domingo, 6 de fevereiro de 2011

Esperança contra a depressão

Lição da escola sabatina 712011

Verso para Memorizar: “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido” (Salmo 34:18).


Leituras da semana: Sl 42, 31:10; 39:2-7; 32:1-5; 1Jo 1:9; Mq 7:1-7; Ap 21:2-4

A depressão, ou extremo desânimo a ponto de tornar a pessoa inválida, tem sido experimentada desde o começo do pecado. Vários personagens da Bíblia exibiram sintomas que, hoje, provavelmente preencheriam os critérios de diagnóstico da depressão.

A perda da esperança é um sintoma da depressão, e a mensagem bíblica de esperança pode nos oferecer muito, em contraste com um mundo que oferece tão pouco. Todos, às vezes, passam por momentos de desânimo extremo por qualquer variedade de motivos. Não é de admirar, portanto, que a Palavra de Deus esteja cheia de promessas que, não importando nossa situação, podem dar a todos nós motivos para esperar um futuro melhor, se não neste mundo, certamente no porvir.

Claro, quando a depressão é séria, é importante procurar ajuda profissional, tanto quanto possível. Por meio dessas pessoas, o Senhor pode trabalhar para ajudar aqueles que estão em necessidade de cuidados especiais. Afinal, independentemente de seu relacionamento com Deus, se estivesse fisicamente doente, você buscaria a ajuda de um médico ou profissional de saúde. O mesmo acontece com os que estão sofrendo de depressão clínica severa, que frequentemente é provocada por uma predisposição genética e desequilíbrio químico no cérebro. Assim, até mesmo os cristãos, às vezes, podem precisar da ajuda de profissionais.


Abatimento

1. Que sentimentos expressou Davi no Salmo 42? Que esperança é oferecida?

Davi sofria de sérias alterações de humor, em muitas ocasiões, motivadas pela perseguição injusta (por exemplo, Saul e os adversários de Israel). Além disso, o fato de ter violado os mandamentos de Deus provocava profundo senso de culpa (Sl 51:4), e, frequentemente, a culpa está associada à depressão.


Quando a pessoa tem uma imagem negativa de si mesma (“eu sou burro”), encara o mundo de forma pessimista (“a vida é sempre injusta”), e contempla o futuro sem esperanças (“nunca vai melhorar”), as chances de depressão se tornam elevadas. Essa atitude é chamada de “pensamento catastrófico”.


Os cristãos podem optar por maneiras alternativas de interpretar as coisas, incorporando à equação o plano e as mensagens de Deus.
Pense nas seguintes alternativas:


1. Como olhar a si mesmo. Você foi criado à imagem de Deus, pois governa sobre a criação (Gn 1:26, 27). As características de Deus, embora maculadas, ainda estão em você. Jesus Cristo, em Seu sacrifício, o salvou da morte eterna e lhe concedeu privilégios – raça eleita, sacerdócio real, nação santa (1Pe 2:9). Perante os olhos de Deus, você tem um valor infinito.
2. O mundo. É verdade que o mundo está falido e cheio de mal. Ao mesmo tempo, também existem muitas coisas corretas, nobres e admiráveis (Fp 4:8) em que pensar. Além disso, os cristãos podem entender sem desespero a existência do mal, pois conhecem sua origem e destino final.
3. O futuro. Que futuro maravilhoso está reservado para os filhos de Deus! A Bíblia está cheia de promessas com a certeza de salvação (Sl 37:39).

Tristeza não é pecado. Afinal, com frequência, o próprio Jesus Se sentia triste. Não devemos nos sentir culpados por motivo de tristeza ou depressão. Em alguns casos, temos boas razões para nos sentir mal. Como você pode usar as verdades bíblicas declaradas acima para lidar com quaisquer dificuldades que esteja enfrentando agora?


Consequências do desânimo

Eu soltava fracos gemidos de dor como uma andorinha e gemia como uma pomba. Os meus olhos se cansaram de olhar para o céu. Ó Senhor, estou sofrendo! Salva-me!” (Is 38:14, NTLH).


