terça-feira, 5 de julho de 2011

Adoração e o êxodo: compreendendo quem é Deus


Casa Publicadora Brasileira – Lição 232011

Sábado à tarde

Ano Bíblico: Sl 100–105

VERSO PARA MEMORIZAR: “Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de Mim” (Êx 20:2, 3).

Leituras da semana: Êx 3:1-15; 12:1-36; 20:4, 5; 32:1-6; 33:12-23

Ao falar com a mulher junto ao poço, Jesus disse: “Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus” (Jo 4:22). Imagine como seria adorar o que você não conhece. Em certo sentido, isso é o que quase todo o mundo tem feito, ou talvez esteja fazendo agora: adorando o que não conhece. Quando você vê pessoas se curvando e adorando um bloco de pedra, pensando que esse objeto responderá às suas orações, você as vê adorando o que não conhecem. Isto é, estão adorando o que elas pensam que pode lhes trazer salvação, mas não pode. Num contexto mais moderno, as pessoas que transformam em deuses o poder, o dinheiro, a fama e o ego estão, também, adorando o que não conhecem. Estão adorando o que não pode salvá-las.


No contexto cristão imediato, a pergunta para nós poderia ser: Conhecemos o que adoramos? Conhecemos o Senhor a quem honramos e louvamos com a boca? Quem é Ele? Qual é Seu nome? Como Ele é?


Nesta semana estudaremos relatos antigos dos filhos de Israel, e como seus encontros com o Senhor revelam mais sobre a natureza e o caráter do Deus a quem professamos servir e adorar. Afinal, que sentido teria adorar o que não conhecemos?

Domingo

Ano Bíblico: Sl 106–110

Terra santa

Para Moisés, vivendo no deserto, ver uma sarça ardente significaria uma coisa. Isso poderia não ser um evento tão marcante; ele provavelmente tivesse visto coisas desse tipo antes. O que ele mais provavelmente nunca tivesse visto antes, porém, foi que a sarça ardente não se consumia: ela continuava queimando e queimando. Naquele momento, Moisés reconheceu que estava tendo uma “grande visão”, algo notável e mesmo sobrenatural.

1. Leia Êxodo 3:1-15. Que elementos fundamentais da verdadeira adoração podem ser vistos nesses versos?


Desde o começo, vemos ali algo da santidade de Deus e a atitude com que precisamos nos aproximar dEle. Foi Deus quem falou a Moisés ordenando-lhe que tirasse as sandálias, pois aquela era terra santa. O Senhor deixou clara a distinção entre Ele, o Senhor, e Moisés, um pecador necessitado de graça. Reverência, admiração e temor são atitudes cruciais para que possamos nos envolver na verdadeira adoração.


Outro ponto importante é a centralidade de Deus nessa experiência. A primeira resposta de Moisés a Deus foi: “Quem sou eu para ir?” O foco estava em si mesmo, suas necessidades, fraquezas e temores. Pouco depois, porém, deixou de olhar para si mesmo e se concentrou em Deus e no que Ele faria. Como é importante que toda a adoração esteja centralizada no Senhor, não em nós mesmos!Isso leva a outro elemento importante na adoração: salvação e libertação.


O êxodo do Egito simboliza a salvação que alcançamos em Cristo (1Co 10:1-4). Deus não estava aparecendo a Moisés apenas para Se fazer conhecido; Ele desejava que Moisés soubesse da grande obra de libertação que realizaria em favor dos filhos de Israel. Da mesma forma, Jesus não veio a este mundo apenas para representar Deus e nos ajudar a conhecer mais sobre Ele. Não, Jesus veio para morrer por nossos pecados, para dar a vida em resgate, para morrer na cruz a morte que nós merecemos. Através de Sua morte, é claro, conhecemos mais e mais sobre o caráter de Deus. Mas Cristo veio para pagar a penalidade pelos nossos pecados e assim nos dar verdadeira libertação, a salvação simbolizada em parte pelo que o Senhor fez para Israel, ao libertar a nação do Egito.

