razão de tudo o que venhamos a fazer.
Se a ovelha perdida não é trazida de volta, vagueia até perecer. E muitas pessoas permanecem desviadas pela falta de uma mão estendida para ajudá-las. Esses errantes podem aparentar possuir coração endurecido e indiferente, mas se tivessem tido os mesmos privilégios que outros, poderiam ter revelado maior nobreza de caráter. Quando virmos alguém cujas palavras ou atitudes mostram estar separado de Deus, não devemos criticá-lo. Não nos compete a obra de condená-lo, antes devemos colocá-lo sobre os ombros e ajudá-lo.
Quando uma ovelha se perde, geralmente fica paralisada pelo desespero. Não corre, nem mesmo pára em pé. Por isso, quando o pastor a encontra, tem de carregá-la de volta. O mesmo ocorre conosco. O pecado nos deixa sem ação. Mas Cristo nos encontra e nos reconduz ao abrigo. Deus é quem nos põe sobre os ombros e nos carrega de volta.
A ovelha perdida simboliza as pessoas que sabem que estão perdidas e se angustiam. Sabem que precisam de Deus, que precisam de uma solução para seu problema, mas não conhecem o caminho de volta. É interessante a experiência da ovelha. Enquanto o sol brilha, ela não se sente perdida. Pelo contrário, ela até desfruta a liberdade, correndo de um lado para o outro.
Mas quando o sol começa a se esconder; as nuvens negras a chegar e as trevas a envolver a Terra, então, a ovelhinha começa a sentir medo e percebe que está perdida. Agora, sua liberdade não a satisfaz mais. Ela precisa do seu pastor. Sente que está perdida e tenta encontrar o caminho de volta. Experimenta uma trilha e se machuca. Experimenta outra e se fere. Em vão, experimenta de tudo. Do mesmo jeito, alguém pode ter largado Jesus quando o sol estava brilhando em sua vida. E infelizmente, agora, a escuridão começou a chegar e percebe que precisa de Jesus, mas não sabe como achá-Lo, não sabe onde encontrá-Lo, nem conhece o caminho de volta. É a hora de parar de correr desesperado de um lado para outro e dizer: “Senhor Jesus, estou aqui. Estou cansado, não tenho mais forças. Nada deu certo. Por favor, me conduza pelo caminho de volta.”
A promessa dada ao profeta Jeremias é estendida a você. É o caminho que Deus apresenta a todo aquele que O busca. “Porque Eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais. Então Me invocareis, e ireis, e orareis a Mim, e Eu vos ouvirei. E buscar-Me-eis, e Me achareis, quando Me buscardes com todo o vosso coração.”
A MOEDA PERDIDA
Jesus continuou a mostrar aos críticos escribas e fariseus a razão por que Ele comia com os pecadores, ao contar outra parábola parecida com a da ovelha perdida. O dote de casamento da mulher comumente consistia em moedas que ela guardava cuidadosamente como seu maior tesouro, para transmitir às filhas. A perda de uma dessas moedas era considerada séria calamidade e sua recuperação era causa de grande alegria; motivo até de comemoração de toda vizinhança. As mulheres geralmente colocavam tais moedas em uma faixa que usavam na testa para que todos pudessem ver. Essa moeda grega, a dracma, não tinha praticamente valor monetário, só valor sentimental, pois ela simbolizava a aliança havida entre os noivos.
No oriente, as casas pobres consistiam normalmente em um único quarto, sem janelas e escuro. Tinha piso de terra batida ou pedra, recoberto com palha para aliviar a poeira, o frio e a umidade. O quarto raramente era varrido e uma moeda que caísse ali era facilmente encoberta pelo pó e lixo. Para encontrá-la, mesmo durante o dia, era preciso acender uma candeia [lamparina] e varrer a casa. Mas o valor sentimental da moeda compensava qualquer esforço.
Lucas 1:8: "Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma, não acende a candeia, varre a casa e a procura diligentemente até encontrá-la?"
Lucas 1:9: "E, tendo-a achado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido."
Lucas 1:10: "Eu vos afirmo que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende."
A moeda é um objeto de metal, sem sentimento, sem razão, sem noção das coisas. Uma moeda perdida, ao contrário da ovelha, não sabe e nem sente que está perdida e, por isso, não acha que precisa de salvação. Ela não tem consciência da sua situação. Quando a moeda se perde, ela também perde o seu valor. Ela só brilha quando está nas mãos de seu dono. Jogada no chão, a moeda não tem valor. Ela perde o sentido de existir. Pode até brilhar por um tempo, até que a ferrugem tome conta dela e finalmente acabe enterrada e esquecida.