A descrição bíblica acima não deixa dúvida sobre a forte dor manifestada pelo ruidoso pranto de Ezequias. Existem diferenças culturais na manifestação da angústia emocional. Em certos contextos, o povo sofre em silêncio, evitando qualquer reclamação evidente ou visível. Outros (como Ezequias) usam gemidos e lamentações quando sofrem tristeza. Também existem diferenças pessoais; alguns podem se aproximar da morte com mais tranquilidade que outros.


Nas pessoas que sofrem de alguma doença prolongada ou terminal, são comuns os sintomas da depressão. Ezequias estava sofrendo de enfermidade, e sua gravidade prenunciava a morte. Assim, ele experimentou um período de depressão, como descreve Isaías 38. Os sintomas de depressão são tão dolorosos que muitos tentam o suicídio para dar fim a essa experiência horrível. De fato, mais de 10 por cento dos pacientes clinicamente deprimidos cometem suicídio. Claramente, a depressão clínica é um assunto sério e deve ser tratada desse modo.

2. Que sintomas estão expressos nos textos a seguir?
a) Sl 31:10
b) Sl 77:4
c) Sl 102:4, 5
d) 1Rs 19:4

A depressão traz diversas manifestações dolorosas: (a) profundo senso de tristeza, (b) falta de motivação para fazer qualquer coisa, até mesmo atividades agradáveis, (c) mudança de apetite e/ou perda ou ganho de peso, (d) distúrbios do sono: sono insuficiente ou demasiado, (e) sentimentos de baixa autoestima, (f) raciocínio e memória fracos e (g) pensamentos de morte e suicídio. Alguns têm só um ou dois desses sintomas, enquanto outros manifestam vários deles e sofrem por meses até que o episódio termine. Em todo caso, o fardo da depressão é enorme e deve ser aliviado por meio de intervenção médica e espiritual.

Uma vez ou outra, de uma forma ou de outra, por um motivo ou outro, todos sofremos tristeza e desânimo. Que coisas o deixam deprimido, e por quê? Lembre-se de incidentes passados e da direção de Deus em sua vida. Que esperança e encorajamento você pode obter quando se lembra da guia do Senhor? Por que é importante manter vivas essas lembranças?


Alívio da depressão

3. Que aconteceu quando Davi permaneceu em silêncio? Qual foi o resultado de se expressar em voz alta? Sl 39:2-7


Como a maioria das doenças emocionais, o paciente de depressão necessita falar sobre suas dificuldades. Por si só, esse ato pode dar início à cura. Aproximar-se do Senhor em oração fervente e sincera é um caminho seguro para liberar o estresse e a dor psicológica. Frequentemente, precisa haver mais tratamento, mas pode ser um bom começo.


A estratégia básica para lidar com a depressão consiste em falar com um amigo (ou um terapeuta) que saiba ouvir e, muito melhor, que saiba como ajudar a obter recursos mais intensivos, se necessário. Existe um efeito curativo na verbalização dos pensamentos e sentimentos. A comunidade da igreja pode prover um excelente contexto para ajudar o desencorajado, mas, frequentemente, isso é insuficiente, especialmente quando se requer cuidado profissional. Não obstante, é importante que quem esteja passando por tempos difíceis e que esteja se sentindo desencorajado ou mesmo deprimido tenha alguém de confiança com quem falar. Às vezes, só o ato de falar com alguém pode ser uma grande ajuda para que a pessoa se sinta melhor.

4. Que promessa existe no Salmo 55:17? Por que essa promessa deve significar tanto para nós?


O encontro com o conselheiro, mesmo que seja possível, pode não estar agendado até a semana que vem, mas, como Davi – que aprendeu a obter ajuda a qualquer hora do dia ou qualquer dia da semana – também nós podemos nos voltar para o Senhor em qualquer momento. Davi sabia que o Senhor ouvia sua voz, e isso o encorajava muito.


