terça-feira, 16 de março de 2010

Verdade


Lição 1212010


Sábado à tarde

Ano Bíblico: Js 22–24


VERSO PARA MEMORIZAR: “Buscar-Me-eis e Me achareis quando Me buscardes de todo o vosso coração” (Jeremias 29:13).

Leituras para esta semana: 2Cr 25:2; Sl 51:17; Jr 29:13; Jo 7:16, 17; 14:6; 17:3; Hb 5:14

A palavra grega aletheia, traduzida como verdade, tem dois significados. Um é a verdade objetiva (fatos reais, verdade ou princípio), e o outro é a verdade subjetiva (verdade como excelência pessoal – sinceridade mental livre de afetação, fingimento, dissimulação, falsidade ou engano). Portanto, verdade é o que conhecemos, os fatos objetivos. Mas existe também o elemento subjetivo da verdade, que impõe a maneira de respondermos individualmente ao que aprendemos. Quando esses dois sentidos são reais em nossa vida, manifestamos a verdade como fruto do Espírito.

É por isso que ambos os elementos são cruciais para a experiência cristã. Precisamos conhecer a verdade objetiva básica como é achada em Jesus e, em seguida, precisamos da experiência subjetiva pessoal de ter a vida mudada por essa verdade.

Olhe para Judas. Ele esteve com Jesus por mais de três anos e meio. Judas teve os dois tipos de verdade revelados a ele. Viu coisas sobre as quais só podemos ler. Mas, finalmente, veja que bem isso lhe fez!

Todos precisamos ter cuidado!


Domingo

Ano Bíblico: Jz 1–3

“Eu sou... a Verdade”

1. “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por Mim” (Jo 14:6). O que significa este texto?

Em certo sentido, esse texto desafia radicalmente o relativismo (a ideia de que verdade é unicamente subjetiva e pessoal) tão atual no mundo de hoje. As palavras de Jesus não deixam ambiguidade: Não é verdade que “cada um acha seu próprio caminho para Deus”, e outras declarações assim. Com estas palavras, Jesus estabeleceu a realidade da verdade objetiva. Aqui está a Verdade. Ponto. Poucos versículos da Bíblia inteira são mais contrários ao sentimento de relativismo do que esses.

Ao mesmo tempo, também existe outro elemento inteiramente novo. A verdade é uma Pessoa. Você vem para a verdade por meio de um relacionamento com uma Pessoa. Essa ideia é radicalmente diferente da noção de verdade como um grupo de fatos. Jesus, um ser humano, é a Verdade; assim, se quiser conhecer a verdade, você precisa primeiramente conhecer Jesus.

2. Como o que está escrito acima nos ajuda a entender as palavras de Cristo em João 17:3?

Temos que ser cuidadosos, porém, com essa noção de que toda a nossa religião significa manter relacionamento com Deus. Todos vivem em relacionamento com Deus, de uma forma ou de outra. Os que negam Sua existência vivem em relacionamento com Deus. Pilatos teve um relacionamento com Jesus; o mesmo fez Caifás. Até o diabo tem um relacionamento com –Jesus: ele O odeia. O evangelho não é um chamado para manter relacionamento com Jesus mas para fazer um compromisso com Ele. Nicodemos, por exemplo, teve relacionamento com Jesus, no qual ele finalmente dedicou a Cristo a vida e tudo o que tinha. Esse é o tipo de relacionamento de que todos precisamos!

Sem dúvida, você mantém relacionamento com Jesus. A pergunta que você precisa formular a si mesmo é: Que tipo de relacionamento é esse? Como você pode melhorá-lo?


Segunda

Ano Bíblico: Jz 4, 5

O Espírito e a Verdade

“Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade” (Jo 16:13).

Devido ao que aprendemos ontem, é óbvio que a obra do Espírito Santo é apontar-nos o caminho a Cristo e nos ajudar a permanecer nEle. “Quando, porém, vier o Consolador, que Eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dEle procede, esse dará testemunho de Mim” (Jo 15:26).

Veja esta poderosa declaração: “A pregação da Palavra não será de nenhum proveito sem a contínua presença e ajuda do Espírito Santo. Este é o único Mestre eficaz da verdade divina. Unicamente quando a verdade chega ao coração acompanhada pelo Espírito, vivificará a consciência e transformará a vida. Uma pessoa pode ser capaz de apresentar a letra da Palavra de Deus, pode estar familiarizada com todos os seus mandamentos e promessas; mas, a menos que o Espírito Santo impressione o coração com a verdade, ninguém cairá sobre a Rocha e se despedaçará” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 671, 672).

3. Qual é o papel do Espírito Santo, descrito por Ellen G. White na declaração acima?

O que vemos na obra do Espírito Santo é tanto o aspecto objetivo como subjetivo da verdade. O Espírito vem, testemunha de Jesus e convence “o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (Jo 16:8). Esta é a crua realidade sobre o mundo, sobre Deus e sobre a realidade.

