domingo, 7 de novembro de 2010

O sacerdote Abiatar

Lição 742010


Sábado à tarde



VERSO PARA MEMORIZAR: “Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9).


Leituras da semana: Êx 28:6; 39:2-7; 1Sm 21:1-9; 22:6-23; 2Sm 15:13-29

Os sacerdotes tinham um papel muito importante na vida e na história de Israel. E não só em Israel, mas também nas nações vizinhas. Na cultura da Mesopotâmia, o rei era considerado um sacerdote; desse modo, ele combinava tanto o poder religioso como o político. As corporações sacerdotais representavam interesses poderosos na corte, e houve muitas ocasiões em que os sacerdotes fizeram os reis. No Antigo Testamento, especialmente, a função do sacerdócio estava no centro da vida religiosa de Israel. A história sagrada também mostra os papéis influentes dos sacerdotes nos tempos do Novo Testamento.


O sacerdócio de todos os crentes (1Pe 2:9), ideia que alcançou preeminência na Reforma protestante, não é um conceito inteiramente do Novo Testamento (veja Êx 19:6). Parece sempre ter sido o ideal de Deus que Seus servos fossem santos e servissem aos outros intercedendo por eles e comunicando-lhes o plano de salvação.


Nesta semana, vamos estudar a história de Abiatar, que nos dá alguns vislumbres importantes do sacerdócio do Antigo Testamento e diz que o sacerdócio não está baseado unicamente na genealogia ou educação, mas em um compromisso pessoal com o Senhor. Como no caso de Abiatar, más escolhas podem desqualificar um membro do sacerdócio.


Domingo


Mentira e tragédia

1. Leia 1 Samuel 21:1-9 e 22:6-23 e responda às perguntas seguintes:


a. Que mentira contou Davi a Aimeleque sobre os motivos por que ele estava lá?

b. Que aconteceu a Aimeleque como resultado de sua confiança em Davi?

c. Como Saul procurou voltar seus próprios homens contra Davi? Que tipo de argumento ele usou?

d. Como Aimeleque respondeu a Saul quanto ao caráter e fidelidade de Davi?

e. O que essa história nos diz sobre o caráter vingativo e degenerado do rei Saul?

f. Por que você acha que Doegue, um estrangeiro, fez o que os servos de Saul se
recusaram a fazer?

g. Como Davi reagiu à notícia do massacre? A resposta foi correta?

h. Que promessa fez Davi ao filho de Aimeleque que conseguiu escapar da matança?

Esta história apresenta um agudo contraste entre honra e desonra, fidelidade e infidelidade. Mostra a devastação provocada pela desonestidade e pecado. Que tipo de perguntas morais você está enfrentando? Que escolhas morais você precisa fazer? Pense nas consequências de seus atos antes de tomá-las.

Segunda



O sacerdote Abiatar

Não nos é dito como Abiatar escapou à matança de sua família. Sabemos apenas que ele escapou e fugiu para Davi. Porém, antes de fugir, Abiatar procurou salvar a estola sacerdotal (veja 1Sm 23:6), um dos objetos mais importantes do sacerdócio (uma peça do vestuário sagrado usado pelos sacerdotes; veja Êx 28:6; 39:2-7), que era usada para consultar a vontade de Deus em momentos de tomada de decisões. Em pelo menos duas ocasiões, o autor bíblico relata que Davi buscou Abiatar e a estola (1Sm 23:9-12; 30:7, 8).


Ao contrário de muitos de nós, hoje, nos dias de Abiatar, o povo tinha pouco acesso à Palavra escrita de Deus. Só havia algumas cópias manuscritas do livro da lei (o Pentateuco), portanto, a maioria das pessoas tinha escassas oportunidades de estudar a Palavra de Deus por si mesma. A maioria de nós é privilegiada por ter amplo acesso à Bíblia. Deus prometeu conceder o Espírito Santo para nos explicar a Palavra, pessoal e coletivamente (Jo 14:26). Deus também usa pessoas para nos dar conselhos piedosos (Pv 20:18) e também opera por meio de circunstâncias (Rm 8:28).

