Sábado à tarde | Ano Bíblico: Jó 32–34 |
VERSO PARA MEMORIZAR: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Coríntios 10:31).
Leituras da semana: Gn 1:26-30; 7:1, 2; 8:20; Lv 11; Dt 14; Pv 23:19-21; At 10:1-28; Rm 14:17; 1Tm 4:1-5
Um escritor argumentava contra a crença em Deus, no sobrenatural ou em quaisquer realidades espirituais. Ele só cria no mundo material, só em coisas materiais. Ele dizia: “O homem é o que ele come. Ponto final.”
Embora sua posição fosse radical, ele tinha certa razão, ao menos em parte. Apesar de certamente sermos mais do que aquilo que comemos, o que comemos nos ajuda a fazer o que somos. O sangue, os ossos, a gordura e os tecidos são alimentados pela comida que pomos em nosso corpo. Sabemos que, se deixássemos de comer, morreríamos. Sabemos também que, de muitas maneiras, o alimento determina como será nosso ser físico. Qualquer pessoa que já tenha comido demais, ou comido coisas erradas, e ficado doente, sabe quanto a alimentação nos afeta fisicamente – e mentalmente, também. Realmente, a alimentação pode afetar nossos pensamentos, e isso não deve nos assustar, porque o cérebro é o centro do pensamento, e é afetado pelas comidas que o alimentam.
Nesta semana, vamos examinar a alimentação, esse componente muito importante de um estilo de vida saudável.
Prévia da semana: A boa alimentação é um fator importante na manutenção de um estilo de vida saudável.
Domingo | Ano Bíblico: Jó 35–37 |
A alimentação original
1. De que era composta a alimentação original? Gn 1:26-30. Que lição se pode observar do fato de que tanto a humanidade quanto os animais tinham uma alimentação semelhante?
Deus plantou um jardim cheio de frutas e nozes para a nutrição de nossos primeiros pais. Só podemos especular sobre as diferenças entre esse pomar e o que está disponível a nós hoje, e imaginamos que havia uma ampla variedade de delícias coloridas e saborosas, grande variedade de frutas e nozes na variada abundância fornecida por Deus. Podemos imaginar a árvore da vida, plantada junto ao belo rio, dando doze safras de frutas todos os meses. As folhas eram para a cura de todos os povos e para a prevenção de todas as doenças e enfermidades. É assim que o apóstolo João descreve a árvore em Apocalipse 22:2, 3; essa descrição da vida no Éden é muito resumida, e somos deixados com muitas perguntas sem respostas, mas sabemos que Adão e Eva tinham acesso a uma árvore no Jardim que não mais está disponível a nós.
A pesquisa científica confirma que uma alimentação vegetariana é mais saudável que a dieta com base na carne cheia de gordura saturada. O Estudo Sobre a Saúde Adventista, conduzido pela Universidade de Loma Linda, comparou os membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia nos Estados Unidos que compartilham semelhantes características demográficas e de estilos de vida a não ser por duas diferentes categorias de alimentação. Quando os que escolhiam uma alimentação ovo-lacto-vegetariana (alimentam-se mais de vegetais, ovos e leite) eram comparados com os onívoros, que incluíam na alimentação carnes vermelhas e brancas, os vegetarianos tinham menos doenças do coração, menos tipos de câncer, menos hipertensão, menos diabetes, menos demência e menos osteoporose – o que conduz a maior expectativa de vida. Os vegetarianos adventistas têm de oito a dez anos a mais de vida saudável pelo fato de se alimentarem de cereais integrais, frutas, legumes, verduras e nozes. Eles também comem menos cereais refinados, açúcar e alimentos prontos. Outros estudos conduzidos na Europa, na Austrália e na América do Sul confirmam os mesmos resultados, e mais de quatrocentos relatórios sobre a saúde dos adventistas do sétimo dia foram publicados recentemente em revistas científicas.
