Sábado à tarde | Ano Bíblico: 2Co 5–7 |
VERSO PARA MEMORIZAR: “Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1:20, 21).
Leituras da semana: Êx 32; 1Rs 13:1-34; Dn 5:13-17; Lc 16:31; Jo 15:24; 2Tm 4:3
Nesta semana, vamos estudar uma das mais estranhas histórias do Antigo Testamento. Para começar, descobrimos um rei apóstata, um profeta com restrições específicas de alimentação, um altar fendido como um ovo quebrado e, o mais perturbador, um velho profeta mentiroso, além de um perigoso leão que escolhe suas vítimas.
A história tem lugar nos primeiros anos da monarquia dividida, tempo de tensão política e religiosa. Sob a liderança de Jeroboão (e com a bênção expressa do Senhor, 1Rs 11:29-39), as dez tribos de Israel se separaram de Roboão, filho de Salomão e herdeiro do reino de Davi. Havia guerra iminente, e foi durante esse tempo de instabilidade e mudança que Deus enviou Seu profeta com uma mensagem específica ao rei Jeroboão sobre a adoração idólatra no reino do Norte, que, finalmente, provaria ser sua ruína.
Sob a superfície dessa história de um profeta sem nome se encontra a importante questão da obediência e com que seriedade Deus considera nossa submissão. Quaisquer que sejam as perguntas sem respostas, esta história mostra que qualquer expressão de evangelho sem a consequente obediência é, necessariamente, um falso evangelho.
Domingo | Ano Bíblico: 2Co 8–10 |
A política da religião
Depois da morte de Salomão, as infelizes decisões de Roboão, seu filho, levaram à divisão da nação, com o rei Jeroboão governando Israel, no reino do Norte, e Roboão em Judá, no reino do Sul (veja 1Rs 12).
Não muito depois da divisão, Jeroboão conduziu o reino do Norte por um caminho muito perigoso. Sua intenção não era levar deliberadamente Israel da adoração de Deus à idolatria; mas estava agindo movido pela conveniência política. Ele criou dois centros de adoração, um em Betel e um em Dã. Afirmava estar tentando facilitar as coisas para os israelitas, de forma que eles não tivessem que viajar toda a distância até Jerusalém a fim de adorar. Os bezerros de ouro eram simplesmente uma lembrança visual de Deus (não uma representação) e deveriam tornar mais aceitável a adoração para o israelita comum. Aquilo que começou como um movimento político, porém, levou à transgressão dos Dez Mandamentos (Êx 20:4, 5).
1. Que semelhanças existem entre o episódio do bezerro de ouro em Êxodo 32 e os bezerros de ouro de Jeroboão? Veja 1Rs 12:25-33
É necessário ser inovador na adoração e adaptar a adoração ao nosso contexto cultural específico, mas devemos ser muito cuidadosos. Mesmo o pequeno desvio de um claro mandamento de Deus tem efeitos de longo alcance. No caso de Israel, os bezerros de ouro levaram a nação por um caminho em direção ao pecado aberto. Mas as coisas não pararam aí. Jeroboão também foi obrigado a fazer outras mudanças. Ele tentou convencer alguns dos levitas que viviam dentro de suas fronteiras a servir como sacerdotes em seus santuários recentemente estabelecidos. Porém, eles perceberam os perigos e não se dispuseram a contradizer os mandamentos de Deus; deste modo, Jeroboão foi compelido a sagrar sacerdotes de entre pessoas comuns (1Rs 12:31, 32), que, por sua vez, degradaram o ofício sagrado.
A história das mudanças políticas e religiosas de Jeroboão deveria ter servido como advertência à primeira igreja cristã; porém, aconteceu a mesma degradação. Os mandamentos de Deus foram mudados devido a influências políticas ou sociais. O domingo, em lugar do sábado, passou a ser o novo dia “santo”, a fim de distinguir a igreja dos judeus. A veneração dos santos foi introduzida a fim de tornar mais visível para os crentes pagãos a adoração a Deus. As pressões que levaram a essas mudanças não estão de modo nenhum limitadas ao tempo de Jeroboão nem ao cristianismo primitivo. Hoje, como igreja, enfrentamos muitos desafios semelhantes.
Que pressões culturais sua igreja está enfrentando? Você é suscetível às pressões culturais ao seu redor? Você está disposto a comprometer sua fidelidade nas “pequenas” coisas?