2. Quais eram algumas das funções de Abiatar como sacerdote? 1Sm 23:9-13; 2Sm 15:24; 17:15-22

Além de atuar nessas funções, Abiatar havia passado por trauma pessoal e, como Davi, era um refugiado sem-teto – o que de alguma forma o preparava muito mais para servir ao futuro rei de Israel, que também estava constantemente em fuga. Ele podia entender as frustrações, temores e traições que Davi e seus homens devem ter frequentemente sentido devido à contínua perseguição.


Esse motivo de identificação pessoal com uma pessoa ou um grupo de pessoas é importante no conceito do Novo Testamento de sacerdócio. O autor de Hebreus nos diz que Jesus pode ser nosso Sumo Sacerdote porque pode Se identificar completamente conosco (Hb 2:17).

Leia 1 Pedro 2:9. O Novo Testamento ensina claramente que todos temos a responsabilidade de sacerdotes em nossa comunidade. Nosso chamado não é de iniciativa própria. Jesus disse: “Vocês não Me escolheram, mas Eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em Meu nome” (Jo 15:16, NVI). O chamado de Deus a nós não nos torna sacerdotes do Antigo Testamento nem apóstolos do Novo Testamento, mas nos desafia a interceder por nossa família, comunidade e todos os que nos rodeiam. Como você pode atuar melhor no papel de “sacerdote”?

Terça


A revolta de Absalão

Segundo Samuel 15–18 conta a triste história de Absalão, o filho de Davi que se rebelou contra o governo de seu pai. Em determinada ocasião, o exército de Absalão marchava sobre Jerusalém. Isso deve ter sido um pesadelo para Abiatar. Davi decidiu fugir para não transformar Jerusalém em um campo de batalha e provocar um banho de sangue. Todos os seguidores fiéis de Davi se prepararam para fugir com ele. Abiatar deve ter se lembrado de sua fuga após o massacre de sua família e aldeia pelo rei Saul. Ele se preparou para partir com Davi.

3. Leia 2 Samuel 15:13-29. O que esta passagem nos ensina sobre o caráter de Davi, mesmo nesse momento de perigo? Que papel teve Abiatar nesse episódio?


Levando a arca de Deus, Abiatar e outros sacerdotes se preparavam para deixar a cidade, mas Davi pediu que a arca ficasse. Davi aprendera que o ato de levar o símbolo da presença de Deus não significava necessariamente que Deus estaria com ele. O uso de uma cruz, a exibição de um slogan religioso ou o respeito a um conjunto de regras não garante a presença nem a misericórdia de Deus. O Senhor não pode ser manipulado. A arca deveria ficar no lugar a que pertencia. Deixando para trás a arca, Davi também mostrava fé. Ele acreditava que Deus o salvaria e o faria retornar a Jerusalém, uma vez mais.


A arca de Deus foi deixada, e Abiatar ofereceu sacrifícios (2Sm 15:24) até que todos deixaram a cidade. Nesse momento particular, os sacerdotes Abiatar e Zadoque se tornaram intercessores em favor de Davi e seu povo.


A história da rede de informações de Davi torna emocionante essa leitura (2Sm 17:15-29). Abiatar e Zadoque se tornaram os olhos e ouvidos de Davi na cidade. Os filhos de Abiatar e de Zadoque esperavam notícias fora de Jerusalém. As pessoas não eram o que pareciam ser. Uma serva acima de qualquer suspeita levou a mensagem aos jovens. Um jovem ingênuo se mostrou esperto o suficiente para compreender o que estava acontecendo e o relatou a Absalão. Os filhos dos sacerdotes foram perseguidos pelos homens de Absalão, encontraram um simpatizante e desceram a um poço. Uma mulher disfarçou as coisas estendendo um pano sobre o poço e espalhando grãos de cereais, método que nos lembra de Raabe e os dois espias embaixo das canas de linho (Js 2:6).

Em nosso próprio contexto, igualmente, nem sempre as coisas são o que parecem. Muito coração dolorido se esconde atrás de um sorriso. Como seguidores de Cristo, somos chamados para ser Seus representantes. Somos as mãos de Deus para alcançar os que nos rodeiam. Devemos estar alertas e sensíveis a fim de enxergar além das aparências e ver as pessoas e situações como realmente são, e devemos estar dispostos a nos sacrificar para ajudar.