Quanto tempo você gasta pensando na cruz e na libertação que nos foi dada por meio de Jesus? Ou você gasta mais tempo pensando em coisas que não podem salvá-lo? Que conclusões podemos tirar de sua resposta?

Segunda

Ano Bíblico: Sl 111–118


A morte dos primogênitos: Páscoa e adoração

“Respondam-lhes: É o sacrifício da Páscoa ao Senhor, que passou sobre as casas dos israelitas no Egito e poupou nossas casas quando matou os egípcios”. Então o povo curvou-se em adoração” (Êx 12:27, NVI).

A palavra hebraica traduzida por “adorou” no verso acima vem de uma raiz que significa “se curvar” ou “se prostrar”. Essa palavra quase sempre aparece na forma verbal que intensifica o significado ou que dá a ideia de repetição. Poderíamos quase imaginar uma pessoa se curvando para baixo e para cima, repetidamente, em sinal de reverência, admiração e gratidão. De fato, considerando o contexto, isso não é difícil de imaginar.

2. Leia a história daquela primeira noite de Páscoa, em Êxodo 12:1-36. Como esses versos revelam o evangelho, que deve ser o centro de toda a nossa adoração?


A menos que fossem cobertos pelo sangue, os filhos de Israel sofreriam a perda de seus primogênitos. Para eles, o primogênito (que geralmente era o filho mais velho), tinha privilégios e responsabilidades especiais. Posteriormente os primogênitos foram substituídos pelos levitas (Nm 3:12). Israel foi considerado “primogênito” do Senhor (Êx 4:22), o que indicava sua relação especial com o Criador. No Novo Testamento, Jesus foi chamado de “Primogênito” (Rm 8:29; Cl 1:15, 18).


Embora os primogênitos de Israel tenham sido poupados, na realidade, Cristo, “o Primogênito”, devia sofrer a morte simbolizada pelo sangue colocado sobre as portas das casas. Esse ato surge como uma poderosa representação da morte substitutiva de Jesus. Ele morreu a fim de poupar da merecida morte os “primogênitos”, que representam, em certo sentido, todas as pessoas salvas (Hb 12:23).

No Egito, o povo havia obedecido aos seus senhores por causa do medo, e agora eles aprenderiam que a verdadeira adoração brota de um coração cheio de amor e gratidão para com aquele que tem poder para livrar e salvar. Como você pode aprender a apreciar melhor e amar o Senhor? Como o pecado tende a diminuir esse amor?

Terça

Ano Bíblico: Sl 119


Não terás outros deuses

Imagine a cena: o Monte Sinai, envolto em uma nuvem espessa, estremecendo com trovões, brilhando com relâmpagos e o som de trombetas. As pessoas tremiam.


O ar se enchia de fumaça, porque o Deus de Israel havia descido no fogo sobre o monte santo (Êx 19:16-19). Ali, em meio a nuvens e fumaça, Ele Se revelou em terrível grandeza. Então, a voz do Libertador proclamou os primeiros quatro mandamentos, os quais estão diretamente ligados à adoração.

3. Examine Êxodo 20:1-6. Que pontos importantes sobre adoração podemos tirar desses versos?


Os Dez Mandamentos começam com um lembrete de Deus aos filhos de Israel, sobre sua libertação. Somente o Senhor, o Deus verdadeiro, o único Deus, poderia ter feito isso por eles. Todos os outros deuses, como os do Egito, eram falsos, criações humanas, incapazes de salvar ou livrar. Esses “deuses” também demonstravam traços de caráter egoístas, exigentes, e muitas vezes imorais, refletindo sua origem humana. Que contraste com o Senhor, o amoroso e abnegado Criador e Redentor! Assim, depois de séculos de envolvimento com o rude politeísmo de uma cultura pagã, os filhos de Israel precisavam conhecer seu Senhor e Deus como o único Deus, especialmente naquela ocasião em que estavam entrando na relação de aliança com Ele.

4. Como esse contexto nos ajuda a entender melhor o que o Senhor disse em Êxodo 20:4, 5? Como podemos aplicar esse princípio em nossa vida?