Ao mesmo tempo, a obra do Espírito Santo não termina simplesmente quando nos ensina essas verdades. Nossa vida precisa ser transformada de acordo com sua compreensão.Essas verdades objetivas e eternas nos tornarão inúteis a menos que nossa vida seja transformada por elas, e parte desse processo (talvez a mais importante) como Ellen White escreveu, é ser despedaçados sobre a Rocha (veja Sl 51:17).

Como você foi despedaçado (e você já foi)? O que aconteceu? Que mudanças ocorreram? O que você aprendeu dessa experiência sobre a vida, sobre o sofrimento e sobre Deus? Que outras lições você ainda precisa aprender?


Terça

Ano Bíblico: Jz 6–8

“De todo o coração”

“Buscar-Me-eis e Me achareis quando Me buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29:13).

De todo o coração” significa “sinceramente” verdadeiro em palavras e atos. A palavra sincero vem de duas palavras latinas: seno (sem) e cera (cera). Aparentemente, no passado, escultores menos escrupulosos disfarçavam secretamente as falhas e rachaduras em seu trabalho tampando-as com cera, que, evidentemente, não dura muito tempo. Consequentemente, sinceridade significa ser real e genuíno, não artificial. Significa falar ou agir “do coração”.

4. Como essas duas atitudes se evidenciaram no reinado de Amazias? 2Cr 25:2

A palavra hebraica traduzida em algumas versões por perfeito ou inteiro vem da raiz slm (da qual deriva shalom). Basicamente, significa cheio, completo ou em paz. Assim, temos aqui um rei que fez a coisa certa mas com um coração que não estava no lugar certo. Ele não era sincero em suas ações. Este fato ergue a possibilidade de uma pessoa fazer as coisas certas pelos motivos errados. Embora sejamos capazes de enganar algumas pessoas por algum tempo, e a nós mesmos todo o tempo, não podemos enganar Deus em tempo nenhum. Quando Davi orou por seu filho, a primeira coisa ele pediu que o filho tivesse foi “um coração íntegro” (1Cr 29:19).

A sinceridade é importante porque a pessoa que não é sincera, cujo coração não está dedicado ao que é verdadeiro e certo, tem o coração dividido. Seguramente, existe alguma outra coisa retendo essa pessoa, e enquanto não abandonar esse peso, enquanto ainda permitir que outros compromissos ocupem o lugar, o coração não pode ser slm, completo nem perfeito diante de Deus. Então, a chave, é completa submissão ao Senhor, completo abandono do eu. Não é fácil; em sentido real, a fim de que isso aconteça, como vimos ontem, a pessoa precisa ser despedaçada sobre a Rocha.

Quanta sinceridade existe em sua fé? Não estamos falando de dúvidas ocasionais, ou perguntas sem respostas profundas (às vezes, todos têm dúvidas, e todos têm perguntas sem respostas profundas), nem estamos falando de lutar contra o pecado. Estamos falando sobre seu coração. Está completamente submisso a Deus, “completo” diante dEle, ou está dividido entre Deus e alguma coisa do mundo? Se for o último caso, que escolhas você precisa fazer?


Quarta

Ano Bíblico: Jz 9, 10

Consciência endurecida

Nas semana passada, vimos como Jesus tinha palavras duras para a falsa “justiça” dos escribas e fariseus (veja Mt 23:27), chamando-os de “hipócritas”. A palavrahipócrita, na língua original (hupokrites) significa “ator”. Jesus estava deixando que eles soubessem que Ele podia discernir seus sentimentos interiores e pecados secretos. Era como se Ele estivesse lhes dizendo: “Vocês agem de uma maneira, mas por dentro vocês são outros, como se estivessem atuando em uma peça de teatro. Vocês não podem ser verdadeiros?” Outra ocasião, Jesus disse: “Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-Me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim” (Mc 7:6). Seu significado é óbvio.

5. Qual é o grande perigo de agir com hipocrisia? 1Tm 4:2; Tt 1:15. Nossa consciência é o lugar em que o Espírito Santo faz contato conosco. Que pode nos acontecer se constantemente estivermos agindo de maneira errada?

Não há dúvida de que quanto mais permanecermos no mal, e quanto mais fizermos o que sabemos ser errado, mais contaminada ficará nossa consciência e mais distantes da verdade estaremos. Novamente, você pode ter conhecimento intelectual mais do que suficiente para ser salvo. Infelizmente, o fogo final terá espaço para muitos que conheciam mais que suficientes verdades objetivas para ser salvos. Mas, como estamos dizendo, só a verdade objetiva não é fruto do Espírito. A verdade praticada em nossa vida, esse é o fruto que precisamos produzir.

