Sábado à tarde | Ano Bíblico: Mc 7–9 |
VERSO PARA MEMORIZAR: “Disse... Jônatas ao seu escudeiro: Vem, passemos à guarnição destes incircuncisos; porventura, o Senhor nos ajudará nisto, porque para o Senhor nenhum impedimento há de livrar com muitos ou com poucos” (1 Samuel 14:6).
Leituras da semana: 1Sm 14:6-13, 24-46; 18; 19; 31:1-7; 2Sm 1:5-12; 2Rs 6:8-17
Sob todas as perspectivas, Jônatas deveria ter sido um jovem mimado, ganancioso e egoísta que acreditava que, como filho privilegiado, tudo lhe era devido. E por que não? Ele era o filho mais velho do primeiro rei de Israel. Era popular e amado por seu povo, excelente orador, importante soldado e líder militar. Pelos padrões do mundo, ele tinha tudo. Havia nascido para “a grandeza”.
No entanto, o Céu usa uma medida diferente de grandeza – e Jônatas, curiosamente, foi um dos poucos que estiveram dispostos a voltar as costas ao que o mundo considera grande e, ao contrário, buscar um tipo diferente de “grandeza” – a grandeza de Deus.
Na vida de Jônatas, aprendemos a avaliar a vida pelos olhos do Céu. O que torna grande uma vida? O que a faz digna? Quais são as coisas importantes neste mundo, e quais não são?
A história de Jônatas nos ajuda a responder a essas perguntas. Também nos diz que, se decidirmos, nós também, podemos ser grandes aos olhos de Deus – não importando onde nascemos, quem são nossos pais, e quanta riqueza e talento tenhamos.
Domingo | Ano Bíblico: Mc 10–12 |
O elevado ofício da amizade
A amizade é diferente da maioria das outras relações, que com frequência são legalmente reguladas e controladas. Em muitas culturas, os pais escolhem o cônjuge para os filhos. Evidentemente, nenhum de nós chegou a escolher pais, irmãos e a família mais ampla.
Porém, podemos escolher os amigos. A amizade atravessa todas as fronteiras. A amizade também pode influenciar outras relações. Cantares de Salomão 5:16 nos mostra o papel da amizade em uma relação matrimonial. A verdadeira amizade é uma relação completamente voluntária, e talvez seja por isso que é tão envolvente. Não requer que se cumpra a letra da lei mas, ao contrário, destaca o dar de si mesmo.
1. 1 Samuel 18:1 descreve a amizade entre Jônatas e Davi. Diz que “surgiu tão grande amizade entre Jônatas e Davi que Jônatas tornou-se o seu melhor amigo” (NVI). Que características de amizade são destacadas em Êxodo 33:11; Jó 16:20, 21; Provérbios 17:17; 27:9; Eclesiastes 4:10; e Jo 15:13-15?
A maioria de nós esperaria que u’a mãe esteja preparada para morrer a fim de salvar a vida de seu filho ou que um homem proteja a família, seja qual for o custo para si mesmo. Essas fortes relações são admiráveis, normais e um reflexo do amor de Deus por nós. Mas esse é um instinto que compartilhamos com muitas espécies de animais.
A amizade é muito mais que instinto. A verdadeira amizade deve ser nutrida pela comunicação. Os amigos existem para ajudar em todos os desafios da vida, não só para compartilhar os “momentos agradáveis”. Podemos formar o presente e o futuro dos nossos amigos oferecendo conselhos sábios, encorajamento e pela oração em seu favor. Jônatas evidenciou essas características em sua amizade com Davi. Jônatas mostra que amizade envolve mais do que conversa; um amigo está pronto a dar ajuda prática, mesmo sob grande risco pessoal. Frequentemente, Jônatas intercedia por Davi perante seu pai, o rei Saul (1Sm 19:4). Jônatas tomava tempo e enfrentava dificuldades para encontrar Davi quando este era fugitivo e para encorajá-lo no Senhor (1Sm 23:16).
Você já traiu um amigo? Já foi traído por um amigo? Que lições você aprendeu? Que traços de caráter você precisa mudar a fim de ser melhor amigo?