Ellen G. White escreveu: “O que quer que acariciemos que tenda a diminuir nosso amor para com Deus, ou seja incompatível com o culto a Ele devido, disso fazemos um deus” (Patriarcas e Profetas, p. 305).

Pense nisto: Tenho outros deuses em minha vida, competindo pelas minhas afeições, tempo, prioridades e objetivos? Quais são eles e como posso removê-los?

Quarta

Ano Bíblico: Sl 120–134


“Estes são teus deuses”

5. Leia Êxodo 32:1-6 e responda às seguintes perguntas:


a) Que evento catalisador primeiramente abriu o caminho para essa poderosa expressão de falsa adoração? Como adventistas do sétimo dia, que lições devemos tirar disso?

b) De que foi feito esse falso deus, e o que isso diz sobre quanto é infrutífero esse tipo de adoração?

c) Como a adoração do bezerro de ouro contrasta com a adoração ao Senhor?


O povo “levantou-se para divertir-se”, “se corrompeu” “e depressa se desviou do caminho” (Êx 32:6-8). Dificilmente parece refletir o temor e reverência que deve marcar a verdadeira adoração, não é?


A multidão mista (egípcios que tinham escolhido seguir Israel no Êxodo, ou que eram casados com israelitas), sem dúvida influenciou o povo e exigiu de Arão a forma e estilo de adoração que lhes era familiar. Quando Josué ouviu o barulho que vinha de baixo, sugeriu a Moisés que havia uma guerra no acampamento. Moisés, porém, tendo vivido na corte real do Egito, sabia muito bem o que eram aqueles ruídos. Ele provavelmente tivesse reconhecido os sons de folia licenciosa: dança, música alta, canto, gritaria e confusão geral que marcavam sua adoração idolátrica (Êx 32:17-22).


Quando eles adoraram o verdadeiro Deus, o fizeram com humildade e reverência. Mas, adorando o bezerro de ouro, se comportaram como animais. Eles “trocaram a Glória deles pela imagem de um boi” (Sl 106:19, 20, NVI). Parece ser um princípio da natureza humana que nós não subimos mais alto do que aquilo que adoramos e reverenciamos.

Observe quão rápida e facilmente eles comprometeram a verdade em sua adoração. Muito rapidamente a cultura local foi introduzida e os afastou de Deus. Em nossa adoração, como podemos evitar essa mesma armadilha?

Quinta

Ano Bíblico: Sl 135–139


“Mostra-me a Tua glória”

Na experiência do bezerro de ouro, o povo de Israel havia quebrado sua aliança com Deus. Pelo pecado e falsa adoração, tinha tomado Seu nome em vão. Moisés implorou a Deus em favor deles (Êx 32:30-33). Por causa desse terrível pecado, Deus ordenou ao Seu povo obstinado que tirasse os enfeites, para que o Senhor pudesse decidir o que fazer com eles (Êx 33:4, 5). Para os que, em humildade, se arrependeram, a remoção dos ornamentos foi um símbolo de reconciliação com Deus (Êx 33:4-6).

6. Leia Êxodo 33:12-23. Por que Moisés pediu que Deus lhe mostrasse Sua glória? O que Moisés queria conhecer? Por que ele acreditava que necessitava dessas coisas?


O desejo de Moisés de ver a glória de Deus não era curiosidade nem presunção, mas brotou de uma profunda fome de sentir a presença de Deus, depois de tão escandalosa apostasia. Embora Moisés não houvesse participado do pecado, ele foi afetado pela situação. Não vivemos isolados dos outros membros da igreja. O que afeta uma pessoa afeta as outras, algo que nunca deveríamos esquecer.