Até mesmo os psicólogos seculares estão recomendando que os pacientes que creem na oração, orem. Todos nós, mesmo quando não sofremos de depressão clínica, podemos experimentar o efeito saudável da oração ao Senhor para nos ajudar. Não importa quem somos nós nem qual a profundeza de nosso desânimo, um relacionamento com Deus pode ajudar muito a trazer esperança, encorajamento e cura.

Certa vez, Ellen G. White descreveu a oração como “o abrir do coração a Deus como a um amigo” (Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 533). Embora nem sempre a oração resolva todos os nossos problemas, como nos ajuda a lidar com eles?


A necessidade de perdão

5. Como Davi achou alívio para sua agonia? Sl 32:1-5; veja também 1Jo 1:9. Como podemos achar esse mesmo alívio para nós mesmos?

A culpa produzida por pecados não confessados pode se tornar extremamente dolorosa. As expressões usadas por Davi indicam claramente dor intensa, interna. O Salmo 32 e outras passagens dos Salmos mostram a severidade da angústia emocional de Davi.
Quando lidamos com pessoas que sofrem de depressão, devemos ser extremamente cuidadosos em não culpá-los por não haverem confessado seus pecados! Nem devemos simplesmente concluir que são maus, e por isso estão sofrendo. Infelizmente, muitos parecem poder oferecer preocupação e compreensão aos que sofrem de uma doença orgânica ou de verdadeira depressão clínica, mas tendem a ser críticos no trato dos distúrbios mentais ou emocionais provocados por suas próprias ações errôneas.


Edgar Allan Poe, em seu conto “O coração delator”, se refere à história de um homem que cometeu assassinato e escondeu o corpo da vítima debaixo das tábuas do assoalho do quarto em que o assassinato foi cometido. Ele esperava esconder a culpa com o corpo, mas um forte senso de remorso cresceu dentro dele. Um dia, ele ouviu as batidas do coração da vítima; e as batidas ficaram cada vez mais fortes. Mais tarde, ficou claro que as batidas não vinham da sepultura abaixo, mas de seu próprio coração.


Ao mesmo tempo, também, existem pessoas que, tendo confessado seus pecados, ainda sofrem muito pelo senso de culpa. Elas frequentemente se acham indignas de perdão e lamentam o horrível sofrimento que trouxeram por causa de seus pecados, embora tenham sido confessados e, pela fé, tenham sido perdoados por Deus. Essa também pode ser grande fonte de angústia emocional. Nesses casos, é importante destacar as promessas divinas de cura e aceitação, mesmo para os piores pecados. Não podemos desfazer o passado; o que podemos fazer, pela graça de Deus, é buscar aprender de nossos erros passados e, na medida do possível, fazer restituição por todo erro que tenhamos cometido. Afinal, tudo o que podemos fazer é render-nos a Deus e buscar Sua misericórdia, graça e cura.

Mesmo tendo confessado seus pecados, muitos ainda abrigam sentimentos de culpa. Por que é tão importante reconhecer nossos pecados, considerar nossa responsabilidade sobre eles e aprender a ir em frente, apesar de quaisquer erros que cometemos?


Esperança contra a angústia

6. Qual foi a saída do profeta para os problemas sociais e interpessoais à sua volta? Mq 7:1-7


Apenas nos primeiros seis versos, Miqueias descreve um completo leque de atos imorais, pouco éticos e agressivos que havia em seu tempo. Sempre houve diversas formas de opressão e abuso, falta de respeito e consideração, corrupção e engano, desde o começo do pecado. Até hoje, todos enfrentamos esses males. Basta pegar o jornal de hoje, e você poderá encontrar uma correlação direta com a miséria de Israel naquele tempo. Esse caos sociológico se torna especialmente nocivo quando chega perto de casa – afetando algum vizinho, amigo, cônjuge, filho, pai (Mq 7:5, 6).


Relacionamentos interpessoais altamente defeituosos levam a muito estresse e estão associadas à depressão. A esperança é o ingrediente conclusivo claramente indicado por Miqueias (v. 7) para sobreviver em meio a uma crise assim.