Segunda | Ano Bíblico: Mc 13, 14 |
Uma grande vitória
Israel vivia um momento de extrema crise. Os filisteus se haviam ajuntado para lutar contra Israel com carros e soldados que pareciam tão numerosos quanto os grãos de areia numa praia. O exército israelita era numericamente inferior e muito mal equipado. Só Saul e Jônatas pareciam ter espadas ou lanças de ferro, pois os filisteus controlavam firmemente a indústria de ferreiro. Realmente, todos os israelitas tinham que levar as ferramentas para ser consertadas ou afiadas por ferreiros filisteus (1Sm 13:19-22). Você pode imaginar um bando israelita equipado com varas, machados e fundas, enfrentando um vasto exército filisteu com armas de última geração? Não é de admirar que o exército de Saul tivesse uma taxa recorde de deserção.
2. Pense no verdadeiro equilíbrio de forças em nossas batalhas, se formos submissos ao Senhor. Veja 2Rs 6:8-17. Que esperança podemos obter desse episódio?
Jônatas não se intimidava pelo que os outros pensavam. Não lamentava a falta de fé e confiança de Israel. Em vez disso, decidiu fazer algo. Jônatas não confiou nas próprias forças. Ele sabia que Deus é muito maior que o problema que Israel enfrentava. Ele não se considerava nenhum tipo de salvador ou herói. Sabia que Deus pode salvar por qualquer meio que escolher, e então, colocou-se à disposição de Deus. E o Senhor escolheu usá-lo e ao seu escudeiro, seguindo-se uma vitória incrível.
3. Que passos deu Jônatas antes de subir até a guarnição inimiga? 1Sm 14:6-13
Às vezes, a linha que separa a fé da presunção pode parecer muito clara. Jônatas não dependia só de suas impressões. Ele consultou outras pessoas tementes a Deus e partilhou com elas seus planos e ideias. Jônatas entendia que Deus não está limitado, e não tentou manipulá-Lo. Ofereceu-se para ficar ou ir, conforme Deus lhe revelasse por meio do sinal que ele propôs. Finalmente, quando obteve a resposta “vá em frente”, ele não vacilou, mas se empenhou imediatamente em vencer o desafio.
Quais são suas batalhas pessoais? Como você pode aprender a confiar em Deus nestas situações? Como você pode confiar em Deus mesmo quando as coisas não vão como você esperava ou conforme orou?
Terça | Ano Bíblico: Mc 15, 16 |
Relação pai-filho
4. Como você descreveria a relação entre Jônatas e Saul? Como se situava Jônatas no conflito entre Saul e Davi? 1Sm 19:1-7
Exatamente que tipo de pai foi Saul quando Jônatas era criança, não sabemos, mas sabemos que na vida posterior Saul não foi digno de admiração. Ele era muito egoísta, mal-humorado, ciumento, irracional e, às vezes, neurótico. Jônatas, porém, em sua vida e seu relacionamento com o pai, deu testemunho de uma aplicação prática do mandamento de Êxodo 20:12, que nos manda honrar os pais.
5. De que forma Jônatas demonstrou respeito e submissão ao pai? Ele teria motivos para se rebelar contra a ordem intempestiva do pai? 1Sm 14:24-46
Honrar os pais significa muito mais que oferecer um cartão ou um presente ocasional. Jônatas permanecia ao lado do pai em suas ocasiões de crise; ele o apoiava, também, apesar do que o pai queria lhe fazer.
E nós, também, honramos os pais quando os apoiamos em tempos de crise, como na enfermidade ou na perda do emprego. Temos a obrigação bíblica de sustentar os pais emocional e também materialmente (veja 1Tm 5:8). Honrar os pais não é uma atividade subjetiva, passiva. Jônatas demonstrou que isso frequentemente envolve oferecer conselho respeitoso e sensato. Honrar os pais não significa suspender nosso próprio julgamento ou defender os erros dos pais, segui-los cegamente nem tolerar o mal. Significa, porém, que temos obrigações especiais para com eles, não importando o tipo de pessoas que sejam.
Seguindo o exemplo de Jônatas, que coisas práticas você pode fazer para melhorar o relacionamento com seus pais, irmãos e outros membros da família, especialmente se não forem cristãos?