Segunda | Ano Bíblico: 2Co 11–13 |
Deus intervém
Em meio aos movimentos políticos de Jeroboão, Deus interveio e Se fez ouvir. Ele falou por meio de um profeta de Judá. Esse profeta sem nome apareceu no momento em que Jeroboão se postava diante de seu altar na cerimônia de dedicação do santuário. Todos os personagens importantes do reino de Israel deveriam estar presentes. Deus escolheu o momento mais oportuno para agir. O resultado foi dramático.
2. Qual foi a sentença contra o altar? 1Rs 13:1-6. Que lições imediatas se podem tirar dessa narrativa?
Embora seu nome não seja mencionado, o profeta é chamado de homem de Deus. Esse era um título utilizado comumente para alguém reconhecido como mensageiro de Deus. Foi usado para Moisés (Dt 33:1) e Elias (1Rs 17:18). Esse título relaciona nosso profeta sem nome com alguns dos grandes profetas do Antigo Testamento. Deste modo, as expectativas do leitor a seu respeito são elevadas.
O homem de Deus clamou contra o altar de Jeroboão e deu uma profecia. Na profecia, um nome específico, Josias, foi mencionado (1Rs 13:2). Isso é surpreendente, porque Josias nasceu quase três séculos mais tarde. Traz-nos à lembrança Ciro, o persa, cujo nome foi mencionado pelo profeta Isaías cerca de duzentos anos antes de seu nascimento (veja Is 44:28; 45:1).
Quais foram os pontos principais da mensagem do homem de Deus? Primeiro, o altar era ilegal, e o homem de Deus predisse que um descendente de Davi, chamado Josias, o profanaria. Era exatamente isso que Jeroboão mais temia. Ele estava estabelecendo esses centros de adoração para evitar a perda de seu reino, especialmente para alguém que se assentasse no trono de Davi. A segunda parte da mensagem fornece uma demonstração imediata do poder de Deus, garantindo, assim, o futuro cumprimento da profecia. Ante os olhos de todos, o altar se fendeu. Talvez Deus tenha feito isso para lembrar aos espectadores as tábuas dos Dez Mandamentos que Moisés havia quebrado na adoração do primeiro bezerro de ouro.
Parece que Jeroboão não aprendeu nada da história. Ele tinha dois bezerros de ouro, em vez de um. E então, em vez de se arrepender, Jeroboão apontou para o homem de Deus. Nos tempos bíblicos, apontar a mão, a vara ou o cetro sempre era sinal de julgamento. Jeroboão queria prendê-lo. Tudo por se submeter à vontade de Deus.
Nesta história, como vemos a misericórdia de Deus apresentada, mesmo a um teimoso tão grande quanto Jeroboão? Com que frequência você expressa atitude semelhante para com a clara guia de Deus? Quais foram as consequências pessoais dessa atitude?
Terça | Ano Bíblico: Gl 1–3 |
O Doador de dons
Foi um milagre espetacular. A mão de Jeroboão, que se paralisara completamente, de forma que ele “não a podia recolher” (1Rs 13:4), foi restaurada imediatamente. Depois dessa evidência tão convincente, esperaríamos pelo menos uma confissão pública de Jeroboão, o rei. Mas os milagres não podem mudar nossa vontade. Mesmo depois de uma intervenção dramática de Deus, é surpreendentemente fácil encontrar uma “explicação” natural ou simplesmente voltar aos nossos velhos hábitos.
3. Que disse Jesus sobre a relação entre milagres e convicção? Lc 16:31; Jo 10:25-28; 15:24. Por que isso é tão verdadeiro sobre nós?
Em vez de abandonar suas atividades de adoração e dar início sincero a uma reforma, Jeroboão simplesmente mudou de tática (veja 1Rs 13:7-10). Ele convidou o homem de Deus à sua casa e lhe ofereceu uma recompensa. Esse foi um movimento político destinado a neutralizar o efeito da mensagem sobre os que haviam testemunhado o milagre. O rei Jeroboão se ofereceu para admitir o homem de Deus como seu empregado. Só a pessoa que está no controle ou que solicita um serviço está em posição de oferecer recompensa, mas o homem de Deus nunca deve estar à venda. Ele deve inteira submissão a Deus e não pode permitir que as mensagens de Deus sejam modificadas por quem o estiver patrocinando.