Alguns tendem a tornar a alimentação o foco central de sua religião, com a ideia de que, quanto mais rígida for a alimentação, mais santa será a pessoa. Ao mesmo tempo, por que nos é importante observar o regime alimentar e buscar alimentar-nos de maneira tão saudável quanto possível?
Segunda | Ano Bíblico: Jó 38–42 |
A alimentação pós-diluviana
Como cristãos, não devemos esquecer o fato de que o primeiro pecado da humanidade estava relacionado com o apetite. Adão e Eva foram orientados a não comer de determinada árvore (Gn 2:16, 17)e, ainda assim, eles comeram dela (Gn 3:6).
Isso foi pecado, puro e simples. Consequentemente, por mais que sejamos cuidadosos em não fazer da alimentação um ídolo, não devemos diminuir sua importância. Em meio a tantas vozes, precisamos buscar sabedoria a fim de encontrar o equilíbrio correto no que devemos comer e beber.
2. Que mudança sobreveio à alimentação humana por causa do Dilúvio? Por que aconteceu isso? Como essa mudança reflete uma desarmonia muito maior provocada pelo pecado? Gn 9:3, 4; Compare com Gn 1:26-30
Só depois do Dilúvio, com a destruição da vegetação, Deus deu permissão à humanidade para comer os animais. Que significativa mudança no relacionamento entre o homem e os animais! Hoje, estamos tão acostumados a isso que certamente nem percebemos quão dramática deve ter sido essa modificação.
3. Que distinção entre os animais já estava presente desde antes do Dilúvio? Gn 7:1, 2; 8:20. Como esses versos afastam a ideia de que a distinção entre as carnes limpas e imundas começou com a nação judaica?
Estes versos provam que a diferença entre as carnes limpas e imundas não teve origem com a economia judaica. Como poderia ser, se não havia nenhum judeu ou nação judaica naquele momento? Sem dúvida, quando Deus chamou os judeus e os tornou um povo separado sob a aliança com Ele, deu-lhes também uma revelação detalhada da distinção relativa aos animais limpos e imundos. Levítico 11 e Deuteronômio 14 fornecem descrições muito extensas sobre esse assunto. No entanto, existe certo debate nos meios teológicos e até no mundo médico com respeito às razões para a distinção, mas o componente da saúde parece um dos motivos mais óbvios. Muitos dos animais considerados imundos não constituem exatamente as coisas mais sadias que uma pessoa pode introduzir em seu corpo (como ratos, porcos, serpentes e abutres), não é verdade? Se, como acreditamos, Deus quer que cuidemos de nosso corpo, faria algum sentido que Ele nos mostrasse as coisas que não servem para nossa alimentação?
Terça | Ano Bíblico: Sl 1–9 |
Alimentação no Novo Testamento
Como vimos ontem, a distinção entre alimentos limpos e imundos não começou com a nação judaica. Não obstante, muitos hoje afirmam que, nos tempos do Novo Testamento, a Bíblia removeu essa distinção, e que agora não importa o que as pessoas comem.
No entanto, se você pensar um pouco, esse raciocínio realmente não tem sentido. Afinal, a alimentação tem um papel importante em nossa saúde; portanto, é muito difícil imaginar por que o Novo Testamento não haveria de mostrar preocupação com a alimentação, que é tão importante para o viver saudável.
4. Paulo escreveu a Timóteo falando sobre a restrição a certos alimentos. O que Paulo disse? Isso significa que agora podemos comer carnes impuras? 1Tm 4:1-5
Neste caso particular, Paulo estava lidando com heresias futuras que proibiriam os cristãos de participar de duas coisas que Deus deu à humanidade na criação: alimentos e casamento. Os alimentos envolvidos são todos aqueles alimentos que Deus criou para o consumo humano. As palavras de Paulo, aqui, não devem ser entendidas como se Deus tivesse criado os alimentos impuros “para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade” (1Tm 4:3). Nesse caso, um rato deveria ser “comido com ação de graças”?