Quarta | Ano Bíblico: Lc 1, 2 |
Tomando o segundo lugar
Uma das principais tendências na sociedade atual é culpar os pais pela maioria (se não, por todos) dos problemas na vida. Na verdade, algumas pessoas herdam dos pais uma bagagem emocional muito pesada. Não podemos negar esse fato.
Porém, parece que as últimas décadas viram um incrível aumento nessa tendência infeliz. Culpamos não só os pais, mas, às vezes, irmãos, professores, circunstâncias – qualquer coisa ou qualquer pessoa a fim de nos livrar da responsabilidade pelas próprias circunstâncias.
Embora todos estejamos sujeitos às circunstâncias além do nosso controle e até vítimas delas – a vida de Jônatas mostra que podemos transformá-las, ao menos até certo ponto. Ele tinha o direito de culpar o pai pela maioria de suas dificuldades. Se Saul tivesse sido fiel, Jônatas teria obtido o trono. No entanto, escolheu não culpar ninguém. Ele tinha um bom senso de valor próprio. Em vez de se deixar envolver pela amargura e ressentimento, ele acreditou que Deus sabia o que era melhor e, então, escolheu fazer o que podia com o que tinha. Provavelmente, não foi fácil para Jônatas manter a fé e confiança em Deus quando percebeu que Deus havia escolhido Davi, em lugar dele mesmo, para se tornar o rei seguinte.
6. Descreva a reação de Jônatas ao fato de que Davi seria rei em seu lugar. O que isso nos diz sobre Jônatas? 1Sm 23:17. Contraste essa atitude com aquela mencionada em Isaías 14:13, 14; 1Rs 1:5 e Mc 10:35-37. Qual é a diferença?
Quando temos a identidade segura em Deus, podemos enfrentar rejeição ou crítica sem nos sentir desolados nem perder o senso de valor próprio. Grande parte de ter nossa identidade segura em Deus envolve experiência e relacionamento com Ele. Jônatas já havia tido uma dramática experiência pessoal com Deus na vitória sobre os filisteus em 1 Samuel 14.
A história posterior da família de Davi está marcada por rebeliões e disputas internas. Tanto Absalão como Adonias quiseram usurpar o trono de seu pai, Davi. Eles estavam pouco dispostos a permitir que Deus escolhesse o novo rei. A atitude de Jônatas estava em total contraste com esse espírito egoísta. Ele se dispôs a tomar o segundo lugar, tentando inspirar harmonia e reconciliação entre o pai e o amigo Davi (1Sm 19:4). Deixou um verdadeiro exemplo de um líder servidor, preparando-se para assumir o segundo lugar, ou até o terceiro.
Usando Jônatas como exemplo, o que você pode fazer quando não obtém o emprego, a posição ou o respeito a que julga ter direito? Como você pode controlar os sentimentos de rejeição, inveja e ódio?
Quinta | Ano Bíblico: Lc 3–5 |
Quando a vida não é justa
7. Qual foi o fim de Jônatas? Como entender isso? 1Sm 31:1-7; 2Sm 1:5-12
Quase todos nós fomos ensinados que, no fim, os bons sempre ganham e que colhemos o que semeamos. Frequentemente, levamos isso adiante e cremos que uma boa pessoa deve ter uma vida longa e boa, e que os maus podem esperar uma vida problemática e breve. Embora saibamos que o bem vencerá o mal no fim, quando Jesus voltar, a realidade é que os bons nem sempre ficam bem nesta vida e que os maus nem sempre se dão mal. Às vezes, até somos castigados por fazer o que é certo. Muitas vezes, Deus interfere e salva miraculosamente e protege Seus filhos, mas nem sempre é assim.
8. Mencione alguns personagens da Bíblia que, embora tenham sido fiéis, não receberam o que mereciam? Gn 39:10-20; Jó 1, 2
Jônatas foi para Davi um amigo verdadeiro e fiel. Ele era intercessor e tentou o melhor que pôde para fazer as pazes entre Davi e Saul. Jônatas não era orgulhoso e estava disposto a abrir mão de seu direito ao trono. Igualmente, ele estava disposto a aceitar Davi como rei. Ele também era um bom filho. Deus já havia usado Jônatas antes para pôr em fuga um exército inteiro, e agora, o exército israelita mais uma vez enfrentava os filisteus. Talvez Jônatas pensasse que, uma vez mais, Deus operaria um milagre para salvar Israel. Naquele dia, Jônatas caiu no campo de batalha (1Sm 31:2).