4. Como os profetas responderam ao oferecimento de presentes ? 2Rs 5:14-16; Dn 5:13-17
O oferecimento de um presente coloca o doador em posição de poder, e o receptor “deve” algo ao doador. O homem de Deus recusou o presente do rei e continuou a declarar que não comeria nem beberia no território de Israel. Não aceitando a hospitalidade de Jeroboão, o homem de Deus disse “não” à mistura da adoração verdadeira com a idolatria. O povo de Deus não deve estar à venda. Deve caminhar por uma rota diferente. O homem de Deus não teria que caminhar muito, porque a inauguração do santuário em Betel ocorreu a cerca de dois quilômetros da fronteira com Judá. A cidade mais próxima no território de Judá era Mispa, cerca de 10 quilômetros distante de Betel. Mediante a lição prática de não comer e nem beber e até voltar para casa por um caminho diferente, o homem de Deus devia mostrar quão revoltante era para Deus o sistema idólatra.
Como é considerado em nossa cultura o oferecimento de presentes ou favores? Você está em dívida perante alguém por causa de presentes que recebeu? Ore pedindo a sabedoria de Deus para ajudá-lo a se desembaraçar de qualquer “dívida” contraída por causa de presentes que lhe foram dados.
Quarta | Ano Bíblico: Gl 4–6 |
Mentiras tentadoras
A intervenção dramática de Deus na cerimônia de inauguração deu ao povo comum muito sobre que falar. Alguns jovens foram para casa e contaram ao pai sobre o homem de Deus. O nome do pai não é dado, mas sabemos que ele era velho e que ele mesmo era, de fato, um profeta. Esse velho profeta decidiu seguir o homem de Deus e o encontrou sentado à sombra de uma árvore.
5. Leia 1 Reis 13:11-19. Compare essa passagem com a primeira tentação e mentira em Gênesis 3:1-5. Que semelhanças existem, e o que podemos aprender desses episódios?
O homem de Deus deve ter entendido a urgência de sua missão. Ele fora orientado a dar sua mensagem ao rei e, então, não perder tempo para comer nem beber, mas voltar imediatamente. Porém, aqui estava ele, sentado sob uma árvore em Israel, relaxando. Ele poderia ter caminhado os dois quilômetros e, então, poderia ter sentado sob uma árvore em Judá. Perdendo seu senso de urgência, o homem de Deus deu chance à tentação.
O velho profeta enganou o homem de Deus. Não sabemos o que motivou o velho profeta a enganá-lo. Qualquer que fosse sua motivação, a Bíblia nos diz que ele “mentiu” (1Rs 13:18). Nesse momento, o velho profeta se tornou agente de Satanás, o pai da mentira (Jo 8:44). Talvez uma parte ainda mais perturbadora da história seja que o homem de Deus parece ter sido enganado tão facilmente. Depois de tão obviamente ter sido guiado por Deus, depois de fazer tão claramente a vontade do Senhor, ele caiu na mentira e foi diretamente contra o que Deus lhe dissera que fizesse.
É realmente difícil de entender, não é? Gostaríamos de desculpá-lo por desobedecer a Deus, visto que ele foi desviado do caminho. Mas Deus nunca desculpa a crença em uma mentira quando a mentira está em direta oposição a um claro mandamento que Ele deu.
A tentação sempre envolve a escolha de desobedecer à vontade revelada de Deus. As tentações não mudam tanto quanto as formas das tentações. Hebreus 4:15 nos diz que Jesus foi tentado como nós somos. As mesmas tentações básicas que enfrentamos (embora em disfarces modernos) foram as enfrentadas e vencidas por Jesus. Deus nos promete discernimento e “livramento” de forma que não sejamos enganados pelas mentiras de Satanás (1Co 10:13).
Quão facilmente você permite que as tentações o levem a entrar em conflito direto com a vontade revelada de Deus? O que você pode fazer, que escolhas pode adotar, para se proteger das tentações que o apanham tão facilmente?
Quinta | Ano Bíblico: Ef 1–3 |
Tentações gêmeas
6. O homem de Deus enfrentou duas tentações. A primeira, a que ele resistiu poderosamente, veio do rei; a segunda, a que ele sucumbiu, veio do velho profeta. Que lição importante podemos extrair desse fato? Veja 2Tm 4:3; 2Pe 2:1; Jd 4-16
A maior ameaça para nossa fé não é a perseguição dos de fora mediante os poderes políticos, mas os falsos profetas e mestres que vêm de dentro ou que afirmam falar em nome de Deus.
É fundamental ter uma clara palavra do Senhor. Em outras palavras, precisamos estudar a Palavra de Deus, a Bíblia, por nós mesmos. Um verdadeiro profeta ou mestre não contradirá outra revelação inspirada. Porque Deus nunca Se contradiz. Qualquer nova profecia ou ensino de Deus será acrescentada para estabelecer a verdade e não para diminuí-la. Ela também vai encorajar a obediência, e nunca a desobediência. Finalmente, podemos julgar os profetas e mestres pelos resultados de seu ensino a seu público e em sua própria vida.