Em suas cartas aos Romanos e aos Coríntios (Rm 14; 1Co 8:4-13; 10:25-28), Paulo se referiu às dúvidas dos cristãos a respeito da prática difundida no mundo gentio de comer a carne oferecida aos ídolos. Primeiramente, os cristãos se perguntavam se o comer dessa comida era um ato de adoração pagã. Os fortes na fé não acreditavam assim e que, portanto, podiam comer de todos os comestíveis oferecidos aos ídolos. Os que não tinham tanta fé usavam só legumes, que geralmente não eram oferecidos aos ídolos. Paulo orientou que ninguém deveria menosprezar os que só comiam legumes nem julgar os que “comem todas as coisas” aceitáveis como alimento.
5. O que há de errado em usar Atos 10 como prova de que o Novo Testamento acabou com a distinção entre alimentos puros e impuros? Veja At 10:28
Qual é sua condição a respeito de toda essa questão de alimentação? Que melhoras você sabe que deve fazer quanto ao que come ou até na quantidade que come?
Quarta | Ano Bíblico: Sl 10–17 |
Alimentação equilibrada
Ouça, meu filho, e seja sábio; guie o seu coração pelo bom caminho. Não ande com os que se encharcam de vinho, nem com os que se empanturram de carne. Pois os bêbados e os glutões se empobrecerão, e a sonolência os vestirá de trapos” (Pv 23:19-21, NVI).
6. Que importante princípio de saúde achamos nestes versos? Como podemos aplicar esse princípio a nós mesmos, na área de saúde e temperança?
“A fim de saber quais são os melhores alimentos, cumpre-nos estudar o plano original de Deus para o regime do homem... Cereais, frutas, nozes e verduras... preparados da maneira mais simples e natural possível, são os mais saudáveis e nutritivos. Proporcionam força, resistência e vigor intelectual que não são promovidos por uma alimentação mais complexa e estimulante” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 295, 296).
O simples fato de alguém ser vegetariano não significa automaticamente que tem uma alimentação saudável; ao mesmo tempo, só porque alguém come alguma carne não significa automaticamente que esteja desonrando o templo de seu corpo. Outros fatores de uma boa alimentação também são importantes.
Você pode ser vegetariano mas, ao mesmo tempo, estar consumindo gordura demasiada, sal demasiado ou açúcar demasiado, e todos esse excessos podem levar a sérios problemas de saúde, como diabetes, ataques cardíacos, acidente vascular cerebral e câncer.
Ou você pode simplesmente estar comendo demais. Você pode seguir a mais rígida alimentação vegetariana possível, mas, pelo fato de comer demais, pode ter excesso de peso, com algumas consequências de saúde muito negativas.
Na alimentação, como em todas as coisas, a moderação é importante. Mesmo a boa alimentação, em demasia, pode ser prejudicial à saúde. Em geral, a ideia é ingerir uma ampla variedade de alimentos saudáveis, certamente suficientes para atender a todas as suas necessidades nutricionais e, ao mesmo tempo, não comer demais nem sobrecarregar o sistema. Como em tudo, no que se refere à saúde, o equilíbrio é a chave.
Nossa igreja não faz do vegetarianismo uma prova de comunhão. E não deve fazer. Muitos adventistas fiéis preferem não ser vegetarianos. No entanto, quais são as vantagens de ser vegetariano, se você estiver em condições de obter suprimento suficiente de alimento para uma alimentação apropriada?
Quinta | Ano Bíblico: Sl 18–22 |
Alimentação hoje
7. “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14:17). Como devemos entender estas palavras no contexto da questão da alimentação e saúde? Quais são alguns dos extremos que precisamos evitar?