Leia atentamente Êxodo 33:13. Moisés disse ao Senhor que desejava “conhecê-Lo”. Não obstante tudo que o Senhor havia realizado, Moisés ainda sentia a própria necessidade, fraqueza e impotência, e assim, queria andar mais perto do Senhor. Ele desejava conhecer melhor o Deus de quem era tão dependente. É interessante que, séculos mais tarde, Jesus disse: “E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17:3). Moisés queria ver a glória de Deus, algo que o levaria a compreender ainda mais a própria pecaminosidade e impotência e, consequentemente, sua completa dependência do Senhor. Afinal, considere o que Moisés tinha sido chamado a fazer e os desafios que teve de enfrentar. Não é de admirar que ele tivesse sentido essa necessidade de conhecer Deus.


Percebemos, também, um ponto crucial sobre adoração. Deus deve ser o assunto da adoração; a ênfase deve ser o nosso empenho em conhecer mais sobre Ele e Seu “caminho”, com humildade, fé e submissão (Êx 33:13).

Quanto você conhece sobre o Senhor? Que escolhas o habilitarão a conhecê-Lo melhor? Como aprender a adorar de uma forma que lhe dê melhor apreciação de Deus e Sua glória?

Sexta

Ano Bíblico: Sl 140–144


Estudo adicional

Leia de Ellen G. White, Patriarcas e Profetas; p. 303-314: “Israel Recebe a Lei”; p. 315-330: “Idolatria no Sinai”; e p. 331-342: “Inimizade de Satanás Contra a Lei”; Salmos 105:26-45; 106:8-23.

A humildade e a reverência devem caracterizar o comportamento de todos os que vão à presença de Deus. Em nome de Jesus podemos ir perante Ele com confiança. Não devemos, porém, nos aproximar dEle com uma ousadia presunçosa, como se Ele estivesse no mesmo nível que nós. Há os que se dirigem ao grande, todo-poderoso e santo Deus... como se estivessem se dirigindo a um igual, ou mesmo inferior. Há os que se portam em Sua casa conforme não imaginariam fazer na sala de audiência de um governador terrestre. Tais pessoas devem se lembrar de que se acham à vista daquele a quem serafins adoram, perante quem os anjos velam o rosto. Deus deve ser grandemente reverenciado. Todos os que em verdade se compenetram de Sua presença, se prostram com humildade perante Ele (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 252).

Perguntas para reflexão
1. O que podemos aprender com a história trágica da adoração ao bezerro de ouro? Quais são as consequências de adorar falsos deuses (visíveis ou invisíveis)? Quais são os ídolos geralmente adorados na sociedade? Quais são as lições dessa história para a igreja hoje, que tem esperado por longo tempo a segunda vinda de Jesus?
2. Como os nossos cultos podem nos ajudar a sentir de maneira mais intensa a majestade, glória e poder de Deus? Ou será que eles tendem a trazer Deus para o nosso próprio nível?
3. O que significa conhecer o Senhor? Se alguém lhe perguntasse: “Como você conhece o Senhor?”, como você responderia? Em outras palavras, como pode um ser humano conhecer a Deus pessoalmente?

Respostas Sugestivas: 1: Reverência (Moisés tirou as sandálias); admiração e temor; consciência de sua inferioridade e pecado; por isso ele “escondeu o rosto”. 2: O sangue nas ombreiras e vergas das portas representava o sangue de Cristo, nosso libertador. 3: Essas declarações são os princípios básicos da aliança do Senhor com o povo. Pois o libertador é único que deve receber adoração. 4: Não devemos adorar ídolos de fabricação humana, que provocam o zelo do Deus verdadeiro. Devemos nos afastar desses ídolos. 5: a) Na ausência do líder, o povo, corrompido pela idolatria egípcia, pediu que Arão fizesse deuses que fossem adiante deles. Não devemos criar falsos deuses apenas para atender o clamor de pessoas influenciadas pelo mundanismo. b) de ouro. c) A adoração idólatra inclui folia, barulho e dança; a adoração ao Senhor inclui reverência e humildade. 6: Ele queria ver a glória de Deus porque queria conhecer intimamente a pessoa de Deus e Seu caminho. Ele acreditava que precisava dessa manifestação para ter segurança diante dos desafios da jornada. Só assim eles poderiam chegar ao descanso da terra prometida.

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