Quarta



A escolha de Abiatar

Não temos nenhum registro das opiniões pessoais, políticas ou religiosas de Abiatar. Tudo o que sabemos está registrado na Palavra de Deus a Davi. Mas seus atos falam mais alto que as palavras. Embora não esteja registrado nada do que ele disse, suas ações fazem uma declaração poderosa.


No tempo de Davi, o filho primogênito era tradicionalmente considerado o principal herdeiro de seu pai. Para um rei, isso significava que o filho primogênito herdaria o trono. Mas Deus nunca Se prende à tradição. De fato, durante a história de Israel, com frequência Ele ignorou os primogênitos para chamar outros, às vezes, por decretos divinos e, às vezes, pelas circunstâncias e escolhas do próprio primogênito (Veja Gn 4:1-5; 21:8-12; 25:21-34; 48:8-19; 1Sm 16:6-12).

4. O que pode ter levado Abiatar, que era tão leal a Davi, a se unir a Adonias contra ele? 1Rs 1:1-8

Salomão não era o filho primogênito. Portanto, costumeiramente, ele não teria sucedido seu pai como rei. O filho mais velho, Amnom, tinha sido morto por seu irmão, Absalão. Este, por sua vez, foi morto durante sua fracassada tentativa de golpe. E agora o quarto filho, Adonias, achava que, legalmente, o trono era dele. Adonias consultou Joabe e Abiatar, e eles lhe deram apoio (1Rs 1:7).


Salomão era mais moço que Adonias e tinha uma história familiar vergonhosa. Sua mãe era ninguém mais que Bate-Seba, a antiga esposa de Urias, o heteu, que fora assassinado a fim de encobrir seu caso com Davi. Mas, apesar de sua origem vergonhosa, Salomão era amado por Deus (2Sm 12:24), e estava claro que Deus o havia escolhido como sucessor de Davi (1Cr 22:9, 10). Diante dessa escolha incômoda, pode ser que Abiatar não pudesse aceitar o escândalo público que a escolha causaria, e então, recorreu à tradição, em vez de aceitar a vontade revelada de Deus.


A tradição pode ser muito confortável, pois nos livra de tomar a responsabilidade de pensar nas coisas à luz da vontade revelada de Deus. É muito mais fácil e “mais seguro” simplesmente dizer: “Sempre fizemos assim”.

Com que frequência deixamos que a tradição interfira na guia de Deus? Ao mesmo tempo, por que devemos tomar cuidado para não julgar automaticamente as coisas como “mera tradição” e rejeitá-las sumariamente?


Quinta


O destino de Abiatar

Depois da morte de Davi e a ascensão de Salomão ao trono, certos assuntos precisavam ser resolvidos. Depois que Adonias foi morto (1Rs 2:13-25), ainda havia a questão do sacerdote Abiatar, que tinha servido tão fielmente ao pai de Salomão. O que deveria ser feito com ele por haver participado da insurreição contra Salomão?

5. Como Salomão lidou com Abiatar, e que razões ele deu? 1Rs 2:26, 27


Uma leitura superficial do verso pode dar a impressão de que Abiatar foi despedido por causa de uma profecia feita a Eli cem anos antes (1Sm 2:30-36). Mas realmente o que temos é uma demonstração de que Deus conhece nossas escolhas futuras. Deus sabe que escolhas livres faremos, nós e nossos descendentes, e então, pode profetizar o futuro. Deus sabia que, assim como os filhos de Eli se haviam desqualificado do ofício sacerdotal por seu comportamento, seu descendente, Abiatar, também se desqualificaria do ofício sacerdotal por se recusar a aceitar as escolhas de Deus.

6. Compare essa história com a de Judas. Que princípio semelhante está em ação em ambos os casos? Mt 26:14-16, 20-25. Explique essa predição à luz da remoção de Abiatar como sacerdote.

