sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A batalha pelo poder

Lição 1332009


Sábado à tarde

Ano Bíblico: Joel


Verso para Memorizar: “Amado, não imites o que é mau, senão o que é bom. Aquele que pratica o bem procede de Deus; aquele que pratica o mal jamais viu a Deus” (3Jo 11).

Leituras da semana: Is 14:13, 14; Mc 9:35; 1Co 12:7-31; 1Co 13; Fp 2:3; 3Jo; Ap 14:6

Batalhas pelo poder podem vir de várias formas. Seja pelo governo de impérios, pelo comando de empresas ou até mesmo por posição e autoridade religiosa, a batalha pelo controle pode ser feia e até mesmo violenta. Em sentido real, o grande conflito no Céu começou com uma batalha pelo poder – Satanás buscando a posição e autoridade que pertenciam só a Jesus, o Criador, e não a uma criatura. Infelizmente, mesmo na igreja, esse mesmo espírito pode ser manifestado.

Terceira João, a epístola final desta série, estuda a batalha pelo poder em uma das primeiras igrejas. De um lado, estão o apóstolo João, Gaio e Demétrio. Do outro lado está Diótrefes, que tenta estabelecer sua supremacia. Uma batalha pelo poder em uma igreja local? Certamente, como cristãos hoje, não enfrentamos nada semelhante a isso, não é verdade?

Prévia da semana: A quem João escreveu esta epístola? O que sabemos sobre Gaio e seu caráter que pode ser de valor para nós? Que tipo de batalha pelo poder estava ocorrendo na igreja?


Domingo

Ano Bíblico: Am 1–4

O ancião e Gaio (3Jo 1:1-4, 13-14)

Esta é uma das poucas epístolas do Novo Testamento (juntamente com Filemon, 1 e 2 Timóteo e Tito) que são dirigidas a uma só pessoa, não a uma congregação.

É interessante que João se refere a si mesmo aqui como presbítero, ou ancião (3Jo 1, Bíblia de Jerusalém). Mas João era um apóstolo, não um ancião de igreja local; então, por que ele fez assim? Existem várias razões possíveis, algumas das quais não são exclusivas: (1) O título de ancião pode se referir a posição, idade ou ambos. No caso de João, a última opção parece mais provável. (2) Usando o título ancião, João indica que a epístola não era dirigida a um amigo, apenas, mas um comunicado oficial. (3) O título indica respeito e autoridade devidos ao seu possuidor. (4) Em 1 Pedro 5:1, Pedro se dirige aos anciãos e se considera um deles, embora fosse apóstolo. João pode ter seguido esse uso. (5) O uso da palavra ancião por João pode indicar humildade e respeito à comunidade, atitude bastante diferente da de Diótrefes.

1. Que informações temos sobre Gaio em 3 João 1-4?

João deve ter tido um bom relacionamento com Gaio. Ele o chama de amado e lhe diz que o ama verdadeiramente. Por três vezes a palavra amar ou seus derivados são usados nos versos 1 e 2 para descrever o relacionamento de João com Gaio.

2. Como cristãos, o que significa amar uns aos outros? Como mostramos esse amor? Veja 1 Coríntios 13.

João se regozijou de que Gaio estava andando na verdade. Por duas vezes, ele mencionou nos versos 3 e 4 que até os irmãos que conheciam Gaio estão elogiando sua atitude e maravilhoso estilo cristão de vida. João, de sua parte, deseja encontrar Gaio logo e falar com ele pessoalmente. As saudações a Gaio e da parte deste mostram que há um círculo maior de crentes que o conhecem e que o apoiam.

Examine cuidadosamente 1 Coríntios 13. Você manifesta adequadamente os princípios de que Paulo fala nesse capítulo? Em que áreas você vai bem; em que áreas você pode e deve melhorar?


Segunda

Ano Bíblico: Am 5–9

Gaio e seu ministério à Igreja (3Jo 5-8)

3. Qual era o costume de Gaio e de sua igreja para com os estrangeiros? 3Jo 5-8. Que lição importante existe para nós neste texto?

Em sua segunda epístola, João falou sobre a hospitalidade e advertiu contra o abrigar os missionários itinerantes que ensinavam heresias. Os verdadeiros crentes não podem sustentar os anticristos. Em 3 João, o apóstolo volta ao assunto da hospitalidade. E aqui ele destaca que alguns missionários itinerantes precisavam de ajuda. Eles pregavam gratuitamente o evangelho mas precisavam de algum alimento e um lugar para passar a noite. Ao contrário dos missionários heréticos a respeito de quem João já havia falado, esses missionários eram pessoas dedicadas a Deus em todos os sentidos.

Gaio os apoiava e lhes oferecia hospitalidade. Os missionários haviam ficado bem impressionados e o haviam mencionado à igreja.

O que vemos aqui não se refere à hospitalidade, apenas, não só a dar a alguém um lugar para passar a noite, mas com todo o princípio de apoio ao trabalho do ministério e das missões. João ficara grato por Gaio haver tratado essas pessoas como havia feito. Isso mostrava sua disposição de dar-se à obra de anunciar o evangelho. Neste sentido, Gaio deve servir de exemplo a todos nós. O Senhor nos escolheu, como crentes, para espalhar esta verdade ao mundo todo.