6. Qual é a relação entre a verdade e o fruto do Espírito? Jo 7:16, 17; Hb 5:14


Quinta

Ano Bíblico: Jz 11, 12

Andando na verdade

“Fiquei sobremodo alegre em ter encontrado dentre os teus filhos os que andam na verdade, de acordo com o mandamento que recebemos da parte do Pai” (2Jo 4). “Se dissermos que mantemos comunhão com Ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade” (1Jo 1:6).

7. Que lição importante é ensinada nesses textos a respeito do que significa ter uma relação de salvação com Jesus?

A verdade, como fruto do Espírito, não é só o que sabemos – é o que fazemos. Viver na luz de Deus significa mais que conhecimento, apenas. Veja como João explica como é andar nas trevas: “Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas. Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço. Aquele, porém, que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos” (1Jo 2:9-11).

Assim, andar na luz, andar na verdade, é mais que guardar simplesmente os Dez Mandamentos, pelo menos de acordo com a letra da lei. No fim, quando tudo estiver dito e feito, viver na verdade não se manifestará basicamente em nossa maneira de lidar com as pessoas? Se somos sarcásticos, irritadiços, irreconciliáveis, vingativos, odiosos, insensíveis; se tratamos os outros como objetos, e não como pessoas dignas, se pisamos nos outros na tentativa de nos aproveitar delas, isso significa que estamos andando nas trevas, não importa quão estritamente guardemos o sábado, não importa quão fielmente sigamos a mensagem de saúde, não importa quanto professemos fé em Jesus, com quanta fidelidade devolvamos o dízimo e vamos à igreja. Em certo sentido, frequentemente é muito mais fácil aprender a doutrina e a teologia correta do que ser bondosos, abnegados e generosos, não é assim?

Pense em suas interações com as pessoas nas últimas vinte e quatro horas. Como você as tratou? Que tipo de palavras você usou? Você se sentiria bem se suas atitudes e ações para com elas se tornassem públicas (não se preocupe, um dia isso irá acontecer; veja Mt 10:26). Que mudanças você precisa fazer em sua vida?


Sexta

Ano Bíblico: Jz 13–16

Estudo adicional

“Não é a duração do tempo que labutamos, mas a voluntariedade e fidelidade em nosso trabalho que o torna aceitável a Deus. É requerida uma renúncia completa do próprio eu em todo o nosso serviço. O menor dever feito com sinceridade e desinteresse é mais agradável a Deus que a maior obra quando manchada pelo egoísmo. Ele olha para ver quanto nutrimos do espírito de Cristo, e quanto nosso trabalho revela da semelhança de Cristo. Considera mais o amor e a fidelidade com que trabalhamos do que a quantidade que fazemos” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 402, ênfase provida).

“A adoração prestada em sinceridade de coração tem grande recompensa. ‘Teu Pai, que vê em segredo, te recompensará publicamente’ (Mt 6:6). Pela vida que vivemos mediante a graça de Cristo, forma-se o caráter. A beleza original começa a ser restaurada no íntimo. São comunicados os atributos do caráter de Cristo, começando a refletir-se a imagem do Divino. A fisionomia dos homens e mulheres que andam e trabalham com Deus revela a paz do Céu. São circundados da atmosfera celestial. Para essas pessoas começou o reino de Deus. Possuem a alegria de Cristo, a satisfação de ser uma bênção à humanidade. Têm a honra de ser aceitos para o serviço do Mestre; é-lhes confiado fazer Sua obra em Seu nome” (Ellen G. White, O Lar Adventista, p. 535).

Perguntas para consideração
1. Existe algum sentido em que a verdade pode ser relativa? Isto é, pode não ser aplicável a todo o tempo e a toda situação? Se não, por que não? Existem certas verdades, talvez, que poderiam ser relativas enquanto outras não são?
2. Pense mais nessa ideia do que significa ser sincero em sua fé. Por mais importante que seja a sinceridade, por que não é suficiente? Afinal, pessoas que atam cintos de bombas na cintura e se explodem, ao que parece, são sinceras. O que mais é necessário?

Respostas sugestivas:

Pergunta 1: O caminho para Deus se dá exclusivamente por meio de Jesus Cristo.
Pergunta 2: Conhecimento de Deus requer mais que reconhecimento intelectual dos fatos a Seu respeito. Implica um relacionamento de submissão e amor a Deus e a Seu Filho, Jesus Cristo.
Pergunta 3: Entre outras coisas, o Espírito nos move a receber Cristo na vida, sujeitar-nos a Ele, cumprir Sua vontade e compreender Sua Palavra.
Pergunta 4: Amazias fez o que era certo pelos motivos errados.
Pergunta 5: A hipocrisia endurece a consciência da pessoa, a um ponto em que ela não mais reconhece os apelos do Espírito Santo.
Pergunta 6: O conhecimento da verdade deve conduzir a pessoa a praticá-la, produzindo os frutos da conversão. Conhecimento apenas intelectual é uma contradição, se não for posto em prática.
Pergunta 7: A consequência natural será a obediência.

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