A esperança é essencial para se viver com uma saúde mental razoável. A esperança deve existir mesmo para os incrédulos – o jovem à procura de emprego deve esperar encontrar um trabalho, o viajante perdido deve esperar encontrar o caminho, e os investidores que perdem dinheiro devem crer que tempos melhores virão. Viver sem nenhuma esperança leva à falta de significado e morte.


A esperança apresentada na Bíblia vai muito além de uma expectativa positiva. Ela abrange uma perfeita solução e salvação final a partir da redenção em Jesus Cristo. A histórica “bendita esperança” dos adventistas do sétimo dia deve se tornar o ponto focal de nossa vida. A expectação pela vinda de Jesus nos ajuda a obter perspectiva sobre muitas coisas desagradáveis que nos cercam e nos permite olhar com confiança em direção à eternidade.

7. Que esperança nos é oferecida nas promessas da Bíblia? Is 65:17; 2Pe 3:13; Ap 21:2-4. Por que, em certo sentido, essa é a única esperança para alguns de nós?


A fé na nova criação pode trazer conforto àquele que sofre. Assim como a mulher em serviço de parto espera o resultado final do nascimento de seu filho e logo “já não se lembra da aflição” (Jo 16:21), aquele que está perturbado pode, pela graça de Deus, obter esperança pela visão de um Deus amoroso que nos promete um novo mundo sem nenhuma das coisas que nos trazem tanta tristeza atualmente.


Estudo adicional

Leia e medite em Mateus 26:36-43. Jesus estava mergulhado “numa tristeza mortal” (v. 38, NVI). Pense na agonia de Jesus, diante da falta de apoio social e da traição de Seus discípulos, da aparente separação de Deus, e da carga de culpa da humanidade. Seu sofrimento ultrapassou qualquer episódio depressivo experimentado pelos mortais.


“Ao Se aproximar do Getsêmani, [Jesus] Se tornou estranhamente mudo. Muitas vezes estivera ali, para meditar e orar; mas nunca com o coração tão cheio de tristeza como nessa noite de Sua última agonia. Durante Sua vida na Terra, andara à luz da presença de Deus. Quando em conflito com homens que eram inspirados pelo próprio espírito de Satanás, podia dizer: ‘Aquele que Me enviou está comigo; o Pai não Me tem deixado só, porque Eu faço sempre o que Lhe agrada’ (Jo 8:29). Agora, porém, parecia excluído da luz da mantenedora presença de Deus. Era então contado entre os transgressores. Devia suportar a culpa da humanidade caída. Sobre aquele que não conheceu pecado, devia pesar a iniquidade da humanidade. Tão terrível Lhe parecia o pecado, tão grande o peso da culpa que devia levar sobre Si, que foi tentado a temer que ele O separasse para sempre do amor do Pai. Sentindo quão terrível é a ira de Deus contra a transgressão, exclamou: ‘A Minha alma está profundamente triste até a morte’” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 685).

Perguntas para reflexão
1. Que grande papel sua comunidade da igreja local pode desempenhar na ajuda aos que estão sofrendo de depressão ou angústia emocional por alguma razão? Não importando quais sejam seus recursos, não importando quão limitados sejam, que mais pode ser feito para ajudar os que têm necessidades?
2. Como você pode ajudar alguém que ora, aconselha, ama o Senhor e nEle confia, mas ainda se sente subjugado pela tristeza, mesmo não entendendo por quê? Como você pode ajudar essa pessoa a não desistir da fé, mas a se apegar à esperança e às promessas da Palavra?

Respostas sugestivas:

Pergunta 1: Desânimo, depressão, abatimento. Deus tem misericórdia.
Pergunta 2: a) tristeza; b) perturbação; c) inapetência; d) desejo de morte.
Pergunta 3: A dor se agravou. Encontrou esperança em Deus.
Pergunta 4: Deus ouve nossa voz.
Pergunta 5: Buscou o perdão de Deus.
Pergunta 6: Olhar para o Senhor e esperar em Deus, que nos ouve.
Pergunta 7: Não haverá lembranças do passado.

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