Como João Batista, Jônatas é um exemplo dos que não conseguem alcançar o que parecem merecer na vida. Eles sofrem frequentemente, perdem posições de honra por causa de Cristo e, às vezes, até caem no posto de dever. Por mais insignificante ou até inútil que sua vida e sacrifício possam parecer, eles são figuras-chave nos planos de Deus. São motivados e sustentados pelo amor e pela presença de Jesus. Nascem para a grandeza – não necessariamente a grandeza que o mundo entende ou exalta, mas uma grandeza que vai além de nossas expectativas e conceitos humanos.
Sob a nossa perspectiva, acontece muita coisa que não faz sentido nem parece justo. Mas a promessa é de que, um dia, todas as coisas serão esclarecidas, e teremos as respostas para o que agora nos parece insondável.
Leia 1 Coríntios 4:5, 13:12, Romanos 8:28, e Apocalipse 21:4. Que esperança você pode tirar dessas passagens quando enfrentamos perguntas difíceis.
Sexta | Ano Bíblico: Lc 6–8 |
Estudo adicional
No relatório daqueles que, mediante a abnegação, entraram na comunhão dos sofrimentos de Cristo, acham-se os nomes de Jônatas e de João Batista, aquele no Antigo Testamento e este, no Novo.
“Jônatas – por nascimento herdeiro do trono e não obstante ciente de que fora posto de lado pelo decreto divino; o mais terno e fiel amigo de seu rival Davi, cuja vida ele protegia com perigo da sua própria; firme ao lado do pai através dos tenebrosos dias de seu poder em declínio, e a seu lado tombando ele mesmo finalmente – acha-se o seu nome guardado como tesouro nos Céus, e na Terra permanece como testemunho da existência e do poder do amor abnegado.
“João Batista abalou a nação, por ocasião de seu aparecimento, na qualidade de arauto do Messias. De uma para outra parte seus passos eram seguidos por vastas multidões constituídas de pessoas de todas as classes e condições. Mas quando chegou Aquele de quem ele dera testemunho, tudo mudou. As multidões acompanharam Jesus, e a obra de João parecia encerrar-se rapidamente. Contudo, não houve vacilação na sua fé. ‘É necessário’, disse ele, ‘que Ele cresça e que eu diminua’” (Jo 3:30; Ellen G. White, Educação, p. 156, 157).
Perguntas para consideração
1. Como saber qual é a diferença entre fé e presunção? Quando e como podemos pedir sinais a fim de saber qual é a vontade de Deus para nós?
2. Algumas culturas promovem a passividade como uma virtude, enquanto outras a consideram algo negativo. Jônatas estava disposto a tomar o segundo lugar. Isso é o mesmo que ser passivo? Um cristão deve ser passivo? Nesse caso, quando? Se não, por que não?
3. Como você pode explicar a um amigo não cristão os benefícios de ser cristão, se ele vir que você também fica doente, perde o emprego ou sofre a perda de parentes?
Respostas sugestivas:
Pergunta 1: As pessoas têm liberdade para falar com seus amigos, até podem brincar com eles. Mas amam, aconselham, ajudam e atendem à sua vontade.
Pergunta 2: Deus fará maravilhas por nós.
Pergunta 3: Orou a Deus, acreditou que Deus era maior que seus adversários, pediu um sinal e agiu conforme a resposta de Deus.
Pergunta 4: Jônatas intercedia por Davi diante do rei, seu pai.
Pergunta 5: Jônatas se submeteu à sentença de morte de Saul, seu pai. Saul havia dado uma ordem imprudente, mas o diálogo é mais produtivo que a rebelião.
Pergunta 6: O estabelecimento de dinastias ainda não era um costume arraigado em Israel. Jônatas reconheceu em Davi o ungido do Senhor e humildemente aceitou seu papel de segundo no reino.
Pergunta 7: Foi morto em batalha, juntamente com o pai. Nem sempre o justo está livre das desgraças do mundo.
Pergunta 8: José, Jó, Jeremias, Isaías, entre outros
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