Como adventistas, devemos ser muito gratos pelos conselhos que nos foram dados sobre a saúde. A melhor ciência médica confirma os princípios básicos do tipo de alimentação que defendemos. No último discurso de Ellen G. White à Associação Geral, em 1909, ela aconselhou: “Não estabelecemos regra alguma para ser seguida no regime alimentar, mas dizemos que nos países onde há muitas frutas, cereais e nozes, os alimentos cárneos não constituem alimentação própria para o povo de Deus” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 159). Em outras palavras, se estivermos em condições de comer assim, devemos procurar fazer isso. Essa opção não nos torna justos, não nos faz santos, e certamente não nos põe em posição de julgar os que não comem como achamos ser melhor. Pode, entretanto, nos tornar mais saudáveis, e quem não deseja ter boa saúde?
Hoje, os nutricionistas exibem frequentemente o que é chamado de pirâmide alimentar, um diagrama que mostra quais são os melhores alimentos e as quantidades que devem ser consumidas. Na base da pirâmide estão os cereais integrais: pães, massas e arroz integrais. Esses devem ser ingeridos nas maiores quantidades, cerca de seis a onze porções por dia. O nível seguinte inclui frutas e vegetais, recomendando aproximadamente cinco a nove porções por dia. Logo vêm os laticínios e ovos, cerca de duas a três porções por dia. Esses podem ser importantes para os vegetarianos, a fim de obter vitamina B12 suficiente na alimentação. Os completos vegetarianos devem tomar suplementos de vitamina B12. O grupo seguinte, quase no topo (o que significa que deviam ser comidos em quantias muito pequenas), inclui legumes, nozes, sementes e, para os vegetarianos, alternativas à carne. Uma alimentação não vegetariana incluiria peixe, aves e carnes, mas só em quantidades moderadas. Finalmente, no topo, o que significa que se deve consumir as pequenas quantidades, estão as gorduras, óleos, doces e sal iodado.
Nossa saúde é um dom precioso. A alimentação desempenha um papel importante na saúde. Então, seria sábio buscar o melhor que pudermos no que comemos. É importante exercer a autodisciplina e autocontrole quando somos tentados a comer o que sabemos que não é bom para nós. Deus nos deu essas verdades para nosso benefício. Quando as ignoramos, prejudicamos a nós mesmos e, como é frequentemente o caso, os outros também são levados a sofrer.
Sexta | Ano Bíblico: Sl 23–30 |
Estudo adicional
Leia Ellen G. White, Conselhos Sobre o Regime Alimentar.
No Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia, lemos: “O comportamento cristão... significa... que, sendo o nosso corpo o templo do Espírito Santo, devemos cuidar dele inteligentemente. Junto com adequado exercício e repouso, devemos adotar a alimentação mais saudável possível e abster-nos dos alimentos imundos identificados nas Escrituras.”
A dieta original. A Bíblia não condena o uso da carne de animais limpos. Mas a dieta original de Deus para o homem não incluía alimentos cárneos porque não era Seu plano que fosse tirada a vida dos animais e porque uma dieta vegetariana balanceada é a melhor para a saúde – um fato a respeito do qual a ciência oferece hoje as maiores evidências.
“A dieta ordenada por Deus no Jardim do Éden – a dieta vegetariana – é a ideal, mas nem sempre podemos dispor do ideal. Em tais circunstâncias, em qualquer localidade ou situação, aqueles que desejam manter a saúde em ótimo estado utilizarão o melhor alimento de que puderem dispor” (Nisto Cremos, p. 375)
O Conselho de Nutrição da Associação Geral, em sua Declaração de 2006, intitulada Diretrizes de Alimentação Vegetariana, declara: “Recomendamos o uso generoso de cereais integrais, verduras e frutas; o uso moderado de laticínios de baixo teor de gordura (ou alternativas nutricionais equivalentes); legumes, nozes e sementes; o uso muito limitado de alimentos com elevado teor de gordura saturada, colesterol, açúcar e sal.”
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