7. Que aconteceu em seguida, e que lições existem para nós? 1Rs 13:20-34
O que é mais difícil de entender em tudo isso, para começar, é por que o velho profeta mentiu para o homem de Deus. Ele começou no papel de Satanás, o enganador, e então, antes de terminar o capítulo, foi ele quem lhe disse: “Assim diz o Senhor” (v. 21). Embora seja muito difícil entender, uma coisa nessa história não deve ser difícil: o homem de Deus não deveria ter desconsiderado tão direta e ostensivamente o claro mandamento do Senhor.
A morte do homem de Deus não ficou sem efeito. Ao contrário do rei, que testemunhou um milagre e continuou em seu pecado (veja 1Rs 13:33, 34), o velho profeta creu que a Palavra de Deus se cumpriria. Ele disse aos filhos que, quando morresse, seus ossos deveriam ser postos ao lado dos ossos do homem de Deus. A profecia feita pelo homem de Deus de Judá se cumpriu literalmente por Josias três séculos mais tarde (2Rs 23:15, 16). Conforme profetizado, Josias queimou ossos no altar; porém, ele deixou os ossos do homem de Deus e também, em consequência, os ossos do velho profeta que tinham sido enterrados com ele (2Rs 23:17, 18).
Pense neste verso: “É o homem de Deus, que foi rebelde à palavra do Senhor” (1Rs 13:26). Que mensagem irônica mas importante podemos extrair para nós?
Sexta | Ano Bíblico: Ef 4–6 |
Estudo adicional
O Salvador venceu para mostrar ao homem como ele pode vencer. Todas as tentações de Satanás, Cristo enfrentava com a Palavra de Deus. Confiando nas promessas divinas, recebia poder para obedecer aos mandamentos de Deus, e o tentador não podia alcançar vantagem. A toda tentação, Sua resposta era: ‘Está escrito.’ Assim Deus nos tem dado Sua Palavra para com ela resistir ao mal. Pertencem-nos grandíssimas e preciosas promessas, a fim de que por elas sejamos ‘participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que, pela concupiscência, há no mundo’ (2Pe 1:4).
“Digam aos tentados que não olhem às circunstâncias, à fraqueza do próprio eu, nem ao poder da tentação, mas ao poder da Palavra de Deus. Toda a sua força nos pertence. ‘Escondi a Tua palavra no meu coração’, diz o salmista, ‘para eu não pecar contra Ti’ (Sl 119:11). ‘Pela palavra dos Teus lábios me guardei das veredas do destruidor’” (Sl 17:4; Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 181).
Perguntas para consideração
1. A verdade é progressiva. Conforme entendemos melhor as verdades de Deus, podemos precisar fazer mudanças de vida, convicções, organização, evangelismo, etc. Conservar o status quo não é uma opção. Comente com a classe como podemos saber se nossas ações propostas surgem da guia de Deus ou da influência da sociedade?
2. Comente o modelo de Jesus de se socializar com os pecadores em contraste com o dever do homem de Deus de não se socializar e, assim, não tolerar o pecado. Como podemos encontrar as pessoas onde estão? Dê exemplos práticos para mostrar como podemos nos aproximar das pessoas e mostrar aceitação sem encorajar práticas pecaminosas.
3. Em muitas sociedades, a prática do suborno ou de presentes especiais é parte integrante de quase todos os negócios, acordos legais e políticos. Como adventistas do sétimo dia, individualmente e como igreja, como podemos sobreviver nessas sociedades? Com base na lição desta semana, escreva com a classe algumas diretrizes para lidar com esse problema.
Respostas sugestivas:
Pergunta 1: Em ambos os episódios, a adoração ao bezerro fazia parte do contexto cultural dos pagãos.
Pergunta 2: Nasceria um menino chamado Josias que profanaria o altar, queimando sobre ele ossos humanos.
Pergunta 3: A convicção deve se basear na Palavra de Deus, não em sinais, muitas vezes de origem espúria.
Pergunta 4: De maneira geral, recusaram.
Pergunta 5: Um profeta contradiz a clara ordem de Deus, afirmando que fala em nome dEle. O mensageiro trocou o certo pelo duvidoso, e o resultado foi trágico.
Pergunta 6: Precisamos ser fiéis às nossas convicções, confirmadas pela Palavra de Deus, não importando quem nos tente desviar.
Pergunta 7: O mensageiro foi morto por um leão. A estrita obediência à vontade de Deus é nossa maior segurança…
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