4. Leia Apocalipse 14:6. Quem é esse anjo, e quão ampla é sua missão?

Como cristãos em geral e adventistas em particular, devemos ter consciência de nosso chamado para apoiar o trabalho de anunciar o evangelho em todos os lugares do mundo. Qualquer que seja nossa posição, qualquer que seja nosso papel, todos podemos ter uma parte nessa tarefa.

Como está seu envolvimento na ajuda para anunciar as verdades que recebemos? O que mais você poderia fazer? Quanto de seu tempo, dinheiro e disposição você está disposto a dedicar pela causa de ajudar os outros a ouvir as boas-novas de Jesus Cristo e a promessa de Sua volta?


Terça

Ano Bíblico: Obadias, Jonas

Diótrefes (3Jo 9, 10)

“Assentando-se, Jesus chamou os Doze e disse: ‘Se alguém quiser ser o primeiro, será o último, e servo de todos’” (Mc 9:35, NVI).

5. Que importante princípio cristão existe neste verso? Mais importante, como podemos aprender a segui-lo? 3Jo 9, 10

Depois de ter posto em evidência Gaio e seu ministério, João estava pronto para tratar do problema com Diótrefes, líder da igreja a que Gaio pertencia. Evidentemente, esse homem era uma fonte de muitos problemas, e João estava decidido a lidar com ele no tempo certo.

6. Qual era o problema com Diótrefes? Pelas poucas informações que temos, qual era a atitude dele para com a liderança da igreja? 3Jo 9, 10. Veja também Is 14:13, 14; Mt 12:37; 18:3-6; Fp 2:3.

Diótrefes era um problema. Os membros da igreja estavam sendo postos de lado ou até removidos por mostrarem cortesia cristã básica a outros. Mas não era tudo. Provavelmente, Diótrefes estava tentando firmar-se como o único líder da congregação ou pelo menos manter o controle. Ele pode ter confundido cobiça de poder com zelo pelo evangelho. Rejeitando arrogantemente a autoridade do apóstolo João e de outros, Diótrefes havia ido além e caluniado João.

Essa era uma atitude perigosa, porque parece que Diótrefes agir independentemente dos que estavam vigiando a igreja em âmbito maior. Essa atitude oferecia o risco de mudar dramaticamente a natureza da igreja e o papel que os membros exerciam nela.


Quarta

Ano Bíblico: Mq 1–4

Dando testemunho sobre Demétrio

7. Que conselho deu João a Gaio e aos outros membros da igreja? 3Jo 11. Que advertência temos sobre um líder da igreja que age contrariamente aos princípios de Cristo?

O verso 11 é uma declaração transitiva. Constrói uma ponte entre que João diz sobre Diótrefes e o que iria dizer sobre Demétrio. O mal tem um representante, e esse é Diótrefes. O líder arrogante e ambicioso foi identificado claramente porque pertencia ao que é mau. Por outro lado, um bom exemplo para que Gaio seguisse era Demétrio.

8. O que sabemos sobre Demétrio? 3Jo 12

Existe outro Demétrio em Atos 19:23-29. Ele foi o ourives responsável pela revolta em Éfeso quando Paulo pregou o evangelho nessa cidade. Nada no texto indica que seja a mesma pessoa.

Demétrio foi um cristão gentio. Ele sustentou o apóstolo João e pode ter sido um de seus associados e um dos missionários itinerantes. João pode ter desejado estar presente quando planejava confrontar Diótrefes.

Talvez o princípio mais importante que podemos tirar deste verso sobre Demétrio seja o poder da influência. Leia novamente o verso. Quem podia testemunhar sobre a “fidelidade” de Demétrio? Esse testemunho vinha de muitas direções. A lição é que, se vivermos de maneira cristã, se formos fiéis, os outros saberão. Os outros podem dar testemunho disso. E, mais importante ainda, os outros podem ser influenciados por isso. No fim, de uma forma ou de outra, nossa vida, nossa existência, envia uma mensagem, e essa mensagem pode ser uma influência positiva ou negativa. Isso não significa que somos perfeitos, não significa que não cometemos erros, não significa que não temos espaço para melhorar. Quer dizer, ao invés, que os outros estão nos observando, estão nos ouvindo, e são influenciados por nós. A pergunta é: Que tipo de testemunho estamos dando?

Imagine que alguém esteja dando um relatório sobre você e seu comportamento cristão. O que essa pessoa escreveria, e por quê? Medite nas implicações de sua resposta.


Quinta

Ano Bíblico: Mq 5–7

Crise de liderança no início da Igreja

Pelo que vimos, havia uma crise de liderança em pelo menos uma das igrejas de João. De acordo com essa epístola, o problema não se referia tanto à teologia, mas à ambição pessoal e à mudança na maneira de administrar as igrejas. Porém, frequentemente, quando começa um conflito, ele envolve alguns assuntos e, mais tarde, parte para outros. Então, neste relato também, as doutrinas da igreja podem ter sido afetadas.