O fato de que Jesus sabia desde o princípio que Judas o trairia não O levou a afastá-lo. Judas foi incluído no círculo íntimo dos Doze. Ele experimentou em primeira mão o poder de Deus. Mas, como Abiatar, Judas não estava preparado para aceitar a vontade de Deus. Parece que, à semelhança de Abiatar, ele também tinha algumas ideias sobre a monarquia e de como os assuntos de poder e controle deviam ser manejados. Judas queria ver Jesus coroado rei de um reino terrestre. Frustrado, ele se voltou para os líderes tradicionais, os escribas e fariseus, e traiu seu verdadeiro Rei.


A presciência não se traduz automaticamente em predestinação divina. As pessoas têm escolhas, como fizeram Judas e Abiatar. A presciência de Deus a respeito dessas escolhas não limita nossa liberdade de fazê-las.

A livre escolha é um dos dons mais sagrados que Deus nos deu. Veio também com um grande custo: a morte de Jesus na cruz. (Se não tivéssemos recebido livre escolha, não poderíamos ter escolhido pecar, e Jesus não teria morrido por nós.) Com quanto cuidado você planeja as decisões que toma?


Sexta


Estudo adicional

Deus o escolheu para uma grande e solene obra. Tem procurado disciplinar, experimentar, provar, refinar e enobrecer seu caráter, para que essa obra sagrada seja feita visando unicamente à Sua glória, a qual pertence inteiramente a Deus. Que pensamento, escolher Deus alguém, levá-lo a íntima ligação com Ele, dar-lhe uma missão a empreender, uma obra a realizar para Ele! O fraco se torna forte, o tímido é feito valente, o irresoluto adquire firme e pronta decisão. Acaso é possível que o homem seja de tanta importância que receba uma comissão do Rei dos reis? Seduzirá a ambição mundana a se desviar do sagrado depósito, da santa comissão?” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 167).

Perguntas para consideração
1. A partir de outras partes da Bíblia, pense na vida de Saul e como alguém que tanto recebeu poderia ter desperdiçado tudo. Que lições podemos tirar de sua história? Que enganos cometidos por ele lhe abriram um caminho que o levou ao tipo de ações que vimos nesta semana?
2. Pense mais na ideia de como a humanidade de Jesus pode simpatizar conosco em nossas lutas. Por que a humanidade de Cristo é tão importante para nós?
3. Como vocês como classe podem ajudar alguém de sua classe que tenha enfrentado perda? Isto é, o que vocês podem fazer, além de dizer palavras consoladoras? Existem casos em que nada mais pode ser feito a não ser “só” proferir palavras consoladoras?

Respostas sugestivas:
Pergunta 1: a: Estava cumprindo ordens do rei; b: Foi morto por ordem de Saul; c: Eles não teriam nada a ganhar por servir a Davi. Era Saul quem os sustentava; d: Davi era fiel, genro do rei, chefe de sua guarda pessoal e honrado em sua casa; e: Saul já não se preocupava em saber quem era inocente ou culpado; f: Não era movido pelo amor a Deus nem por Seus princípios; g: Bem sabia que aquele idumeu o contaria a Saul. Foi uma suspeita que se confirmou. Nem sempre isso acontece; h: Estarás a salvo comigo.
Pergunta 2: Oficiar como sacerdote em todas os suas funções, responder às questões pelo Urim e Tumim e ser conselheiro de Davi.
Pergunta 3: Respeito pelos objetos de culto, preocupação pelo bem-estar de seus comandados e pelos estrangeiros. Abiatar retornou.
Pergunta 4: Talvez um erro de julgamento, em levar em conta a decisão que Deus já havia expressado a Davi.
Pergunta 5: Mandou-o de volta às suas terras, não mais lhe permitindo exercer o sacerdócio, visto que era digno de morte, mas havia levado a arca do Senhor e partilhado das aflições de Davi.
Pergunta 6: Tanto no caso de Judas quanto no de Abiatar, Deus conhecia o futuro e o predisse, embora não determinasse suas ações.

2 comentários:

Anônimo disse...

PARABENS PELA EXPOSICAO DA LICAO.
GOSTEI MUITO.
CONTINUEM FAZENDO ESTE TRABALHO.

Anônimo disse...

QUE DEUS ABENCOE O ESFORCO DA EQUIPE QUE SE PREOCUPA EM FAZER ESTE TRABALHO. PARABENS.

DEJANETE CORREA DO CARMO
LOANDA - PR.