Sociedade civil pede metas para o governo conter as mudanças climáticas.
Representantes da sociedade civil decidiram ir até Brasília nesta quarta-feira (26) para pressionar parlamentares e ministros, com um único tema em mente: a mudança climática. Munidos com um documento escrito como se fosse um projeto de lei, eles pedem a criação de uma política pública nacional a respeito do problema. O intuito é que o país ajude a conter o aquecimento global e se adapte às inevitáveis transformações decorrentes dele.
O Observatório do Clima -- uma rede brasileira sobre o tema -- organizou entre os meses de agosto e novembro deste ano audiências públicas e reuniões com a participação de cientistas, ambientalistas e organizações. O Greenpeace, a Fundação Boticário de Proteção à Natureza, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), a Embaixada Britânica no Brasil e a Fundação Getulio Vargas foram algumas das entidades que participaram.
O resultado dos debates realizados em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba -- complementado pelas sugestões enviadas por internautas pelo site da instituição organizadora -- é o documento de 44 páginas. Ele será entregue aos representantes da Frente Parlamentar Ambientalista e aos ministros do Meio Ambiente, da Ciência e Tecnologia e das Relações Exteriores durante debate aberto ao público que acontece na Câmara dos Deputados.
Espera-se que com o documento entregue -- pronto -- aos políticos seja formulada uma Política Nacional de Mudanças Climáticas. De acordo com o ecólogo Paulo Moutinho, coordenador do Observatório do Clima, as sugestões também podem ser usadas por outras esferas do governo na formulação de políticas regionais sobre o mesmo tema.
Compensações financeiras
Os organizadores do documento querem que o governo estipule metas para conter o aquecimento global. “Factíveis de serem cumpridas e eficientes”, diz Moutinho. O documento reforça dois pontos: o desmatamento e os setores produtivos.
As queimadas e o desmatamento fazem do país o quarto maior emissor de poluentes, segundo o Greenpeace. “Buscamos mecanismos econômicos para que as florestas, principalmente a Amazônia, tragam rendas e sejam preservadas”, conta.
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Para o próximo ano
O apelo é feito durante a atual crise econômica. “São ações a longo prazo. Os custos parecem excessivos hoje, mas trarão retorno no futuro”, afirma Moutinho. “Além disso, o clima não irá mudar com investimentos de poucos anos.”
Em 2009, a instituição promete continuar a discussão com o Congresso Nacional. “Entre os governantes a receptividade tem sido boa, temos mais de 200 deputados envolvidos”, conta Moutinho. Inclusive, o pesquisador cogita colher assinaturas para que a sociedade apóie explicitamente o projeto de conter o aquecimento global.
Atualmente, há pelo menos três iniciativas em trâmite no Congresso Nacional sobre as mudanças climáticas. No plano internacional, o novo período de compromissos das nações com relação às mudanças climáticas terá início após 2012, quando se encerram as metas do Protocolo de Kyoto.
Nota: O cenário está começando a ser montado leia: G8: Vaticano aprova medidas para travar aquecimento global, ONU pede aos EUA que lidere luta contra aquecimento global
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