A moeda perdida simboliza as pessoas que hoje estão perdidas, mas não têm consciência da sua situação. Para elas, aparentemente, tudo está em ordem. Mas na verdade está tudo errado. Elas se recusam a aceitar que estão perdidas e insistem em dizer que está tudo bem. Carregam um vazio que dói; que perturba; que incomoda e que não as deixa ser felizes. A moeda perdida representa todos os homens e mulheres que não aceitam nem reconhecem que estão perdidos.
Essas pessoas pensam que o que dá significado à sua vida é o brilho que elas têm. Concentram sua atenção nos seus talentos, na sua capacidade. Podem ser grandes artistas, grandes profissionais, homens que brilham, mas não têm paz. Não querem reconhecer que precisam de Deus.
Nesta parábola, Cristo ensina que mesmo os que são indiferentes aos apelos de Deus não deixam de ser objeto do Seu amor incondicional. Continuam sendo procurados para salvação.
A expressão “acender a candeia” define claramente o dever dos cristãos para com os que necessitam de auxílio devido ao distanciamento de Deus. Os errantes não devem ser deixados em trevas e no erro, mas cumpre empregar todos os meios possíveis para trazê-los novamente para a luz. Acende-se a vela; e examina-se a Palavra de Deus em busca dos claros pontos da verdade, para que os cristãos fiquem por tal modo fortalecidos com argumentos da Sagrada Escritura, com suas reprovações, ameaças e animações, que os desviados sejam alcançados.
A ovelha afastou-se; vagava no deserto ou nas montanhas. A moeda foi perdida em casa. Alguns se encontram perdidos longe de nossos olhos; é preciso ir buscá-los. Outros, porém, estão bem perto, fazem parte da família.
A mulher da parábola busca incessantemente a moeda perdida. Acende a lamparina e varre a casa. Remove tudo que possa impedir sua procura. Embora uma única moeda esteja perdida, não cessam seus esforços até encontrá-la. Semelhantemente, na família e no círculo de amigos, se alguém estiver distante de Deus, deve ser empregado todo meio possível para recuperá-lo.
No círculo familiar há muitas vezes grande indiferença quanto à condição espiritual de seus membros. Pode haver um dentre eles que esteja separado de Deus; mas há pouca observação nesse sentido. Se na família um filho não estiver consciente de sua condição pecaminosa, os pais não devem descansar. Acenda-se a candeia! Examinai a Palavra de Deus e à sua luz procurai diligentemente tudo que houver na casa, para ver por que esse filho está perdido. Examinem os pais o próprio coração e esquadrinhem seus hábitos e costumes. Os filhos são a herança do Senhor e Lhe somos responsáveis pela administração de Sua propriedade.
Há muitos que desejam trabalhar em qualquer missão estrangeira; são ativos no serviço cristão fora da família, enquanto para seus próprios parentes de sangue não revelam Cristo e o Seu amor. A mulher que perdeu a moeda procurou-a até achá-la. Trabalhem igualmente a favor da família com amor, fé e oração.
Embora esteja sob pó e lixo, a moeda ainda é de prata. A dona se esforça em procurá-la porque lhe é de grande valor sentimental. Assim todo ser humano, embora degradado pelo pecado, é precioso aos olhos de Deus. Como a moeda traz a imagem e a inscrição do poder reinante, igualmente, quando foi criado, o homem trazia a imagem e a inscrição de Deus. E conquanto agora manchada e desfigurada pela influência do pecado, permanecem em toda alma os traços dessa inscrição.
A ovelha perdida sabe que está perdida e que não pode salvar-se por si mesma. Representa os que reconhecem encontrar-se separados de Deus. A moeda perdida representa os que estão perdidos em delitos e pecados, mas não estão conscientes de sua condição. Estão separados de Deus, mas não sabem. A benção da vida eterna corre perigo.
Deus nos promete o perdão a qualquer momento. A Bíblia diz em 1 João 1:9: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” E perdoados em Cristo Jesus, recebemos do Criador um novo coração para que possamos viver em novidade de vida. Ezequiel 36:26 firma: “Também vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne.”
Fonte: Maravilhoso Jesus
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