Notamos certo tipo de luta pelo poder e desejo de independência. Isso existe hoje na ideia do congregacionalismo, em que as igrejas locais tentam ser completamente independentes de qualquer corpo eclesiástico-administrativo, e andar sozinhas. Esse não é o modelo do Novo Testamento.

Todo os crentes são povo e corpo de Cristo. Todo os crentes também são parte do sacerdócio real (1Pe 2:9). Todos receberam dons espirituais, necessários para a igreja (1Co 12:7-31). A distinção entre leigos e clero é estranha ao Novo Testamento. Porém, Deus chamou algumas pessoas para posições de liderança na igreja e lhes concedeu talentos. Essas pessoas devem ser respeitadas. Os líderes não são infalíveis e não devem fingir isso. Em alguns casos, até pode haver razões justificadas para reclamações (1Tm 5:19). Se o líder precisar ser confrontado, isso deve ser feito com cuidado e amor.

Os líderes devem realmente liderar, mas precisam também ser pastores e, acima de tudo, precisam servir de exemplos para o restante do corpo de Cristo. As qualificações para os líderes estão mencionadas tanto no Antigo como no Novo Testamento. As palavras bispos e anciãos ainda são usadas de modo intercambiável no Novo Testamento (At 20:17, 28), embora isso tenha mudado dramaticamente na história da igreja a partir de quando foi criada uma hierarquia rígida e a Igreja passou a se identificar mais ou menos com o denominado clero.

9. De acordo com o texto bíblico, como a igreja deve ser governada? Mc 10:42-44; At 6:1-7; 15:6, 22-25; 1Tm 4:14; Tg 5:14

O Novo Testamento se opõe ao caos e à anarquia na igreja. A liderança é mencionada em nível local, e também na igreja universal. Porém, o próprio Jesus enfatizou que a liderança na igreja ou nas igrejas deve ser a liderança servidora. As igrejas locais eram governadas por um grupo de anciãos, e não por uma pessoa somente. As decisões eram tomadas envolvendo a igreja inteira ou representantes dela.


Sexta

Ano Bíblico: Naum

Estudo adicional

Leia as passagens a seguir sobre a governança/liderança da igreja: Jo 13:1-12; Ef 4:11-16; 1Ts 5:12, 13; 1Tm 1:3, 4; 4:13; 5:22; Tt 1:1-3; 1Pe 5:1-4.

“Os que são inclinados a considerar como supremo seu critério pessoal, acham-se em grave perigo. É o planejado esforço de Satanás separar esses dos que são condutos de luz, e por cujo intermédio Deus tem operado para edificar e estender Sua obra na Terra. Negligenciar ou desprezar aqueles que Deus designou para arcar com as responsabilidades da direção ligadas ao progresso da verdade é rejeitar o meio ordenado por Ele para auxílio, animação e fortalecimento de Seu povo” (Ellen G. White, Obreiros Evangélicos, p. 444).

“Deus não estabeleceu, entre os adventistas do sétimo dia, nenhuma autoridade suprema para dirigir toda a corporação, ou qualquer parte da obra. Ele não estipulou que a responsabilidade da direção devesse recair sobre uns poucos homens. As responsabilidades são divididas entre grande número de homens competentes” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 8, p. 236).

Perguntas para consideração

1. Pense no poder e como ele é usado. Quando o poder é bom? Quando é mau? Como podemos saber a diferença?
2, Que cristãos em sua igreja local podem ser apontados como modelos de líderes? O que é admirável neles? Ao mesmo tempo, que perigos surgem quando colocamos um pecador na posição de modelo?
3. Você já ficou decepcionado com alguém que considerava modelo? Que lições você aprendeu e que podem ser de valor para outros? Como podemos aprender do bom exemplo de outros e ser protegidos do desapontamento se eles falharem?
4. Como a igreja deve reagir quando tem um problema sobre a liderança? Como pode chegar ao equilíbrio correto no trato firme com o problema e, ao mesmo tempo, mostrar a graça e a misericórdia de Cristo?

Respostas sugestivas:

Pergunta 1: Havia bom relacionamento entre João e Gaio. Tanto ele como seus filhos eram cristãos fiéis à verdade.
Pergunta 2: Buscar o melhor interesse de Deus ou do próximo sem esperar recompensa nem medir sacrifícios.
Pergunta 3: Hospedava-os com amor.
Pergunta 4: Representa os pregadores da mensagem de Cristo. Alcança todo o mundo.
Pergunta 5: A importância de tratar pessoalmente certos problemas.
Pergunta 6: Mostrava-se hostil à liderança mais abrangente da Igreja. Aparentemente, desejava tornar-se líder absoluto.
Pergunta 7: Aprender o que é bom e rejeitar o que é mau.
Pergunta 8: Aparentemente, era um cristão equilibrado.
Pergunta 9: Buscando criar harmonia entre todos, dentro dos princípios bíblicos.

Nenhum comentário: