Leituras da semana: 2Sm 13; Gl 5:22; Cl 3:12-14; Lc 19:41-44; Jo 16:20-24
As emoções são uma parte vital da personalidade humana. Elas podem ser poderosos motivadores, tanto para o bem como para o mal. E, dependendo das emoções, elas nos deixam felizes, tristes, temerosos ou alegres.
As emoções “positivas” podem trazer um sentimento de satisfação e bem-estar; as “negativas” tendem a provocar dor e angústia. Embora as primeiras possam promover saúde mental, uma exposição prolongada às emoções “negativas” pode provocar problemas comportamentais e relacionais. Assim, as emoções podem desempenhar uma parte importante em nosso bem-estar global.
Deus quer que desfrutemos os efeitos de emoções positivas. No entanto, por causa do pecado, frequentemente enfrentamos os efeitos adversos de experiências emocionais negativas. Os personagens bíblicos também não estavam imunes às oscilações emocionais. Alguns tiveram sucesso em obter controle sobre elas; outros perderam o controle, permitiram que as emoções negativas os levassem a ações erradas.
A relação entre emoções e comportamento não é clara nem direta. Às vezes, emoções dolorosas podem nos levar aos joelhos a fim de buscar a Deus como a mais poderosa fonte de ajuda e apoio. Em outras ocasiões, as lutas podem fazer com que as pessoas desistam completamente da fé.
Portanto, é importante aprender mais sobre nossas emoções e como afetam nossa vida.
Emoções negativas
Leia 2 Samuel 13, uma história cheia de experiências emocionais adversas. Em meio a esse tumulto, as pessoas acabaram infligindo muita dor física e emocional umas às outras. As consequências de seu comportamento afetaram a família real inteira, estendendo-se seus efeitos até as gerações futuras.
1. Que estados emocionais podem ser identificados nos seguintes personagens?
a) Amnom
b) Tamar
c) Davi
d) Absalão
O “amor“ de Amnom por Tamar não poderia ter sido amor verdadeiro, mas um forte impulso sexual, porque, assim que alcançou seu objetivo, ele “sentiu por ela grande aversão, e maior era a aversão que sentiu por ela que o amor que ele lhe votara” (v. 15). A experiência de Amnom ilustra extremos emocionais: paixão descontrolada (no contexto de uma relação incestuosa) e ódio. Os atos realizados sob esses estados emocionais quase sempre são desequilibrados e provocam sérias consequências. O “amor” de Amnom se tornou quase imediatamente em ódio. Ele desdenhou o último argumento da irmã e a expulsou à força de seu quarto.
Tamar foi verdadeiramente a vítima. Ela não admitiu nenhum dos avanços de Amnom, o que o deixou frustrado. Ela serviu ao irmão em obediência ao rei.
E quando as intenções de Amnom se tornaram claras, ela fez o que pôde para dissuadi-lo e descrever as consequências devastadoras de tão maligno ato. Estando determinado a fazer o que desejava, Amnom não estava em condições de buscar conselho sábio. Então, prosseguiu com seu plano.
Como qualquer mulher que sofreu estupro ou abuso, Tamar deve ter se sentido irada, humilhada e usada; seguramente, sua autoestima deve ter caído ao pó. Seu irmão Absalão não lhe ofereceu grande alívio, mas, ao contrário, a aconselhou a manter silêncio. Porém, Absalão engendrou um plano para matar Amnom a fim de vingar seu estupro. (Além disso, livrando-se de Amnom, ele aumentava suas chances de se assentar no trono de Israel.) Davi, pai de todos os envolvidos, experimentou ira e pesar a respeito desses eventos.
Quando você experimentou ódio, tristeza, medo, ira ou inveja? Como você lidou com esses sentimentos? O que você desejaria ter feito diferente?
Emoções positivas
Estados emocionais negativos, como ódio, preocupação, medo, ira e ciúmes produzem respostas fisiológicas imediatas: palpitação no coração, tensão muscular, boca seca, suor frio, descontrole emocional e outras manifestações físicas.
A exposição prolongada a esses sintomas tem sido associada a complicações cardíacas e digestivas.
Em contraste, os estados emocionais positivos, como compaixão, generosidade, humildade, bondade e paciência estão associados com o senso de bem-estar, perspectiva positiva e uma relação favorável com outros e com Deus. A psicologia positiva, um ramo da psicologia recentemente desenvolvido e extensamente aceito, procura promover emoções positivas a fim de obter felicidade e evitar doenças mentais. De fato, existe evidência de que certas emoções negativas prejudicam a saúde e a longevidade; em contraste, a promoção de uma perspectiva positiva pode gerar saúde e longevidade. Em outras palavras, quanto mais positivas forem suas perspectivas e emoções, melhor será sua saúde geral.
2. Como o fruto do Espírito deve fazer diferença na vida do cristão? Gl 5:22
3. De acordo com Paulo, qual é a emoção positiva mais excelente? Que significa o imperativo “revesti-vos”, como é expresso na passagem de hoje? Que consequências seguem quando alguém põe em prática as palavras de Paulo?
Embora o amor seja mais que emoção, ainda é a emoção suprema. Deus é amor, e é Seu plano que Seus filhos experimentem amor pelos outros e dos outros; deseja que saibamos o que significa amar a Deus e ser amado por Ele. O amor provoca um conjunto de outras emoções e sentimentos positivos que pode ser traduzido em comportamentos altamente desejáveis.
Qual foi sua experiência com o efeito das emoções sobre suas ações? Por que não é seguro tomar decisões importantes em meio à agitação das emoções, sejam elas positivas ou negativas?
As manifestações emocionais de Jesus – I
Em Marcos 8:1-3, a “compaixão” foi o motivo que levou Jesus a criar um plano para alimentar a multidão. Ninguém mais havia pensado nas necessidades práticas dessas pessoas, que pouco ou nada haviam comido durante três dias. Jesus observou que alguns haviam vindo de longe. Assim, Ele sabia que eles poderiam desfalecer se os enviasse para casa sem nada para comer.
4. Além de cuidar da alimentação das multidões, que outros atos de Jesus foram motivados pela compaixão? Mc 1:40, 41; 6:34
Costumeiramente, os leprosos eram tratados com desdém. Não havia nenhuma outra enfermidade que produzisse mais terror e piedade que a lepra.
Os portadores dessa doença visível eram proibidos de toda interação social e, frequentemente, eram forçados a viver confinados em locais específicos. Sempre que outros se aproximavam, eles eram obrigados a gritar “Imundo! Imundo!” a fim de advertir as pessoas a se afastar e evitar a infecção. Jesus sentiu compaixão por esse homem, curou-o imediatamente e o mandou embora com instruções para não contar a ninguém. Mas o homem curado não podia manter para si mesmo esse maravilhoso ato de amor e começou a contar a todos.
Jesus sentia compaixão não só quando faltava ao povo o atendimento às necessidades físicas básicas, mas também quando estavam sem liderança, direção ou objetivos. Assim, antes de lhes fornecer comida, Ele sentia suas profundas necessidades espirituais e passava a lhes ensinar sobre o reino de Deus.
A compaixão também pode ser vista em Marcos 9:36, quando Jesus enfatizou o toque físico. Ele segurou as crianças e lhes mostrou amor e afeto. Ele também tocou os enfermos a fim de lhes comunicar o poder divino de cura.
No encontro com o jovem rico (Mc 10:21, 22), o amou, embora o jovem não seguisse as orientações do Mestre. Em um momento, ambos os homens experimentaram fortes emoções – amor (Jesus), tristeza (o jovem rico).
Como você expressa compaixão? Isto é, uma coisa é sentir compaixão (a maioria faz isso), mas outra é expressá-la mediante ações concretas. Como você pode revelar melhor, por palavras e ações, a compaixão que sente pelos que estão feridos?
Manifestações emocionais de Jesus – II
Leia Lucas 19:41-44. O que levou Jesus a derramar lágrimas por Jerusalém? Sem dúvida, foi a tristeza que sentiu ao examinar o futuro e ver o destino da cidade. Mas, ainda mais, sentiu tristeza pelos seus muitos habitantes que O estavam rejeitando. “As lágrimas de Jesus sobre o monte, enquanto contemplava a cidade de Seu amor e cuidado, em meio à alegria e hosanas de milhares, foram os últimos apelos de rejeitado amor e compaixão” (Ellen G. White, The Spirit of Prophecy, v. 3, p. 20).
Os escritores dos Evangelhos registram duas ocasiões em que Jesus chorou. Normalmente, as pessoas choram por si mesmas, mas, nessa ocasião, a tristeza de Jesus provinha de um profundo sentimento pelos outros.
5. Quais foram algumas das emoções dolorosas que Jesus experimentou nos contextos a seguir? Mt 26:37, 38; Mc 3:5; 8:12; Jo 11:32-38; Mc 11:15, 16. O que provocou as emoções que Ele experimentou?
Os primeiros versos de Isaías 53 confirmam que Jesus foi um homem de tristezas. Embora haja experimentado muitos momentos de alegria, Ele também sentiu severas dores emocionais. Grande parte do sofrimento de Jesus esteve relacionada com sentimentos de frustração quando Seus seguidores não captaram Sua mensagem. Apesar do abundante amor de Jesus e Seus sinais sobrenaturais, muitos não entenderam que Jesus era o Messias. Jesus também sofreu muito por observar os resultados do pecado sobre a humanidade.
Os eventos referentes à morte de Lázaro também Lhe provocaram grande tristeza. João diz que Jesus Se agitou no espírito (Jo 11:33). Essa é uma tradução da palavra grega que indica manifestação muito forte de agitação emocional, acompanhada de um forte suspiro. O dramaturgo grego Ésquilo (525–456 a.C.) usou a mesma palavra para descrever o bufar dos cavalos. A palavra é usada cinco vezes no Novo Testamento, quatro delas descrevendo as emoções de Jesus.
A contemplação das experiências emocionais de Jesus nos ajuda a entender quanto Ele pode Se relacionar com nossas próprias lutas emocionais. Veja este texto: “Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas” (Hb 4:15). Como a mensagem desse texto pode nos levar a ter uma ligação mais próxima com Jesus, especialmente em tempos de sofrimento?
O plano de Deus para as emoções dolorosas
6. Qual é a promessa de Jesus com respeito à dor e ao pesar? Jo 16:20-24
O texto oferece grande esperança a quem está passando por dor física ou psicológica. Aqui estão algumas coisas que se podem aprender desse texto:
1. O mundo parece estar cheio de alegria. Frequentemente, o cristão olha ao redor e é lembrado da injustiça da vida. Os maus parecem se divertir, enquanto muitos dedicados a Deus estão sofrendo. Mas Jesus nos assegura que isso não vai durar para sempre. Além disso, frequentemente, as aparências enganam. Naturalmente, tendemos a considerar os outros mais felizes e mais bem sucedidos do que nós.
2. Pesar, tristeza e angústia serão transformados em alegria. Esse é o centro da promessa de Jesus. O cristãos devem abrigar a ideia de que a tristeza não só vai desaparecer mas vai dar lugar à alegria.
3. As dores passadas serão esquecidas. Muitas vezes, lembranças desagradáveis do passado nos trazem muita angústia. Muitos psicoterapeutas trabalham arduamente para remover os efeitos do passado na vida presente de seus clientes. Jesus nos assegura que, assim como a mulher que dá à luz esquece as dores diante do recém-nascido, um dia, Seus seguidores se esquecerão das dores passadas.
4. Ninguém tirará nossa alegria. O tipo de alegria que Jesus oferece não é o mesmo que agora entendemos. Jesus nos oferece felicidade total, que nenhum inimigo pode tirar dos salvos.
5. Não haverá necessidades. Jesus afirma que os justos não pedirão mais nada. Não vão precisar fazer pedidos e súplicas a Jesus, porque todas as suas necessidades serão satisfeitas.
Como você pode se apegar à promessa de que sua tristeza se tornará em alegria? Como essa garantia pode ajudá-lo a passar pelas adversidades da vida? Como você pode usar as promessas de Jesus para encorajar os que estão vivendo em pesar?
Estudo adicional
Logo que o olhar penetrante de Jesus percorreu o profanado pátio do templo, todos os olhos instintivamente se voltaram para Ele. As vozes do povo e o barulho do gado foram silenciados. Sacerdotes, principais, fariseus e gentios, com muda surpresa e temor indefinível, todos olhavam ao Filho de Deus, que Se erguia diante deles com a majestade de Rei do Céu, divindade que fulgurou através da humanidade e O revestiu com uma dignidade e glória que nunca antes Ele havia revelado. Um estranho temor caiu sobre o povo. Os que estavam mais próximos de Jesus se afastaram instintivamente o mais que lhes permitia a multidão. Com exceção de alguns de Seus discípulos, o Salvador Se encontrava só. Todo som silenciou. O profundo silêncio parecia insuportável, e quando os lábios firmes, comprimidos de Jesus se abriram, e Sua voz ecoou como trombeta, houve um gemido ou suspiro involuntário de alívio de todos os presentes.
“Ele falou em tons claros e com um poder que fez o povo balançar como se fosse movido por uma tempestade poderosa: ‘Está escrito: A Minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a transformais em covil de salteadores’ (Mt 21:13). Ele desceu os degraus e, com autoridade maior que a que havia manifestado três anos antes, com indignação que extinguia toda oposição, em tons que soavam como trombeta através de todo o templo, ordenou: ‘Tirai daqui estas coisas’ (Ellen G. White, The Spirit of Prophecy, v. 3, p. 23, 24).
Perguntas para reflexão
1. Como você descreveria as emoções de Jesus, expressas na passagem acima? Que lições podemos aprender sobre o bem que podem trazer as emoções, se forem corretamente direcionadas?
2. As comunidades judaicas celebram o Purim para lembrar o tempo em que “a sua tristeza tornou-se em alegria, e o seu pranto, num dia de festa” (Et 9:22, NVI).
Pergunte à classe: Como podemos nos certificar de não esquecer as muitas vezes em que nossa tristeza se transformou em alegria? Conte para a classe as ocasiões em que você experimentou essa mudança emocional.
3. Como podemos aprender a nos apegar às promessas de Deus quando, agora, elas parecem tão distantes e inacessíveis?
Respostas sugestivas:
Pergunta 1: a) Paixão. b) susto, indignação, repulsa. c) Ira, tristeza, culpa. d) Dissimulação, ódio, vingança.
Pergunta 2: Transforma as emoções negativas em positivas.
Pergunta 3: O amor.
Pergunta 4: Suas curas, Seus ensinos.
Pergunta 5: Tristeza, angústia, indignação, comoção, santa ira.
Pergunta 6: A tristeza se transformará em alegria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário